Nascida na terra dos cangurus, Courtney Barnett assumiu-se desde muito cedo como uma das mais interessantes cantautoras do universo indie, ainda que o reconhecimento fora de portas só tivesse chegado mais tarde. De qualquer forma, o primeiro EP intitulado “I’ve Got a Friend Called Emily Ferris” (2012) mostrava já uma assinatura muito própria: uma forma de cantar que se aproximava da arte do conto e uma clara propensão para a culinária musical e a arte de misturar ingredientes tão diversos quanto o garage-rock, a folk-pop e, claro, o indie-rock, que trazia de volta o espírito grunge dos anos 90.
O hype foi crescendo e, chegados a 2015, fomos brindados com um disco verdadeiramente precioso, onde o título era também reflexo do humor e da ironia de Courtney: “Sometimes I Sit and Think, and Sometimes I Just Sit”. Sobre ele, disse-se muitas coisas boas por aqui:
“Pegando num triunvirato – guitarra, baixo e bateria – que parecia estar condenado a outro tipo de companhias nos dias que correm, Courtney chega-se à frente com um disco de estreia que reinventa, de certa forma, o sonho rock nascido nos anos 90, que andava numa travessia deserta onde só se viam caixas de ritmos, teclados e se escutavam, como alucinações, refrões de estádio.
A voz da australiana, que navega entre o canto e o espírito crooner, fala-nos de desapontamento e esperanças, falsas e por cumprir, revelando um olhar fotográfico apurado sobre a vida mundana e fazendo, de si própria, o personagem principal destas fascinantes onze histórias carregadas de humor, sátira, crítica social e alguma morbidez.
Há laivos de Pavement, salpicos de Elastica, pozinhos de Nirvana mas, sobretudo, muitos truques de mágica de Barnett que, com uma guitarra que dança entre a subtileza e o puxar de cabelos, oferece um disco rock como há muito não se via, provavelmente desde que o grunge foi levado para a campa.”
A australiana sobe ao Palco Heineken no dia 8 de Julho.
NOS Alive 2016
7, 8 e 9 de Julho
Passeio Marítimo de Algés, Lisboa
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