Longe vão os tempos em que Angel Olsen era uma estrela anónima e pouco brilhante do universo folk. Após a edição de “Burn Your Fire for No Witness” (2014), longa-duração onde descobriu a electricidade e a juntou ao delicado e natural estado em que assenta o seu mundo, a sua carreira explodiu num big bang.
“My Woman” (2016) foi um dos grandes discos de 2016 onde, a uma orquestração desarmante, se aliava uma escrita refinada, poesia que apesar do charme teimava em deslizar para o lado sombrio da existência.
Este ano vimo-la ao lado de Alex Cameron numa grande canção chamada “Stranger’s Kiss”, mas o melhor chegaria com “Phases”, disco onde pegou em velhas demos, material nunca editado e algumas sobras de “My Woman”, tudo para nos oferecer um disco soberbo onde revela várias facetas e uma voz que, se fosse arrancada à literatura, seria a de Sherazade em As Mil e Uma Noites.
A compositora está de regresso a Portugal e, desta vez, pela porta grande, com concertos a solo no Centro Cultural de Vila Flor, em Guimarães (13 maio 2018) e no Teatro da Trindade, em Lisboa (14 e 15 de maio, já esgotados). É bom tê-la de volta menina Olsen.
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