“So bring out your dead, bring out the light; Bring out your dark birds in flight; Bring out your red roses too; Hey, what’s got into Sunny?”
Dan Bejar iniciou a sua aventura como Destroyer em 1998, mas é em 2011, depois do lançamento de uns quantos longas-duração e EP`s – e após introduzir novas sonoridades na sua música -, que vê as luzes da ribalta através do mui aclamado “Kaputt”.
Prova disso foi a exaustiva tour por praticamente todo o mundo, e a presença deste álbum nas listas para melhor disco do ano em revistas da especialidade. Quatro anos depois a banda regressa com “Poison Season” (Merge Records, 2015), (já) o seu décimo álbum de originais.
O disco abre com “Times Square, Poison Season I”, aparentemente a nova obsessão de Dan Bejar (o tema ainda aparece mais duas vezes no disco vestido de forma diferente). O lado camaleónico de Destroyer continua logo a seguir em “Dream Lover”, primeiro single do disco, onde Dan Bejar deixa a sua banda rockar como se fosse a E Street Band (E que banda, quem não viu ainda aquela aparição assombrosa no KEXP?) .
E eis que de repente a banda sai para deixar entrar a orquestra que toca “Forces From Above”. “Hell is an Open Door” é o tema mais honesto de 2015, onde Bejar diz repetidamente “It’s hell down here, it’s hell”, e é perto do final da canção que decidimos dançar para esquecer essa verdade.
“Poison Season” está cheio de momentos altos. Provavelmente, durante as gravações, terá havido um constante rodopio de instrumentos: ora sai a banda para entrar a orquestra, ora sai a orquestra para entrar a banda de jazz, ora tocam todos, ou, então, fica só Dan Bejar acompanhado do piano e do trompete como no belíssimo “Girl In a Siling”.
Dan Bejar continua o mesmo romântico. Não é difícil imaginá-lo a dizer sempre coisas bonitas mas melancólicas ao ouvido dos milhares de raparigas que conheceu em Bangkok. Ele que, diga-se, não quer ser nenhuma coqueluche Indie, apenas fazer aquilo em que acredita – e é isso, também, que nos faz gostar dele.
“Poison Season” será talvez o álbum mais arriscado de Destroyer, tal como o foi antes “Kapput”, mas é isso que esperamos de um dos artistas mais brilhantes deste século. Este não é “só” um dos melhores álbuns de 2015. É um álbum para figurar na lista dos “discos de uma vida”. “Oh, you could fall in love”.
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