Pedalar e correr para a liberdade era o desejo de Alfonsina. ”Aos 10 anos, o meu pai deu-me uma bicicleta. Muito mais rápida do que eu. Então anunciei: Eu, Alfonsina, serei ciclista”. Rapidamente aprendeu a dominar a arte de pedalar e, desde então, nunca mais deixou de pedalar: a paixão perpetuou-se ao longo da sua vida.
“Eu, Alfonsina” (Orfeu Negro, 2019) é uma homenagem a Alfonsa Rosa Maria “Alfonsina” Morini, mais conhecida como Alfonsina Strada, e a todas as mulheres que não se rendem. Ciclista italiana, Alfonsina Strada foi a primeira e única mulher a competir em corridas masculinas, como o Giro di Lombardia de 1917 e 1918 e a Volta à Itália de 1924.
Alfonsina rompe preconceitos. Luta contra tudo e contra todos, conquistando a liberdade de escolher fazer o que mais gosta. Demonstra que não há desportos para homens e outros para mulheres. Que o desporto é de todos, independentemente do género.
Num ambiente dominado pelo amarelo estamos perante um álbum que nos transmite optimismo, alegria, prosperidade e felicidade de viver, tal como Alfonsina viveu a sua paixão pelo ciclismo. Energia e criatividade são transmitidas pelos tons laranja. Aqui e ali avistamos uns tons de verde, para que a esperança e a liberdade não sejam esquecidas.
As guardas do livro marcam etapas desta aventura. As iniciais revelam tranquilidade e normalidade, próprias de uma cidade, apenas com uma bicicleta – talvez a que irá ser oferecida a Alfonsina. Já o cenário das guardas finais é muito diferente – somos convidados a acompanhar as grandes aventuras da “Rainha do Pedal” entre montanhas e vales, subidas e descidas.
Joan Negrescolor (Barcelona) é ilustrador e tem vários livros publicados. Colabora também com a imprensa e faz ilustrações para jogos e pinturas murais em diferentes cidades. Coopera com vários grupos que querem tornar Barcelona um lugar mais habitável.
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