Músico, compositor e artista multidisciplinar, Fernando Mota explora as linguagens, geografias e ferramentas que lhe cabem no prato. “Concerto para uma Árvore” cruza dois pilares do seu universo: a construção de instrumentos experimentais e a natureza como matriz das suas composições. A primeira pedra foi um carvalho da Serra de Montemuro, em Fevereiro de 2020; a pandemia intercedeu e deu-lhe tempo para se tornar “Hárvore”, com cordas esticadas entre os ramos e sinos em lugar de flores. Esse é apenas um de vários instrumentos em cena, para uma simbiose sónico-natural.
14 Agosto
Palco Carlos Paredes
Aquela banda ou artista que te fez comprar uma revista só porque trazia um poster que ficava a matar numa das paredes do teu quarto.
Iron Maiden.
A banda ou artista que te fez comprar e usar uma T-Shirt.
Nunca gostei de T-Shirts com bonecos.
Chegaste a forrar um caderno da escola com autocolantes ou recortes de alguém?
Era mais de desenhar as capas.
O primeiro disco em que usaste o dinheiro que tanto trabalho deu a enfiar no porquinho de barro.
Pink Floyd – “The Wall”.
Os discos que os teus pais, irmãos e/ou primos mais te fizeram ouvir.
Black Sabbath, Deep Purple, Led Zeppelin, Lynyrd Skynyrd.
Se pudesses viajar no tempo para ver um artista ou banda já desaparecidos, até onde te levaria a viagem?
Séc. XVIII para ouvir o Mozart a tocar.
O melhor disco para curar um desgosto amoroso.
Einstürzende Neubauten: “Silence is Sexy”.
E para ajudar a ultrapassar uma ressaca danada?
“Shiu!”.
Três discos que voltam recorrentemente a entrar na tua playlist.
O meu Spotify neste momento mostra na abertura: The Joe Rogan Experience, Bob Marley, Meredith Monk, uma Mix de Soul e Red Hot Chili Peppers.
A canção alheia que gostarias de ter escrito.
Qualquer uma de José Mário Branco.
A melhor canção ou disco de 2022 (até agora).
Sopa de Pedra: “Do Claro ao Breu”.
O filme de que gostaste tanto que já o reviste inúmeras vezes (e até já conseguiste decorar umas falas).
“Heart of a Dog”, da Laurie Anderson.
O filme que te fez chorar tanto que tiveste de esperar uns minutos para sair da sala de cinema (para que ninguém te visse de olhos espremidos).
Não digo e ninguém viu.
Aquele livro de que gostaste tanto que, se te tivesse sido emprestado, pensarias pelo menos duas vezes antes de devolvê-lo?
“Silence”, John Cage.
Se pudesses visitar um livro durante um dia, qual escolherias?
Matsuo Bashô, “O Eremita Viajante” [haikus – obra completa].
A cena mais romântica que já fizeste por alguém.
Atravessar o Atlântico e encher a casa de flores no aniversário dela.
Aquela comida de que gostas tão pouco que, se te for servida num jantar de amigos, tens de inventar uma dor de barriga.
Sou bom garfo.
O prato que comerias sempre se não pudesses morder outra coisa.
Cozido à Portuguesa.
Se tivesses Cem Soldos – o que, na moeda corrente, equivaleria a uma valente pipa de massa – para gastar numa extravagância, o que seria?
A casa-estúdio-oficina no cimo do monte com paredes de vidro viradas para o vale
(e viajar. sempre).
A actuação no Bons Sons vai ser…
Uma santa actuação.
Foto: Mário Melo Costa
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