Dificilmente o dia 13 de novembro vai desaparecer da nossa memória pelo infortúnio dos ataques terroristas em Paris. Mas recordemos apenas as coisas boas, pois é de agradáveis memórias que conseguimos alcançar a plenitude e a alegria pela vida.
Depois de passar por Lisboa e Porto, o cantautor norte-americano Tom Brosseau apresentou-se ao vivo no Centro de Artes Visuais, em Coimbra, pela mão da associação Lugar Comum. O concerto prometia ser um espectáculo bastante intimista e de uma beleza pura, o que se veio a confirmar.
Escrever sobre Tom Brosseau é como escrever sobre a tranquilidade – a forma como anda, como canta, como debita as suas histórias. Em cada gesto há um cuidado, uma reflexão e uma passividade contagiantes. O artista americano apresentou-se em palco apenas com a sua guitarra Gibson e uma harmónica. Sempre de forma muito simpática, brindou os presentes com um sorriso e um tímido “Good night”, e assim continuou a sua actuação, revisitando toda a sua discografia.
Entre “My Sweet Friend”, “Lonesome Valley”, o belíssimo “Unfamiliar Places” e a dramática “Hard Lucky Boy”, Tom Brosseau recebeu todo o amor e os olhares bastante atentos da plateia, presenteando-a com o seu charme, o seu carinho.
Assumindo-se como um contador de histórias, Tom Brosseau confessou estar bastante feliz por ter tido a oportunidade de visitar a zona histórica das Universidades, e por lhe terem dado a provar os famosos bolos cheios de gema de ovo (pastéis de Tentugal).
Foi com um encore totalmente a capella que interpretou “Everybody Knows (Empty Houses Are Lonely)” – a pedido de um admirador – e “Cradle Your Device”, despedindo-se com a fantástica canção “Today Is a Bright New Day”.
Se a probabilidade de um dia encontrarmos uma pessoa assim é de uma num milhão, então fomos muito abençoados por termos acertado neste jogo. Tom Brosseau é uma pessoa com um coração de ouro e de uma verdade musical incrível. Por aqui, aguardamos o seu regresso ao nosso país em breve.
Fotos de Ana Cláudia Silva e da sua Pentax K1000.
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