“MEDEIROS/LUCAS junta Pedro Lucas e Carlos Medeiros na construção de uma nova topografia da música popular portuguesa. O último álbum editado em Março de 2016, “Terra do Corpo” assenta na dialéctica entre os textos inéditos de João Pedro Porto e a música original de Pedro Lucas: constroem as paisagens emocionais do Homem, em luta com o seu papel social, a sua dimensão pessoal e sua responsabilidade na construção do presente e futuro das sociedades. Mostra também dois açorianos cada vez mais desancorados da música tradicional, sem perderem de vista o referencial que tem insuflado o seu percurso.”
(retirado do site oficial Bons Sons)
O primeiro disco em que usaste o dinheiro que tanto trabalho deu a enfiar no porquinho de barro.
Que me lembre o ‘Hail to the Thief’ dos Radiohead e o “The Lost Tapes” do Bulllet, de uma só assentada, numa das primeiras viagens que fiz a Lisboa como jovem independente e pus um pé na FNAC.
Os discos que os teus pais, irmãos e primos mais te fizeram ouvir em pequeno.
Um “best of” de valsas do do Johann Strauss, o “Co’ as minhas Tamanquinhas” do Zeca Afonso e o Simon & Garfunkel ao vivo no Central Park, tudo pelo meu pai que era o único que punha música a rodar lá em casa. O meu avô tocava numa banda filarmónica que tinha uma versão do Rendez-Vous do Jean Michel Jarre que me fazia vibrar particularmente.
A banda ou músico que te fez comprar e usar uma T-Shirt.
Nenhuma na verdade mas poderiam muito bem ter sido os Deftones, ou os Strokes mais tarde.
O livro que, se não mudou a tua vida, terá pelo menos valido cada uma das pestanas queimadas.
Tantos: “On the Road,” “Divina Comédia”, “Aprender a Rezar na Era da Técnica”, “Ética”… mais recentemente “Os Cus de Judas,” o “Trópico de Câncer” ou o”O Som e a Fúria”, por exemplo.
O escritor ou músico – no feminino ou masculino – com quem gostarias de conversar por entre uns Mouchões e bolos dos santos (ou outro petisco qualquer).
Sei lá, com o gajo dos The Knife por exemplo, podia ser que me fizesse compreender alguma coisa sobre a Teoria de Género finalmente.
O filme que te fez sair da sala de cinema a meio – ou, pelo menos, mudar de canal.
Não me lembro.
Se pudesses viajar no tempo para ver um artista ou banda já desaparecidos, até onde te levaria a viagem?
Nina Simone em Montreaux.
O prato que comerias sempre se não pudesses morder outra coisa.
Mudava-me para um país tropical e comia mangas.
Se Cem Soldos fosse um reino e tu o manda-chuva, qual seria o teu primeiro decreto-lei?
Não sei, aquela cena que os Suíços queriam implementar de limitar o salário máximo dentro de uma empresa a 12x o salário mínimo dessa empresa era capaz de ser um dos passos, talvez até 8x ou 6x. Uma coisa assim que fosse mesmo meio social-democrata (não estou a falar do PSD).
Que bons sons – nacionais e não só – já nos trouxe este ano de 2017?
Eu normalmente espero pelas listas do fim do ano mas, depois de estranhar, começo a entranhar a novo disco dos Ermo muito bem. Gosto muito da Solange, da Anohni, dos Badbadnotgood e do Bon Iver de 2016 🙂
Três discos que voltam recorrentemente a entrar na tua playlist.
“II” dos Unknown Mortal Orchestra, “Brazil Classics 4: The Best of Tom Zé” e o “Kind of Blue”por exemplo.
A viagem que te fez pegar na caneta e escrevinhar uma música.
Nenhuma em particular, já houve muitos concertos que me fizeram viajar e fazer música depois.
A canção alheia que gostarias de ter escrito.
“Moonriver”.
Se a tua vida desse um livro seria…
“O Idiota” do Dostoiévski.
E se fosse uma canção?
“It’s a Rainy Day (Sunshine Girl)” dos Faust.
O que podemos esperar do concerto de Cem Soldos?
Vontade imensa.
Questões respondidas por Pedro Lucas.
Sem Comentários