O Luís Miguel Andrade esteve na Galeria Zé dos Bois para fotografar a apresentação do disco homónimo dos Bandua.
A ideia foi inicialmente concebida por Tempura, Bernardo Addario, em 2018, quando o músico procurava por sons de electrónica orgânica, com raízes portuguesas, sem muito sucesso. Foi durante esta procura que surgiu a vontade e necessidade de criar algo baseado na sonoridade do downtempo berlinense, mas com raízes do folclore português da Beira Baixa. Em 2019 após encontrar as bases de Cinco Sentidos, Bernardo convida Edgar Valente, para prestar os seus vocais, teclados e adufe. Para surpresa, descobrem que ambos têm raízes na região, e tornou-se óbvia a necessidade de aprofundar esta colaboração e produzir uma carta de amor às suas terras.
Influenciada por tradições pagãs e mouriscas, a Beira Baixa é uma região central de Portugal, impregnada de cultura milenar e com uma história de música folclórica hiper-regionalizada. “Bandua é uma reinterpretação das canções tradicionais portuguesas da região, trazendo-as para o mundo moderno”, explica Addario, “queríamos criar algo novo, sem esquecer as nossas raízes”.
O disco de estreia é lançado pela editora Holandesa/Brasileira Frente Bolivarista, graças a uma conexão estabelecida através do DJ e produtor português Pedro Martins, que também mixou a maior parte do álbum. Dirigido pelo produtor brasileiro Pigmalião (Daniel Lucas), o selo vem com o objetivo de transcender fronteiras e promover uma grande variedade de estilos musicais, desde o eletrónico ao xamânico, com um ethos que anda de mãos dadas com este projeto revisionista de estilos tradicionais e narrativas folclóricas.
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