Ainda estamos longe no que toca ao calendário, mas a verdade é que a edição de 2018 do Super Bock em Stock, que se realiza nos dias 23 e 24 de Novembro na Avenida da Liberdade e arredores, começa a deixar água na boca.
Depois de um primeiro lote de confirmações, chegam agora três nomes que, só por si, valem a compra do bilhete único, que até dia 31 de Agosto pode ser comprado por 40€ – 45€ a partir do dia 1 de setembro e 50€ nos dias do Festival: The Saxophones, Natalies Prass e U.S. Girls.
Ficam os BI`s, tudo à boleia do press release.
Meghan Remy começou a fazer música no início dos anos 2000, emprestando o seu talento a algumas bandas de Chicago e Portland. Só mais tarde começou uma aventura a solo, gravando os seus primeiros embriões musicais com um gravador 4 pistas e um microfone. Quando o talento é mais do que evidente, os meios ajustam-se às coisas que o artista tem para dizer – e foi isso que aconteceu no início de U.S. Girls. Esta primeira fase criativa resultou em dois discos: “Introducing” e “Go Grey”, editados em 2008 e 2010. Os discos “U.S. Girls On Kraak” e “GEM” foram os passos seguintes, registos que chamaram a atenção de mais gente e que marcaram uma mudança no som de U.S. Girls, com a crescente utilização de samples. Mas as coisas só ficaram mais sérias a partir da assinatura com a editora 4AD e com o lançamento dos discos “Half Free” e “‘In a Poem Unlimited”, este último já na calha para ser um dos melhores discos de 2018. A música de U.S. Girls oferece-nos uma pop que tem tanto de estranha como de irresistível, que tanto nos faz dançar como pensar, e também há política nas canções de Meghan. Temas como “Mad As Hell” não enganam, estamos diante de uma artista que vai marcar o cenário indie dos próximos anos.
Natalie Prass nasceu em Richmond, na Virginia, mas foi em Nashville que deu os primeiros passos na música, escrevendo e actuando na sombra de outros artistas. Não demorou muito até que a voz delicada e as composições sofisticadas de Natalie começassem a chamar a atenção do meio em que se movimentava. O primeiro EP foi lançado em 2009, com o título de “Small & Sweet”, um nome que também poderia ser uma descrição da própria música de Natalie. E logo a seguir chega “Sense of Transcendence”, editado em 2011. No regresso a Richmond, Natalie Prass começou a trabalhar no álbum de estreia com a ajuda do amigo, também músico e uma influência para Natalie, Matthew E. White. Por motivos burocráticos, ainda demorou algum tempo até este disco homónimo ver a luz do dia, um facto que só fez crescer as boas expectativas do público e da crítica, totalmente correspondidas quando o álbum foi finalmente editado, em 2015. Na altura, lia-se no site da cantora: “Ela é uma alegria para qualquer ouvinte e tem uma energia genuína com uma mistura de sinceridade e insolência cósmica (…) Ela oferece tudo isso com o charme despreocupado e intuição quase divina”. Neste ano de 2018, Natalie regressou aos discos com “The Future and the Past”. O encanto continua a ser o mesmo e o som parece ser cada vez mais dançante, apesar de este ser um registo assumidamente confessional. As canções, essas, são algumas das melhores de 2018. “Short Court Style” é um single para ouvir com toda a atenção – e para fazer dançar ao mesmo tempo.
The Saxophones é uma dupla da Califórnia formada pelo casal Alexi Erenkov e Alison Alderdice. Ele é um multi-instrumentista, formado no jazz; ela é uma baterista que também empresta a sua voz às belíssimas canções que chegam agora até nós. Depois do EP “If You’re On The Water”, editado em 2016, deixar excelentes indicações, “Songs of The Saxophones” é o álbum de estreia, editado este ano, e que posiciona este duo como um dos projectos mais originais a surgir no cenário indie nos últimos tempos. O nome remete para o jazz, mas a música dos Saxophones está mais próxima de rótulos como “dream pop” ou até mesmo “ambient folk”. As canções deste novo disco foram escritas quando o casal vivia num barco, na Baía de São Francisco, num inverno particularmente húmido. As condições meteorológicas inspiraram a atmosfera do disco, com canções melancólicas, que revelam um interesse pelas sombras da existência, sem nunca perder uma suavidade muito característica deste duo californiano, que contrasta com a pungência de algumas das letras, diferentes capítulos de uma mesma história. Canções como “Mysteries Revealed” provam que estamos diante de um caso sério de talento.
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