Pensamos na Croácia e tentamos compilar, de forma rápida, a maioria das coisas que sabemos sobre esta antiga república jugoslava. Logo de repente vem-nos à cabeça Dubrovnic, a bonita cidade onde filmam o Game of Thrones e que, desde então, teve uma explosão turística de fazer inveja a Lisboa; depois a bola, claro, desde o Modric ao Suker (que saudades daquela dupla com o Mijatovic, no Real Madrid), passando pelo nosso Tomo Sokota ou, claro, o Krovinovic (volta depressa miúdo); e, na música, bem… na música há a Severina, mas mais vale não saberem quem é. Por isso, a partir de hoje, damo-vos mais uma coisa crota para fixarem: o InMusic.
O InMusic é um festival de verão que decorre na capital, Zagreb, e que este ano assinala a sua 13ª edição. Um número que, segundo a superstição popular, costuma ser de azar, mas que, olhando bem para o alinhamento do festival, parece ser muito mais de apoteose. É que o seu cartaz alinha o melhor que irá pisar os palcos dos festivais de verão portugueses, como aqui referimos há umas semanas atrás.
Para quem não foi ao Porto, ao Primavera Sound, e já não consegue – ou não quer – ver mais nenhum vídeo do concerto do Nick Cave – ou ler uma declaração apaixonada de quem lá esteve -, ainda vai a tempo de arrumar a trouxa e marcar um voo rumo à Croácia. Nick Cave & the Bad Seeds são um dos cabeças de cartaz que vale a pena destacar neste 13º InMusic. Mas há mais. Há muito mais.
Também com passagem marcada por Portugal este verão, David Byrne é outro dos destaques do InMusic. O ex-Talking Head, que acaba de lançar um dos discos do ano, vai à Croácia apresentar “American Utopia” que, tendo em conta os pergaminhos de Byrne, será um espectáculo que não se ficará pela componente musical. Desde que “Stop Making Sense”, o famoso rockumentário de Jonathan Demme, que ficámos a conhecer o conceito de espectáculo total de David Byrne.
Pontas-de-lança do grunge que marcou os anos 90, hype que rapidamente foi explorado intensamente pela imprensa e pelo mainstream até se ter tornado num dos grandes flagelos dessa décadas, os Alice in Chains têm sabido reiventar-se e sobreviver após a morte de Layne Staley, em 2002. Com novo vocalista, WIlliam DuVall, os Alice in Chains – que também passarão este verão por Portugal, que surpresa! – vão dar razão a quem acha que o revival dos 90s está já aí ao virar da porta (viram o fenómeno que foi aquela festa no pavilhão Atlântico/atena Altice/whatever?).
Quem não passará por solo nacional é St. Vincent, naquela que é, provavelmente, a maior lacuna do calendário musical nacional de 2018. Por isso, a sua presença no cartaz do InMusic quase que justifica, por si só, a viagem até a Croácia. Aquela que é considerada o primeiro guitar hero verdadeiramente do século XXI, deixando pelo beicinho gente como David Byrne ou David Bowie, sabe como dar um concerto, e isso merece-lhe o estatuto de cabeça-de-cartaz.
O alinhamento fica completo com os Interpol, os Kills e os Portugal, the Man, com Frank Carter and the Rattlesnakes, Jinx e Bombino, esse ciclone do deserto do Sahara que é a reencarnação de Jimi Hendrix e Ali Farka Touré numa só guitarra. E, claro, toda uma série de bandas e projectos locais, de que vos iremos falar numa outra altura. E tudo isto por uma ridícula quantia; vão lá ver quanto vale o preço do bilhete e depois arrependam-se por terem comprado logo, antes que esgotasse e pelo dobro, o bilhete para aquele festival de verão a que nunca faltam apesar de, este ano, não passar por lá nada de particularmente entusiasmante.
Fotos: Julian Duval
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