Entre os dias 6 e 8 de Dezembro, o Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, recebe a 22ª edição da Festa do Jazz, em três dias de concertos e estreias de obras, artistas e formações.
Promovido pela Sons da Lusofonia, que desenhou o alinhamento em co-curadoria com a cantora e compositora Mariana Dionísio e o acordeonista, e também compositor, João Barradas, a Festa do Jazz arranca na sexta-feira, 6 de Dezembro, com a estreia em Portugal de Sarāb, um sexteto franco-sírio e um dos principais grupos da cena musical parisiense, que combina a electricidade do Jazz com a música tradicional árabe.
A tarde de Sábado, 7 de Dezembro, programada por Mariana Dionísio, começa com a apresentação do trio Sonic Tender (Guilherme Aguiar, João Carreiro e João Valinho), que se auto-descreve como sendo “dedicado a transmutar fontes sónicas num objeto sonoro unificado“, seguida do duo que junta a cantora grega Savina Yannatou à pianista Joana Sá. O imaginário sonoro criado por este duo é tão estranho quanto encantatório e, na tarde de sábado, apresentam uma peça que estreia na Festa do Jazz.
As sonoridades nórdicas no Jazz moderno de Liv Andrea Hauge Trio (Noruega) — projecto vencedor dos Zenith Awards de 2024, da European Jazz Network, para artistas emergentes, e que se estreia em Portugal — inaugura a noite de sábado do festival, que culmina com a estreia simbiótica em duo, exclusivo para a Festa do Jazz, de dois nomes maiores do Jazz mundial: o saxofonista inglês Andy Sheppard e o pianista americano Aaron Parks, dois dos mais respeitados artistas actualmente editados pela ECM e Blue Note, respectivamente.
O cruzamento entre Jazz, o Hip-Hop e a Spoken-Word do laboratório criativo da Jazzopa abre o terceiro dia e último dia da Festa do Jazz, a 8 de Dezembro. A Jazzopa é um projecto multicultural emergente que funde diferentes formas de expressão artística, e distingue-se no ambiente musical português pelo compromisso de ajudar a profissionalizar jovens artistas.
A tarde de domingo assinala ainda a estreia nacional do trio de Wajdi Riahi (Egipto/Bélgica), uma proposta de João Barradas, cuja arquitectura orgânica dos ritmos do Norte de África se fundem com o complexo e denso tecido do Jazz.
João Barradas convidou também o jovem vibrafonista Duarte Ventura para estrear neste dia o seu noneto Reperio, um projecto encomendado pela Festa do Jazz, que procura relacionar a música já criada com algo que ainda está por ser descoberto.
A Festa do Jazz termina com o concerto do Ensemble Festa do Jazz, este ano liderado pelo saxofonista João Mortágua, com Bernardo Tinoco (saxofone), Clara Saleiro (Flauta) José Diogo Martins (piano), Francisco Brito (contrabaixo), João Pereira (bateria).
Na programação do festival destaca-se ainda o Encontro Nacional de Escolas, que junta, no Museu dos Coches, doze escolas de música nacionais durante o fim-de-semana do festival; e os anuais Prémios RTP / Festa do Jazz, que contam com Nuno Catarino (jazz.pt), Sofia Rajado (improvisadoras.com) e Carlos Martins (sonsdalusofonia.com) no júri.
A 22.ª edição da Festa do Jazz é também palco para a apresentação do projecto Jazz Panorama Portugal, às 18h30 do dia 4 de Dezembro, na Biblioteca da Imprensa Nacional, em Lisboa. O Jazz Panorama Portugal é um guia nacional, a publicar online em português e inglês, com informações dirigidas a agentes nacionais e internacionais sobre 60 artistas de jazz portugueses actuais, com impacto na cena jazz nacional e com potencial de internacionalização.
Foto de destaque (Liv Andrea Hauge Trio): © Amanda Iversen Orlich
Sem Comentários