Há já mais de 35 anos que Howe Gelb anda a produzir música como se não houvesse amanhã. Seja a solo ou por detrás dos enormes Giant Sand, Gelb tem tido uma carreira que atravessou e abraçou géneros tão diversos quanto o punk, o psicadelismo, o jazz ou mesmo o gospel, sempre com o lo-fi como modo de vida.
A sua carreira não foi, contudo, um mar de rosas. Se hoje em dia qualquer banda parece alcançar estatuto mal põe a circular um segundo disco, Gelb esteve praticamente duas décadas na obscuridade, fosse por uma promoção manhosa ou uma distribuição fraquinha no que toca às editoras independentes com que andou metido. Apenas em finais dos anos 1990 Gelb teve algum reconhecimento, e até para isso foi necessário projectos laterais como os OP8 (constituídos pelos Giant Sand e Lisa Germano) ou o piscar de olho de admiradores como os Calexico. O seu maior sucesso, tanto crítico como comercial, aconteceu no ano 2000, altura do lançamento de “Chore of Enchantment”, que lhe valeu uma extensa tour.
Desde então sucederam-se os discos, ficando na retina colaborações com nomes como M. Ward ou Scout Niblett. Em 2006 lançou “Sno Angel Like You”, disco de acentuado travo gospel, a que se sucederam anos de digressão intensa, a solo ou com os companheiros Giant Sand. Houve ainda um disco gravado num telhado em Cordoba em que participou o guitarrista Raiundo Amador, para além da carreira discografica dos Giant Sand ter sido alvo de reedições.
Gelb regressa a Portugal no próximo dia 10 de Fevereiro, onde tocará ao lado de Sallim, uma cantautora que, à música, costuma juntar muito espírito gráfico e uma grande plasticidade. O concerto terá lugar no Musicbox, às 22 horas, e a entrada vale 12 euros. Façam-se à areia.
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