Os californianos Deafheaven estão de volta. A banda que se viu reconhecida em 2013 com o álbum “Sunbather” e a sua mistura de Black Metal, Post-Rock e Shoegaze, regressa em 2015 com “New Bermuda” (Anti-Records, 2015).
Se “Sunbather” é um álbum saído das entranhas, negro e preocupado em exorcizar-nos de todos os males, em “New Bermuda” há uma preocupação pela melodia, por nos fazer levitar, com uma exploração maior do post-rock.
Prova disso são os temas “Baby Blue”, “Come Back” ou “Gifts for the Earth”, onde nos vem logo à memória grandes nomes da cena Post-rock como The Allstar Project, Godspeed You! Black Emperor ou Explosions In The Sky.
Outro dos elementos que caracteriza a música dos Deafheaven é a maneira de cantar do vocalista George Clarke. Acreditamos que existam letras porque elas estão disponíveis na internet, mas a verdade é que são imperceptíveis durante os temas.
O tema “Luna” é o que melhor define o disco. Começa com um riff forte de thrash metal e com os gritos de Clarke, primeiro rasgando-nos de uma ponta a outra e, de seguida, fazendo-nos levitar. Por essa altura os gritos de Clark até já parecem macios e o coração fica invadido.
“New Bermuda” é uma espécie de sessão de psicanálise onde choramos a contar todos os nossos traumas e fantasmas, onde libertamos toda a raiva e angústia, em que, ainda deitados no divã, sonhamos com dias melhores.
Não é fácil catalogar a música dos Deafheaven pela quantidade de estilos que se encontram nas suas melodias, e uma prova disso é que já figuraram em festivais como o Primavera Sound ou o Bonnaroo, conotados como festivais Indie.
“New Bermuda” não deverá passar nas rádios ou chegar a grandes massas, mas por aqui fica o devido destaque. Para que um dos grandes discos de 2015, a ouvir sem preconceitos e de mente aberta, não vos passe ao lado.
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