“Nuno Calado é radialista na Antena 3. Nessa estação, onde está desde os seus primórdios, conduz um dos programas de rádio mais emblemáticos dos nossos tempos. De segunda a quinta à noite, o Indiegente funciona como cartão de visita para a música alternativa. Já foi transformado num espetáculo ao vivo e, por entre mudanças da grelha ou de direcção, o programa mantém-se inabalável há 25 anos. É nesse horizonte que se situa o seu trabalho enquanto DJ, investindo numa viagem por várias épocas da música, com os pés no passado e os olhos no futuro.”
11 Agosto
Festa de Recepção – Campismo
Aquela banda ou artista que te fez comprar uma revista só porque trazia um poster que ficava a matar numa das paredes do teu quarto.
Jim Morrison/ The Doors ou The Clash ou Nina Hagen, por aí.
A banda ou artista que te fez comprar e usar uma T-shirt.
Em miúdo foram diversas a T-shirts que conseguia comprar em Londres em cada viagem, embora o dinheiro fosse sempre mais gasto em discos. Lembro-me mais da que queria ter tido e nunca consegui: do Tom Waits.
Chegaste a forrar um caderno da escola com autocolantes ou recortes de alguém?
Sim, claro! Igualmente sempre de diversas bandas que podiam ir dos Doors ao Hendrix, passando pelos Motorhead, mas também os Cure, Bauhaus ou até os early U2 e os Stranglers.
O primeiro disco em que usaste o dinheiro que tanto trabalho deu a enfiar no porquinho de barro.
Comprei dois mais ou menos na mesma época. Já tinha diversos discos e cassetes, mas os primeiros em que juntei o meu dinheiro foi o “Back in Black”, dos AC/DC e o “Waiting for the Sun”, dos Doors.
Os discos que os teus pais, irmãos e/ou primos mais te fizeram ouvir.
Os meus pais fizeram-me ouvir horas e horas de rádio. O resto da família era mais discos, alguns até me foram oferecidos – principalmente Pink Floyd e David Bowie.
Se pudesses viajar no tempo para ver um artista ou banda já desaparecidos, até onde te levaria a viagem?
Seguramente aos Estados Unidos….A escolha da cidade e do artista seria uma tarefa bem mais difícil.
O melhor disco para curar um desgosto amoroso.
Em vez de um podem ficar dois que me acompanharam sempre em momentos mais ou menos difíceis desde a sua edição: “Where You Been”, dos Dinossaur Jr., e “Grace”, do Jeff Buckley .
E para ajudar a ultrapassar uma ressaca danada?
Evito esse tipo de acontecimentos, mas pode ser “Silence is Sexy”, dos Neubauten.
Três discos que voltam recorrentemente a entrar na tua playlist.
Difícil… “There’s a Riot Going On”, de Sly Stone; “Small Change”, do Tom Waits; “Shadows on the Sun”, dos Zen Guerrilla.
A canção alheia que gostarias de ter escrito.
“She’s Like Heroine To Me”, dos Gun Club.
A melhor canção ou disco de 2022 (até agora).
Uma das que gostei mais foi “Jackie Down The Line”, dos Fontaines DC.
O filme de que gostaste tanto que já o reviste inúmeras vezes (e até já conseguiste decorar umas falas).
“Rumble Fish”.
O filme que te fez chorar tanto que tiveste de esperar uns minutos para sair da sala de cinema (para que ninguém te visse de olhos espremidos).
Nunca aconteceu.
Aquele livro de que gostaste tanto que, se te tivesse sido emprestado, pensarias pelo menos duas vezes antes de devolvê-lo.
“Go tell the mountain”, do Jeffrey lee Pierce.
Se pudesses visitar um livro durante um dia, qual escolherias?
“Sing Backwards and Weep”.
A cena mais romântica que já fizeste por alguém.
Todos os dias faço alguma coisa.
Aquela comida de que gostas tão pouco que, se te for servida num jantar de amigos, tens de inventar uma dor de barriga?
Tudo o que tiver tripas e partes dessas.
O prato que comerias sempre se não pudesses morder outra coisa.
Sushi.
Se tivesses Cem Soldos – o que, na moeda corrente, equivaleria a uma valente pipa de massa – para gastar numa extravagância, o que seria?
Entregava tudo ao Benfica.
A actuação no Bons Sons vai ser…
O que tiver de ser.
Foto: Joana Saramago
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