A voz dramática do britânico Benjamin Clementine está de regresso ao nosso rectângulo, depois de uma bem-sucedida digressão por terras lusas onde, em 2015, tocou não apenas em grandes eventos como o Vodafone Mexefest ou o Super Bock Super mas, também, em salas confortáveis e cidades como Braga, Aveiro, Porto e Faro.
A sua vida parece saída de uma novela: ainda jovem, deixou a casa em Edmonton, perto de Londres, fugindo a uma relação conturbada com os pais. Num impulso, decidiu abandonar a Inglaterra, apanhando o primeiro avião com destino a Paris, praticamente só com a roupa que trazia no corpo.
Foi sem-abrigo e músico de rua, tocou em estações de metro, dormindo onde calhava, até se instalar num Hostel que lhe deu acesso a um piano, condição indispensável para começar a compor.
Depois de dois anos a tocar em bares e festas, surge no programa de televisão de Jools Holland, em Outubro de 2013. Descalço, canta sobre solidão, numa performance comovente que mereceu elogios rasgados por toda a parte, inclusive de Sir Paul McCartney. Seguiu-se um contrato com a Virgin/EMI em 2014.
Clementine faz questão de não romantizar a sua biografia. “É monótono e frustrante, porque eu prefiro falar das minhas canções”, diz. “Às vezes parece que a minha história ensombra a música que faço.”
É difícil, no entanto, não ficar fascinado com a sua música. Quem o vê em palco, a tocar piano, de olhos fechados e mostrando uma intensa entrega às canções, não o esquece. O carismático britânico é um one man show, teatral e confiante, dono de uma voz e de uma presença magnética que enche qualquer sala.
“At Least for now” é o nome do seu primeiro álbum, que lhe trouxe o cobiçado Mercury
Music Prize em 2015. Certamente a matéria-prima para mais algumas performances memoráveis no nosso país.
Benjamin Clementine em Portugal:
1 Junho: Coliseu dos Recreios, Lisboa (bilhetes)
2 Junho: Coliseu, Porto (bilhetes)
3 ou 4 Junho: Convento São Francisco, Coimbra (evento)
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