No que toca à arte do dedilhanço criativo, Bruno Pernadas é, arriscamos dizer, o Cristiano Ronaldo da guitarra, esteja ela ligada à electricidade ou com o quadro em pousio. Porém, ao contrário do Ronas, que varia apenas entre as posições de ponta-de-lança, extremo e, se esticarmos um pouco mais a corda, segundo avançado, Pernadas podia até jogar à baliza, tratando por tu estilos tão distantes quanto a Folk, o Jazz, a Space Age-Pop, a Afro-beat, o Rock Psicadélico, a Electrónica ou a música Ambiente.
Com ampla formação musical (Escola do Hot-Club de Portugal e Escola Superior de Música de Lisboa), mora aqui um músico dado à versatilidade, seja como autor, arranjador e guitarrista nos Julie & the Carjackers, guitarrista no Real Combo Lisbonense ou em animadas road trips com nomes tão respeitáveis quanto o de Minta & The Brook Trout.
“How Can We Be Joyful In a World Full of Knowledge”, o disco de estreia de Bruno Pernadas, foi lançado a 31 de março de 2014, composto e produzido pelo próprio e a participação de vários músicos, entre os quais João Correia (Julie & the Carjackers, Tape Junk), Afonso Cabral (You Can’t Win, Charlie Brown), Francisca Cortesão (Minta & the Brook Trout, They’re Heading West) e Margarida Campelo (Julie & the Carjackers, Real Combo Lisbonense), um caldeirão musical que apetecia beber de penalti.
No ano seguinte arriscou compor duas malhas para os filmes “A toca de Lobo”, realizado por Catarina Mourão, e “Steamboat bill jr”, de Buster Keaton. Chegados a 2016, Pernadas subiu a fasquia e lançou dois discos de uma assentada, com títulos que dariam quadros de arte moderna: “Those who throw objects at the crocodiles will be asked to retrieve them” e “worst summer ever”. Dois discos onde, voltando ao princípio, pudemos assistir a um verdadeiro show de bola, à boleia de uma viagem através de vários continentes. Para desfrutar no dia 15 de Julho, Palco EDP, na edição deste ano do SBSR.
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