São mais três os nomes que se juntam ao cartaz da edição de 2019 do festival Super Bock Super Rock, que irá decorrer de 18 a 20 de Julho na Herdade do Cabeço da Flauta, a poucos metros do Meco. À boleia dos press releases, ficam as apresentações de FKJ, Kaytranada e – hip hip, hurrah! – Superorganism.
Há sons claramente ligados a um lugar – o jazz dos clubes nova-iorquinos ou as vozes fadistas dos bairros de Lisboa –, mas há outro tipo de som que parece vir de uma série de lugares ao mesmo tempo; são músicas com um apelo universal e que vivem sem uma associação directa a um sítio ou a um determinado período histórico. Um bom exemplo deste segundo caso é a arte de FKJ (aka French Kiwi Juice). Vincent Fenton, multi-instrumentista francês, parece ter a banda sonora para vários tipos de situações: uma festa house, Hong Kong, uma roadtrip pela Austrália, um passeio nocturno pelas ruas da europa… A música de FKJ não parece estranha em nenhum destes lugares. Tudo começou na adolescência, quando o seu quarto servia de palco para o crescimento de uma personalidade artística realmente cativante. FKJ trabalhou em cinema, cresceu com todas essas experiências e hoje é um dos músicos mais promissores do continente europeu. Em 2012, editou o EP “Time For a Change”, revelando um artista empenhado em fazer uma pop cinematográfica e sofisticada. E a verdade é que é mesmo isso que podemos encontrar no álbum de estreia de FKJ, um registo homónimo editado em 2017. Electrónica, blues, soul, pop são alguns dos ingredientes que fizeram com que este disco fosse um sucesso em todo o mundo, alcançando milhões de audições no Spotify. Um dos mantras para o seu trabalho é a pergunta: “Porque existem fronteiras?”.
(19 Julho, Palco EDP)
Os Superorganism são um belo exemplo de uma banda que traz consigo o espírito de uma época – a nossa época. Trata-se de um projecto que reúne membros de vários países, do Reino Unido à Austrália, passando pelos Estados Unidos. Este encontro entre talentos deu-se através de fóruns de música na internet, o que diz muito da dinâmica dos Superorganism. Apesar das diferentes origens, o epicentro foi a cidade de Londres, com a sua multiculturalidade e efervescência criativa. Mark Turner (Emily), Christopher Young (Harry), Timothy “Tim” Shann (Tucan) e Blair Everson (Robert Strange) já tinham uma história em conjunto com a banda indie Eversons, e numa viagem ao Japão conheceram Orono Noguchi, que veio acrescentar mais mundo a este projecto. A partir da sua voz e das suas palavras nasceu “Something For Your M.I.N.D.”, o primeiro single de sucesso da banda, incluído na banda sonora do jogo FIFA 2018. Entretanto, Ruby e B, cantoras da Nova Zelândia, e Seoul, vocalista sul-coreano, também se juntaram a este supergrupo com oito elementos – e já moraram todos na mesma casa, entretanto transformada em estúdio de música, na East End de Londres. As influências passam por nomes como Pavement, Katy Perry, Weezer, Daft Punk ou Kanye West. A música dos Superorganism é feita destas diferentes sensibilidades e de uma paixão em comum pela cultura pop. Deste caldeirão nasce um som de todas as cores, com um toque de psicadelismo e muitos ecos que extravasam a música, deixando espaço para o diálogo com outras expressões artísticas – sem nunca deixar de ser pop, mesmo quando é estranhamente pop. O álbum de estreia, homónimo, saiu em março de 2018 e confirmou as melhores expectativas do público e da crítica, com temas tão fortes como “It’s All Good” ou “Everybody Wants to Be Famous”.
(20 Julho, Palco EDP)
Louis Kevin Celestin nasceu no Haiti e foi criado em Montreal, no Canadá. Hoje é um dos principais talentos do hip hop mundial. É verdade que o nome Kaytranada explodiu para todo o mundo em menos de dois anos, com produções irresistíveis e espectáculos memoráveis, mas este sucesso não é fruto do acaso e não foi construído de um dia para o outro. Kaytranada respira hip hop desde criança, enamorado pela cultura r&b e empenhado em acrescentar o seu nome a uma história cheia de ídolos. Quando o irmão lhe deu a conhecer um software para produzir beats, a sua vida mudou ali, com apenas catorze anos – e todos os sonhos estavam diante daqueles botões. Rapidamente começou a trabalhar como DJ e nunca mais parou de criar. Essa impressionante ética de trabalho garantiu-lhe um beat novo todos os dias e uma série de EPs logo a seguir. O seu som começou a ganhar notoriedade, graças a um talento demasiado evidente e a remixes de clássicos como Missy Elliot, Janet Jackson, TLC e Danny Brown, tendo chegado ainda a abrir concertos para Madonna. Batidas influenciadas por nomes como Dilla, um toque de soul e uma linha de baixo bem identificativa são elementos que explicam o estrondoso sucesso de Kaytranada. Os singles “Free Things In Life” e “At All” conquistaram as pistas de dança em todo o mundo e foram responsáveis por dar impulso à carreira de Kaytranada. O disco de estreia, “99.9%”, foi editado em 2016 e contou com as colaborações de nomes como Anderson.Paak, Vic Mensa, Little Dragon, Syd, Craig David, AlunaGeorge e BadBadNotGood. O público ovacionou e a crítica ficou rendida à personalidade artística de Kaytranada, capaz de brincar com diferentes géneros musicais e fazer com que a velha união entre o hip hop e a música de dança pareça mais atual do que nunca. O ano de 2018 trouxe mais um EP, “Nothin’ Like U/Chances”, e mais algumas boas razões para adorar Kaytranada.
(19 Julho, Palco EDP)
Promotora: Música no Coração
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