Nariz Entupido, Concerto, Suzanne Ciani, Igreja St. George, Violeta Azevedo

Igreja St. George recebe uma das pioneiras da música electrónica experimental

Por Deus Me Livro · Em 10/09/2024

Suzanne Ciani, mulher pioneira da electrónica experimental, irá actuar a 16 de Setembro (21h30) na Igreja St. George, em Lisboa, concerto que na abertura contará com Violeta Azevedo, um regresso à Igreja St. George depois do seu primeiro concerto a solo em 2017.

Compositora cinco vezes nomeada para o Grammy, pioneira da música electrónica e artista neoclássica com mais de 20 álbuns a solo – incluindo ‘Seven Waves’ e ‘The Velocity of Love’, juntamente com um LP quádruplo histórico (“LIVE Quadraphonic”) com o qual retomou os concertos ao vivo com os modulares Buchla -, Suzanne Ciani é enormemente considerada pelo seu trabalho na área dos sintetizadores, pertencendo a um restrito grupo de outros singulares inventores e músicos como Bob Moog, Don Buchla e Dave Smith. Recebeu o Moog Innovation Award e, mais recentemente, o Independent Icon Award da A2IM.

A ‘Life in Waves’, documentário sobre a vida e obra de Ciani, estreou no SXSW em 2017 e está disponível para assistir em todas as plataformas digitais. Ciani é licenciada pelo Wellesley College e possui mestrado em composição musical pela Universidade da Califórnia, Berkeley.

Artista já com alguns anos de actividade, com passado na fundação do meteoro Savage Ohms e presente em colaborações com nomes como Jasmim, Felicia Atkinson ou na banda de Menino da Mãe, Violeta Azevedo tem projectado na flauta transversal – mas também na voz – um universo muito particular elevado por processamento electrónico. Na sua via solitária, persiste uma aura de mistério, pautada pela ausência de registos perenes em nome próprio, onde cada aparição sua se revela como que um vislumbre no espaço e no tempo de um work in progress contínuo na sombra. Do seu sopro pleno de lirismo, encarreirado para uma armada beatífica de pedais – alguns de criação própria – ascende um fluxo de som que honra o pioneirismo electrónico dos anos 50 e 60 e sua memória pela via hauntológica, capaz de evocar no seu caudal partículas droney, paisagens contemplativas e a névoa cintilante de alguns exploradores do ruído enquanto matéria de sonho.