A alta velocidade sempre caiu bem aos britânicos Royal Blood, senão vejamos: juntaram-se em 2013 e deram o primeiro concerto apenas dois dias após a formação. Pouco depois receberam um empurrão dos Arctic Monkeys – o baterista Matt Helders actuou em Glastonbury envergando uma t-shirt “Royal Blood”, despertando a curiosidade dos jornalistas musicais. Lançaram o primeiro single ainda em 2013, “Out of The Black”, um retumbante monólito de riffs, que deixou em êxtase a imprensa musical britânica, sempre à procura de messias para a salvação do rock.
São dois os protagonistas desta história: Mike Kerr no baixo e Ben Thatcher na bateria. Com este arsenal sónico minimal criam uma impressionante variedade de texturas e distorções, inclusivamente sem usar pedais de loop ou truques de estúdio – se não conseguem tocar algo ao vivo, também não o colocam em disco.
O duo de Brighton editou então o primeiro álbum, homónimo, em 2014, no meio de um intenso calendário de digressões, a actuar com gente tão ilustre como os Pixies e – lá está – os Arctic Monkeys. O disco foi nomeado para o prestigiado Mercury Prize e recebeu elogios do mestre Jimmy Page, guitarrista dos enormes Led Zeppelin, que o achou “absolutamente entusiasmante”.
A cadência da bateria e a distorção do baixo geram poderosas descargas eléctricas, que nos abanam até às fundações – apesar de os Royal Blood não trazerem propriamente a reinvenção do rock n’roll. Simplesmente são muito bons no género: rock de qualidade, lúdico e sem grandes pretensões. A sonoridade encaixa numa fórmula, mas é uma fórmula com garras, muito eficaz.
Está na calha um novo registo de originais, “How did we get so dark?”, previsto para 16 de Junho deste ano. Já se conhecem 3 temas: “Where are you now” – escrita de propósito para a série “Vynil” –, “Lights Out” e “Hook, Line & Sinker”. O som continua firme no terreno do blues/hard rock, soando umas vezes como os White Stripes, outras como os AC/DC, outras ainda como os Queens of The Stone Age. Um deleite para quem gosta do som cru e musculado do bom velho rock n’roll.
Depois de um bem-sucedido concerto no Coliseu dos Recreios em 2015, a banda britânica regressa a Portugal, a 6 de Julho, no primeiro dia do Festival NOS Alive – tocam no palco Heineken, onde poderemos espreitar o novo trabalho ao vivo. Está também agendada nova visita a 28 de Outubro, num concerto em nome próprio no Campo Pequeno, que dará início a uma extensa digressão europeia.
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