É, certamente, o festival que mais se tem divertido a trocar de nome – e de patrocinadores -, numa ginástica gramatical que não tem afectado a qualidade da programação. E, a julgar pelos nomes já avançados para a edição de 2018 do agora Super Bock em Stock, não será desta vez que a Avenida da Liberdade irá chorar sobre o cartaz derramado. Para os dias 23 e 24 de Novembro, estão já confirmados 5 nomes: Johnny Marr, Elvis Perkins, Charles Watson, The Harpoonist and the Axe Murderer e Conan Osiris.
O bilhete único, válido para os dois dias do festival, está à venda nos locais habituais pelo preço de 40€, isto até ao dia 31 de agosto. Depois passam a 45€ e, para quem comprar num dos dias do festival, a brincadeira já irá aos 50€.
Este ano, os espaços que irão receber o festival sãoo Cinema São Jorge (Sala Manoel de Oliveira e Sala Montepio), Capitólio (Cine-Teatro, Bastidores e Terraço), Teatro Tivoli BBVA, Palácio Foz, Rádio SBSR na Estação Ferroviária do Rossio | IP, Garagem EPAL, Coliseu dos Recreios e Casa do Alentejo.
Fica, à boleia do press release, a apresentação dos primeiros 5 nomes do Super Bock em Stock.
Johnny Marr estreou-se a solo com o disco “The Messenger”, editado em 2013. O público e a crítica ficaram rendidos às novas canções criadas por Johnny Marr e à sua competência enquanto cantor, uma faceta do guitarrista menos conhecida até então. Um ano depois chegou “Playland” e, neste ano de 2018, Johnny Marr já nos presenteou com o seu terceiro disco a solo, “Call The Comet”. Como sempre, há melodias que se confundem com a cor do céu de uma cidade inglesa como Manchester, mas também há esperança e até optimismo nestas novas canções. “Hi Hello” é um belíssimo exemplar da boa forma de Johnny Marr – um homem que quer sempre mais e que não fica à sombra do passado. Foi guitarrista dos míticos The Smiths, fez parte dos Electronic, passou pelos The The, Modest Mouse e The Cribs.
Elvis Perkins é influenciado por nomes como Bob Dylan, Leonard Cohen, Van Morrison ou Nick Drake, mas também por outros mais próximos do seu tempo como Jeff Buckley, Elliott Smith ou Micah P. Hinson. Passou a sua infância e adolescência entre Nova Iorque e Los Angeles, e desenvolveu uma paixão pela música que o levou a aprender saxofone quando ainda era criança. No início da adolescência estudou guitarra com Prescott Niles, mítico baixista dos Knack, e começou a participar em várias bandas de rock. Na universidade começou a gravar as primeiras composições que viriam a integrar o seu disco de estreia: “Ash Wednesday”, gravado no ano de 2006 em Los Angeles. Uma das causas do sucesso deste registo são as letras do disco, com uma toada melancólica e um pendor surrealista. Três anos mais tarde, em 2009, edita “Elvis Perkins in Dearland” com uma banda formada por amigos e baptizada precisamente como “Elvis Perkins in Dearland”. “I Aubade”, editado em 2015, revela um artista mais maduro e mais próximo do registo íntimo do disco “Ash Wednesday”.
Charles Watson é cada vez mais um dos principais compositores e produtores londrinos da actualidade. Destacou-se por ser membro da banda The Surfing Magazines e, também, por fazer parte do duo Slow Club, juntamente com Rebecca Taylor. Mas Charles Watson também se começa a destacar a solo, como prova o seu disco de estreia, “Now That I’m a River”, editado em 2018. Além de ser uma estreia a solo enquanto intérprete, também é uma estreia promissora enquanto produtor. A esse nível, o disco destaca-se pelo uso de samples da sua própria voz, criando texturas vocais pouco ouvidas até então. Mas a produção não é o único ponto alto deste disco, também fortemente marcado pela qualidade lírica. Com a sensibilidade de um verdadeiro escritor, Watson foi buscar inspiração ao livro “Hello America”, de JG Ballard, algo que se nota nos temas das canções – mas também na própria linguagem usada neste disco. Sem preocupações comerciais e apenas concentrado na música enquanto arte, Charles Watson oferece-nos belíssimas canções que tanto nos levam até à América, como nos lembram o Oceano que nos separa.
Shawn Hall e Matthew Rogers conheceram-se na gravação de um jingle para rádio em 2006, e depressa perceberam que tinham uma afinidade mútua por certos géneros musicais, como o blues e a folk. No início o som estava mais ligado ao folk mas, com o passar do tempo, foram acrescentando electricidade às suas composições, algo que se nota nos concertos de The Harpoonist & The Axe Murderer, autênticas explosões de energia e carisma que reforçaram a popularidade deste duo de Vancouver. Influenciados por artistas com Willie Dixon, Jack White ou Danger Mouse, conseguem criar um blues adaptado a este século com uma irresistível pitada de funk. Editaram o primeiro disco em 2008. O segundo chegou quatro anos depois, em 2012. “Checkered Past” foi aclamado pelo público e pela crítica, fazendo crescer o sucesso da banda. O terceiro, editado em 2014, chama-se “A Real Fine Mess”, e explora como uma vida aparentemente bem sucedida pode ser assombrada por dúvidas e angústias. “Apocalipstick”, a mais recente rodela, chegou em 2017.
Conan Osiris é compositor, produtor e autor de um estilo musical que, segundo o próprio, se chama “música normal”. “Música normal é qualquer música que dê pra ser absorvida por um ser vivo. Música normal é uma música que dá para o que a pessoa quiser: rir, chorar, dançar, viajar, tomar banho…” Conan Osiris é o alter-ego de Tiago Miranda, um artista que está empenhado em mostrar que há uma nota musical em cada passo de dança, no álbum de estreia “Adoro Bolos”. As suas influências são variadas e bebe de géneros tão diferentes como fado, hip hop ou até metal, misturados com romance e humor.
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