Eis chegada a hora de fazermos um ponto de situação sobre o cartaz da edição de 2025 do Vodafone Paredes de Coura, que se irá realizar entre os dias 13 e 16 de Agosto. Há espírito old school, muito noise e ainda mais experimentação, num programa de festas que tenta sempre estar à frente do tempo. Os passes gerais já se encontram à venda, pelo preço de 130 euros.
Naturais de Glasgow e formados em 2001, os Franz Ferdinand são uma banda de rock alternativo, conhecidos pela sua música de dança que mistura post-punk, indie rock e new wave e, também, por terem revitalizado a cena do rock alternativo na época em que surgiram.
O álbum de estreia, “Franz Ferdinand” (2004), foi um grande sucesso à boleia de singles como “Take Me Out”, tornando-se um clássico do indie. A banda continuou a lançar álbuns aclamados, como “You Could Have It So Much Better” (2005) e “Tonight” (2009), mantendo uma base de fãs fiel e sendo influente na cena musical dos anos 2000. Estão agora de regresso aos palcos para apresentar o seu mais recente disco, “The Human Fear”, com lançamento previsto para Janeiro de 2025.
Desde o início que Sharon Van Etten & The Attachment Theory soaram sonoramente diferente do trabalho anterior de Van Etten. Escrevendo e gravando em total colaboração com a sua banda pela primeira vez, Van Etten encontra a liberdade que vem ao deixar-se ir. O resultado dessa libertação é uma nova e estimulante dimensão sonora e de composição. Os temas são intemporais, clássicos de Sharon – a vida e o viver, o amor e o ser amado -, mas os sons são novos, totalmente realizados e afiados como vidro.
Reflectindo sobre este novo estado de espírito artístico, Van Etten pensa: “Por vezes é entusiasmante, por vezes é assustador, por vezes sentimo-nos presos. É como se cada dia fosse um pouco diferente – apenas estar em paz com o que quer que estejamos a sentir e quem quer que sejamos e como nos relacionamos com as pessoas nesse momento. Se eu conseguir manter um sentido de abertura, sabendo que os meus sentimentos mudam todos os dias, é tudo o que posso fazer neste momento. Isso e tentar ser a melhor pessoa que posso ser, deixando as outras pessoas serem quem são, sem levar as coisas para o lado pessoal e simplesmente ser. Ainda não cheguei lá, mas estou a tentar todos os dias”. Sharon Van Etten & The Attachment Theory é um salto quântico nessa direção.
O multifacetado grupo pós-punk, natural de Cambridgeshire (Reino Unido), composto por Luke Mark, Lewis Evans, Georgia Ellery, May Kershaw, Tyler Hyde e Charlie Wayne, junta géneros díspares como o jazz, o math rock e o klezmer para compor melodias extensas que alternam entre momentos calmos e picos de intensidade.
Os Black Country, New Road estrearam-se em 2021 com o álbum “For the first time”, nomeado para um Prémio Mercury e, em 2022, lançaram “Ants From Up There”. Estes dois projectos contaram com o vocalista Isaac Wood que, após a realização do segundo, deixou a banda e, agora, este papel é partilhado por Luke, May e Tyler. Após o enorme sucesso de “Ants From Up There”, começaram então a trabalhar no que viria a ser o seu terceiro álbum, “Live at Bush Hall” (2023), gravado ao vivo em três noites, das quais surgiu o mais atípico documentário de concerto, ao mesmo tempo uma declaração tão coesa como qualquer outro registo na discografia da banda.
Jake Lenderman, mais conhecido como MJ Lenderman é um cantor e compositor natural de Asheville, conhecido pelo seu trabalho a solo e como membro da banda Wednesday. Durante a pandemia, aos 21 anos, Lenderman teve mais tempo livre e passou a escrever, pintar e improvisar com amigos e colegas de banda. Na altura ninguém lhe prestou muita atenção, no entanto, quando lançou o seu terceiro álbum, “Boat Songs” (2022), com o seu humor ácido, referências desportivas e solos de guitarra desordenados, este destacou-se como uma das revelações do ano, aumentando a atenção sobre o seu trabalho a solo. Um regresso a Portugal, desta vez a solo com a apresentação do projecto And The Wind.
Jersey é um duo musical francês, formado pelos irmãos Carl and Renaud, conhecidos pela sua sonoridade única que mistura house, UK garage e Drum & Bass. Além disso, são também conhecidos pelas festas animadas na sua sala de estar, e pela forma como utilizam a inteligência artificial para alcançar a euforia electrónica. O resultado disto foi a criação do seu EP de estreia, “The World I’m Searching For”, lançado em 2023, que faz uma ponte sonora entre Two Shell e Fred Again… – e, embora a sua música junte elementos de hiperpop e de produção electrónica, os irmãos não pensam na música em termos binários.
Ana Faria Fainguelernt, conhecida artisticamente como Ana Frango Elétrico, é cantora, compositora, produtora musical, pintora e poeta. A sua carreira musical começou em 2018 com o álbum “Mormaço Queima” e, em 2019, o seu segundo álbum, “Little Electric Chicken Heart”, foi alvo de destaque, recebendo indicações para um Grammy Latino. Em 2023, lançou “Me Chama De Gato Que Eu Sou Sua”, projecto que a levou a marcar presença em festivais internacionais, como o Primavera Sound e o Festival Músicas do Mundo. Foi indicada novamente ao Grammy Latino em 2024 na categoria de Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa.
Formado durante o confinamento, este quinteto natural do sul de Londres construiu a sua reputação através do word of mouth. Nas suas actuações, os mosh pits são bastante comuns e o baterista, Johnny “Doghead” Hutchinson, toca com uma máscara de latex. A sua música é descrita como dance, punk, klezmer e basicamente tudo o resto de que se possam lembrar – de facto, é um bocado difícil de nos situarmos quando falamos de Fat Dog, desde elementos de Nine Inch Nails até Depeche Mode, tudo isto cruzado com música de dança europeia.
Para o seu álbum de estreia, “WOOF.”, tinham como objectivo criar músicas anti-intelectuais, escritas para serem interpretadas pelo corpo e não pela mente e, embora tenham sido bem sucedidos, é difícil não nos envolvermos mentalmente quando a música é tão evocativa e imaginativa.
Este grupo de seis elementos sediado em Londres, composto por Clams Baker Jr., Benjamin Romans Hopcraft, Adam J Harmer, Marley Mackey, Quinn Whalley e Bleu Ottis Wright, sempre prosperou no caos e na experimentação. “Too Cold To Hold”, o mais recente longa-duração, marca uma evolução ousada na sua música. Enquanto muitas bandas caem em abordagens estereotipadas ou cedem ao peso das expectativas, os Warmduscher seguiram o caminho oposto e abraçaram novas influências e o espírito de aventura, que resultou num dos álbuns mais ambiciosos de sempre. Com este disco levam essas tendências ainda mais longe, incorporando uma mistura eclética de géneros, incluindo os grooves polirrítmicos do gqom (um estilo sul-africano de house music), hip-hop, jazz, punk-funk e disco. O resultado é simultaneamente fresco e inconfundivelmente Warmduscher.
Este colectivo oriundo de Brighton, formado por Phoebe Lunny e Lilly Macieira, faz do punk exactamente o que ele é: um grande pontapé na porta. As Lambrini Girls vêm carregadas de uma imensa vontade de fazer deste género musical um espaço seguro para todos, fazendo frente a preconceitos de género, privilégios patriarcais e a uma cultura de abuso que ainda se faz sentir nos corredores da música.
Chegam ao Couraíso em 2025, com a muito esperada apresentação do projecto “Who Let The Dogs Out”, um disco que junta tudo o que há de errado com o mundo moderno e nos tenta alertar. Se apimentar canções de teor político com humor fosse como espetar uma acendalha num pão, então “Who Let The Dogs Out” é como um espectáculo de fogo-de-artifício numa fábrica: estranho, perigoso e entusiasmante.
Promotora: Ritmos Lda.
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