Custa acreditar que, há um trio de anos, a catraia Olivia Rodrigo, então com 17 primaveras, era a estrela Disney de High School Musical, bem como uma das mais activas e bem-sucedidas tik-tokers.
Quando, a 7 de Janeiro de 2021, lançou o single “Driver`s License”, uma senhora balada onde um piano comanda um desgosto amoroso em tenra idade, a sua vida – e a de muito boa gente – não voltou a ser a mesma, numa propagação viral que, mesmo nos tempos actuais, mete respeito – só na plataforma Spotify, “Driver`s License” foi escutada por mais de 400 milhões de vezes.
Depois disso, Olivia Rodrigo apareceu em tudo o que era capa de revista, cantou nos Brit Awards e foi até inspiração para um momento de humor à volta de uma mesa de snooker no programa Saturday Night Live – pouco tempo depois, foi mesmo convidada a por lá aparecer.
“Sour”, o primeiro álbum assinado pela norte-americana – e produzido por Dan Nigro -, parte da clássica ressaca após um desgosto amoroso, o qual se vê encostado às cordas depois de algumas lágrimas, um puxão valente de cabelos e alguns impropérios dirigidos ao causador de todo este sarilho emocional. É, um pouco como Lorde já o tinha cantado antes, um disco que recusa o sonho adolescente e que troca a elegância – e a ideia algo principesca de romantismo – por um olhar menos sonhador em relação ao mundo. E fá-lo num disco onde tanto há baladas como mesmo umas reminiscências grunge, como que compondo todas as texturas sentimentais que a adolescência enfrenta antes do também difícil mergulho na idade adulta.
E o melhor de tudo é mesmo essa incerteza sonora, que casa a vontade de ficar em casa com o desejo de sair e armar confusão, num disco que dura pouco mais de meia hora e se ouve deliciosamente em repeat. Uma estreia com muito coração e ainda mais cabeça.
Sem Comentários