Depois de ter sido descrita como uma das vozes mais comoventes e singulares da música contemporânea, Ganavya visita Portugal para apresentar ao vivo o seu novo álbum, “Nilam”, um trabalho co-produzido por Nils Frahm. Os concertos têm lugar a 15 de Outubro, na Casa da Música (Porto) e, a 16 de Outubro, no B.Leza (Lisboa) – um concerto ZDB. Os bilhetes já estão disponíveis, e custam entre 25 a 30 euros para a Casa da Música e 20 euros para o B.Leza.
Ganavya nasceu em Nova Iorque e cresceu na Índia. É cantora, compositora, investigadora e educadora, com formação em teatro, psicologia, performance contemporânea, etnomusicologia e pensamento crítico. É cofundadora do colectivo We Have Voice e tem colaborado com nomes como Peter Sellars, Wayne Shorter e Esperanza Spalding. Mais recentemente viu a sua contribuição vocal adicionada ao novo tema “Cuentale”, de David Guetta & Willy William & Nicky Jam.
Norte-americana, com vida entre Nova Iorque e Califórnia, Ganavya não se formou em música – mas formou-se numa miríade de outras coisas, seja teatro ou psicologia. Isso não a impediu de ser multi-instrumentista. O percurso tem sido ascendente – como deve ser -, apesar da distância já referida entre álbuns – seis anos -, ela não tem parado na última década, entre música, filmes, ou a criação de peças com 64 horas de duração. Uma coisa é muito óbvia no som que produz: é claro. E a clareza vive de muita coisa, da transparência, da frontalidade, e de ideias diretas que não receiam falar do mundo como ele é hoje.
Começou a ganhar destaque no final de 2023, quando surgiu em palco na aclamada noite organizada pelos Sault em Londres. Seguiu-se um álbum, o primeiro em seis anos, “Like The Sky I’ve Been Too Quiet”, editado na Native Rebel Recordings, editora de Shabaka Hutchings, onde contava com a colaboração do próprio, Floating Points e Carlos Niño. Foi o álbum de 2024 para Gilles Peterson e entrou em várias listas dos melhores. “Nilam”, editado em Maio de 2025, é co-produzido por Nils Frahm.
Nilam significa “terra” em Tamil, e é precisamente esse sentido de enraizamento que atravessa todo o disco — uma meditação sobre pertença, equilíbrio e continuidade. Com composições delicadas e tocantes, ganavya oferece ao ouvinte um espaço de escuta profunda, onde a fragilidade se transforma em força. Este é um trabalho que se distingue pela honestidade e pela beleza, construído a partir de influências múltiplas e de um percurso artístico e académico ímpar. “Nilam” é o resultado de uma vida dedicada à escuta, à criação e à interrogação constante do lugar da arte no mundo. Um disco que convida à reflexão, à presença e à experiência sensível da música que ganhará ainda mais camadas ao vivo.
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