Depois do desaparecimento de Leonard Cohen e de David Bowie, não será sacrilégio algum dizer que Nick Cave é, muito provavelmente e entre os vivos, o maior e mais estiloso dos heróis musicais.
Antes de tudo houve os The Birthday Party, uma espécie de pioneiros do gótico, em tempos loucos onde nos concertos apareciam tipos ligados a seitas e ideologias estranhas, dizendo-se que Cave escrevia com o próprio sangue.
Em 1983, Cave reúne os ilustres Mick Harvey (que, de guitarrista dos Birthday Party, passou a baterista), Barry Adamson (um ex-Magazine que ficou entregue ao baixo) e Blixa Bargeld (guitarrista dos Einsturzende Neubauten) para formar os Bad Seeds, com quem continuou a expandir o seu imaginário feito de religião e morte, amor e violência, numa sonoridade abrangente que contemplava blues, gospel, punk e uma pop tímida, dando forma a letras atravessadas pela sombra da literatura.
“From Her to Eternity”, a primeira rodela de Cave e as sementes malignas, surgiria em 1984, e desde então e qualquer que seja a personalidade adoptada, um pouco como Bowie, Cave transformou-se num mito terreno. Do concerto de dia 9 de Junho, no NOS Primavera Sound, espera-se no mínimo uma catarse.
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