Por muito má que a expressão “batata quente” possa parecer quando aplicada ao que é passado de mão em mão como um derivado da peste negra, já na música transfigura-se num significado totalmente mágico – ainda por cima tratando-se de uma batata frita, descascada de fresco e sem necessidade de qualquer processo de congelação. Fala-se aqui dos Hot Chip, uma das mais distintivas e originais bandas que decidiram cruzar o universo da música de dança e que, ao fazê-lo, deixaram um rasto de pegadas indie.
A desbunda começou, desde logo, pelo EP de estreia “Mexico”. Lançado em 2000 nele cabia, como numa máquina de lavar que induzia à hipnose depois de tantas voltas, pulsões techno, guitarras acústicas e pianos fora de órbita, para além das vozes de Alexis Taylor e Joe Goddard que brincavam ao jogo do polícia bom vs. polícia mau.
Em 2006 e então pela DFA, lançaram aquela que será talvez a sua melhor rodela – “The Warning” – a que se seguiu, em 2007, um serviço público para a reputada colectânea DJ-Kicks. Ainda nesse ano, o single “Ready for the Floor” abriu caminho a “Made in the Dark”, disco que apresenta algumas das mais entusiamantes ondas groove e melodias pop que a banda já gravou até à data. “One Life Stand” seguiu-se em 2010, ano em que a banda se mudou de armas e bagagem para a Domino, editora na qual gravou dois discos que, apesar de estarem longe dos seus tempos de juventude, não deixam de conter algumas pérolas preciosas.
A banda que caminha num arame fugindo como ninguém à banda-sonora para pistas de carrinho de choque pisa o Heineken Stage no dia 8 de Julho. O rapaz da Lays também deve por lá aparecer.
NOS Alive 2016
7, 8 e 9 de Julho
Passeio Marítimo de Algés, Lisboa
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