ENTRE. É este o mote para a temporada 2020/2021 do Centro Cultural de Belém, que teve início em Setembro e se vai estender até ao final de Janeiro do próximo ano. Ficam as devidas apresentações à boleia do press release.
ENTRE.
Este é o mote para a temporada 2020/2021 do Centro Cultural de Belém. Um mote que nos coloca entre modelos e paradigmas, entre géneros artísticos e tipologias, entre formulações culturais e idiossincrasias individuais, entre momentos históricos e modelos políticos, entre horizontes coletivos e esperanças singulares, entre identidades de género e a fluidez do mundo.
ENTRE é também um convite à participação, à partilha sensível, à experiência coletiva que é o centro da experiência artística, à decisão individual de querer fruir, ser tocado e criticamente analisar.
A programação de setembro a janeiro de 2021 é marcada por uma renovada aposta na Black Box e em novos nomes da dança, do teatro, da performance, entre eles a companhia Teatro da Cidade que irá apresentar invocação ao meu corpo; Mário Coelho, que nos traz o espetáculo Fuck Me Gently!; as coreógrafas Marta Reis Jardim e Diana Niepce, que no mesmo dia apresentarão as suas novas criações, TravessiaS e Dueto, respetivamente; ou os SillySeason com o seu olhar sobre os Loucos Anos 20 em Folle Époque.
Destacamos ainda as parcerias que o CCB mantém com várias instituições e festivais. Ao longo desta temporada receberemos espetáculos do Festival Cumplicidades (Piny com o solo HIP. A Pussy Point of View), do Temps D’Images (Maurícia | Neves com anesthetize e Ricardo Vaz Trindade com O que veem as nuvens) e do Alkantara Festival (Flora Détraz com Glottis). Já em janeiro, a parceria com o Teatro Nacional São João traz até ao CCB os espetáculos Castro, de António Ferreira, e Balcão, de Jean Genet, ambos com encenação de Nuno Cardoso.
Na música, mantêm-se as parcerias com a Metropolitana e o Teatro Nacional de São Carlos, que nos apresentam programas entre géneros, entre contextos históricos, de Mahler a Mozart, de Gershwin a Wagner, de António Leal Moreira a Luís Tinoco (com uma encomenda da Metropolitana), passando por Beethoven.
Aliás, o 250.º aniversário do nascimento de Beethoven não deixará de ser assinalado, seja com a orquestra Melleo Harmonia (que interpretará a Sexta Sinfonia, Pastoral, e o Concerto para Piano n.º 5, Imperador), com o DSCH – Schostakovich Ensemble, que apresentará o BeethovenFest, ou com o compositor Miguel Azguime, a quem o CCB encomendou uma nova peça que dialogará com Beethoven e que será interpretada pelos Solistas do Sond’Ar-te Electric Ensemble e pela Camerata Alma Mater, sob a direção de Pedro Neves.
O centenário de Amália será assinalado nos dias 26 e 27 de novembro com um grande espetáculo encenado pelo cineasta João Botelho, Amália | A voz maior do que o fado, e com as participações de Camané, Ricardo Ribeiro, Mário Laginha, Luz Casal, entre outros.
Com a Garagem Sul continuaremos a insistir em mostrar a muitos públicos não especializados qual o papel da arquitetura no nosso quotidiano. É o que acontecerá no ciclo de conferências Campo Comum, organizado com a Trienal de Arquitectura de Lisboa, que receberá o coletivo inglês Assemble, a arquiteta suíça Barbara Buser do coletivo baubüro in sito, os catalães Harquitectes e a dupla ítalo-belga Dogma.
Na Garagem Sul mantém-se a exposição O Mar É a Nossa Terra, que mostra como as dinâmicas marinhas são fundamentais para pensarmos a construção da linha de costa. E, entretanto, estamos a ultimar a preparação da exposição que inaugura a 9 de fevereiro, Em Casa, uma exposição que inaugurou em Roma, no MAXXI, e que traz a Lisboa exemplos e modos do habitar contemporâneo.
Para esta temporada, o programa da Fábrica das Artes organiza-se em torno de dois ciclos temáticos transdisciplinares: a reposição da exposição/instalação multimédia No Fundo Portugal É Mar e o laboratório de criação artística para públicos jovens Festa de Desaniversário, a partir das obras de Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas e Alice do Outro Lado do Espelho. Com esta última proposta, pretende-se cruzar a criação artística com a filosofia com crianças e, através dela, trazer para o jogo criativo as problemáticas contemporâneas que daí emergem.
Tal como Alice no País das Maravilhas, o programa da temporada 2020/2021 do CCB é um desafio para participar num ponto de partida que conhecemos, mas cujo lugar de chegada é ainda uma incógnita. É neste projeto que convidamos, público e artistas, a entrar.
ENTRE.
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