“Manuel Fúria, artista português, é um quase cantor, do mesmo modo que poderíamos qualificar Padre António Vieira como um quase escritor. Começa a sua actividade como cabeça d’ Os Golpes e da Amor Fúria, Companhia de Discos do Campo Grande, fundada em 2007, responsável pelo cruzamento pródigo entre o rock e a música tradicional portuguesa. Dessa fase destacam-se canções como “A Marcha dos Golpes” ou “Vá Lá Senhora”, em dueto com Rui Pregal da Cunha, dos Heróis do Mar. No seu percurso a solo (na companhia dos Náufragos) destaca-se o denso e conceptual “Manuel Fúria Contempla Os Lírios do Campo”, de 2013. Do novo álbum, “Viva Fúria” já podemos ouvir “Nova”, “20.000 Naves” e, mais recentemente, “Aquele Grande Rio”.”
(retirado do site oficial Bons Sons)
O primeiro disco em que usaste o dinheiro que tanto trabalho deu a enfiar no porquinho de barro.
Uma peculiar e rara edição japonesa que juntava dois álbuns dos The Sound: “Jeopardy + From The Lions Mouth”. Comprado na lendária discoteca Orpheu, em Santo Tirso.
Os discos que os teus pais, irmãos e primos mais te fizeram ouvir em pequeno.
Como quaisquer pais que se prezem “Breakfast in America” dos Supertramp, coisas da Sade e Leonard Cohen em doses alarves, todas as viagens de automóvel, ao ponto da voz do canadiano ter ficado para sempre associada à náusea de certas curvas da Nacional Santo Tirso – Guimarães. Dos meus irmãos “Some Girls” dos Rolling Stones, o ao vivo da digressão “Steelwheels” também dos Rolling Stones, o “Kiss Me Kiss Me Kiss Me” dos Cure ou o “Serpent’s Egg” dos Dead Can Dance.
A banda ou músico que te fez comprar e usar uma T-Shirt.
Primeiro Sex Pistols, mais tarde Jeff Buckley numa t-shirt feita por mim.
O livro que, se não mudou a tua vida, terá pelo menos valido cada uma das pestanas queimadas.
“Crime e Castigo”.
O escritor ou músico – no feminino ou masculino – com quem gostarias de conversar por entre uns Mouchões e bolos dos santos (ou outro petisco qualquer).
Já cumpri esse desígnio com o Pedro Ayres Magalhães.
O filme que te fez sair da sala de cinema a meio – ou, pelo menos, mudar de canal.
Saí a meio do “Marialva Mix”, do Edgar Pêra.
Se pudesses viajar no tempo para ver um artista ou banda já desaparecidos, até onde te levaria a viagem?
Levar-me-ia a ver os Beatles em Hamburgo, não, os Clash, não, os Joy Division, não, espera, os Heróis do Mar no Rock Rendez Vous, é isso.
O prato que comerias sempre se não pudesses morder outra coisa.
Arroz de Lampreia.
Se Cem Soldos fosse um reino e tu o manda-chuva, qual seria o teu primeiro decreto-lei?
Organizar um exército para conquistar o resto de Portugal.
Que bons sons – nacionais e não só – já nos trouxe este ano de 2017?
Todos os singles dos Arcade Fire. E-x-t-r-a-o-r-d-i-n-á-r-i-o-s.
Três discos que voltam recorrentemente a entrar na tua playlist.
“Mãe” dos Heróis do Mar, “From The Lions Mouth” dos The Sound, “From Langley Park To Memphis” dos Prefab Sprout.
A viagem que te fez pegar na caneta e escrevinhar uma música.
Uma vez na Semana Santa, em Salamanca.
A canção alheia que gostarias de ter escrito.
“Everything Now” dos Arcade Fire.
Se a tua vida desse um livro seria…
O Livro de Jonas.
E se fosse uma canção?
“O Pastor” dos Madredeus.
O que podemos esperar do concerto de Cem Soldos?
Um grupo de músicos em boa forma a tocar bonitas canções.
Questões respondidas por Manuel Fúria.
Sem Comentários