A primeira vez de Corrina Repp em Portugal

Por Pedro Miguel Silva · Em 20/10/2015

Corrina Repp é uma cantora e multi-instrumentista norte-americana, um nome que, se por cá se banha nas águas do anonimato, já nos Estados Unidos ganhando um respeitável estado de culto. A boa notícia é que Corrina se prepara para aterrar, pela primeira vez, em Portugal (graças à Pinuts), onde nos vai presentear com dois concertos: um a norte, no portuense Passos Manuel (20 Outubro), e outro bem mais a sul, no alfacinha Palácio Pombal (21 Outubro). O concerto de Lisboa será realizado na cozinha do Palácio de Pombal, revestida com azulejos históricos e dotada de abóbodas e arcos, pelo que se espera uma noite de grande intimidade.

Repp editou, durante os primeiros anos da era 2000, três longas-duração, até captar a atenção e o interesse de Mark Kozelek (Red House Painters, Sun Kil Moon), que decidiu gravar o seu quarto disco na sua nova editora que, curiosamente, tem um nome bem português: Caldo Verde. “The Absent and the Distant” será, muito provavelmente, o seu melhor disco até à data.

Em 2007 juntou-se a Joe Haege (31knots, Vin Blanc / White Wine) para fundar os Tu Fawning. Nos cinco anos seguintes gravaram um EP e dois longas-duração (ambos na editoraCity Slang), tendo andado em digressão não só em casa mas também na Europa até decidirem desligar a ficha em 2012.

Corrina mudou-se depois para um pequeno apartamento em Portland, atirando com todo o seu arsenal para dentro de um armário onde ficou a dormitar durante cerca de um ano. Até que em Janeiro de 2014 o bichinho da música voltou a morder com força, retomando a vida de tocar e escrever canções um pouco em toda a parte: nos seus dois trabalhos, um restaurante e um viveiro de plantas; numa mansão de que tomou conta durante algumas semanas; numa casa da floresta de um amigo; no seu quarto, madrugadas dentro.

O culminar desta escrita e composição frenética, feita de momentos luminosos e outros bem mais obscuros, viu a luz da edição este ano com o título “The Pattern of Electricity”, o seu primeiro disco a solo dos últimos dez anos. Nove canções que servirão, certamente, de prato principal na sua estreia em Portugal.