O antigo Turquoise passa a apresentar-se sem tradução e por extenso. André Júlio Turquesa, actor, cantor, compositor e multi-instrumentalista, traz “Orgônio” — não a controversa energia esotérica que muitos disputam, mas o álbum que lhe rouba o nome. A sua música deixa-se protagonizar por uma simplicidade traiçoeira, onde a limpidez das guitarras se une à candura de melodias, percussões e coros. Quando damos por isso, seduzidos pelo polvilho de magia, estamos imersos em canções do tamanho de edifícios e da vida, que o músico vai reerguer em formato banda.
15 Agosto
Palco Zeca Afonso
Aquela banda ou artista que te fez comprar uma revista só porque trazia um poster que ficava a matar numa das paredes do teu quarto.
Beatles, mas não foi por causa do poster, foi por causa do CD com um play along para bateria da “Come Together”.
A banda ou artista que te fez comprar e usar uma T-shirt.
É possível que tenha usado uma dos Nirvana.
Chegaste a forrar um caderno da escola com autocolantes ou recortes de alguém?
Lembro-me de uma banda aqui do Porto, os MOSH. Faziam muitos autocolantes eles.
O primeiro disco em que usaste o dinheiro que tanto trabalho deu a enfiar no porquinho de barro.
Uma colectânea do Rui Veloso em 2006. Que forte inspiração nessa altura. Devorei esse disco quanto baste.
Os discos que os teus pais, irmãos e/ou primos mais te fizeram ouvir.
“The Wall” – Pink Floyd, “So” – Peter Gabriel.
Se pudesses viajar no tempo para ver um artista ou banda já desaparecidos, até onde te levaria a viagem?
Até 1994 para conhecer o Jeff Buckley ou a 1973 para ver o The Wall dos Pink Floyd ao vivo.
O melhor disco para curar um desgosto amoroso.
Nick Drake – “Pink Moon”.
E para ajudar a ultrapassar uma ressaca danada?
Todd Terje – “It’s Album Time”.
Três discos que voltam recorrentemente a entrar na tua playlist.
“Construção” – Chico Buarque, Ibrahim Maalouf – “Wind”, Arthur Rubinstein – “Nocturnes” (de Frédéric Chopin).
A canção alheia que gostarias de ter escrito.
Radiohead – “The Piramid Song”.
A melhor canção ou disco de 2022 (até agora).
“Enter the sQUIGG” – Mané Fernandes.
O filme de que gostaste tanto que já o reviste inúmeras vezes (e até já conseguiste decorar umas falas).
“La Gran Belleza”, do Paolo Sorrentino.
O filme que te fez chorar tanto que tiveste de esperar uns minutos para sair da sala de cinema (para que ninguém te visse de olhos espremidos).
“Amour” – Michael Haneke.
Aquele livro de que gostaste tanto que, se te tivesse sido emprestado, pensarias pelo menos duas vezes antes de devolvê-lo.
“A paixão segundo GH” – Clarice Lispector.
Se pudesses visitar um livro durante um dia, qual escolherias?
“Do lado de Swan” – Marcel Proust, por causa das descrições intermináveis e detalhadas sobre os lugares.
A cena mais romântica que já fizeste por alguém.
Fugi de casa, e faltei às aulas durante uma semana. (Para estar com a pessoa claro.)
Aquela comida de que gostas tão pouco que, se te for servida num jantar de amigos, tens de inventar uma dor de barriga.
Depende de quem a cozinha, muito coisa boa se torna facilmente intragável nas mãos de um mau cozinheiro. Mas…fígado.
O prato que comerias sempre se não pudesses morder outra coisa.
Arroz de tomate ou Banana com manteiga de amendoim.
Se tivesses Cem Soldos – o que, na moeda corrente, equivaleria a uma valente pipa de massa – para gastar numa extravagância, o que seria?
Uma carpintaria para me entreter a construir coisas quando for mais que adulto.
A actuação no Bons Sons vai ser…
Inefável.
Sem Comentários