No âmbito do CCBeat, o Centro Cultural de Belém recebeu no passado sábado os First Breath After Coma, no lançamento do seu novo disco “Drifter”.
Apesar da noite chuvosa a sala compôs-se de ouvidos ansiosos, inclusive os dos fãs leirienses que se deslocaram propositadamente de autocarro até à capital. A viagem em “Drifter” iniciou-se com o – já grande – tema “Salty Eyes”, onde a presença de três vozes da banda permitiu, fazendo dos espectadores tripulação, navegar por sons que evocaram memórias, momentos em que outrora tivemos vestígios de um pouco de mar nos olhos e demos ouvidos aos conselhos das nossas mães.
“Gold Morning Days” trouxe a secção de metais com três sopros distintos, cuja presença final se mostrou determinante na elevação da sonoridade da música. André Barros juntou-se à banda no tema “Nagmani” onde, juntamente com o piano, levou o mergulho desta viagem a mais uns metros de profundidade.
Percorremos de seguida a “Tierra Del Fuego: La Mar” e a “Tierra Del Fuego: Nisshin Maru”, numa complexidade sonora que fez com que qualquer espectador na sala ficasse de pelos eriçados – a terra do fogo trouxe batidas marchantes com um toque indígena.
Noiserv entra em palco no tema “Umbrae” que é, sem dúvida, um dos melhores deste álbum, e cuja fabulosa actuação só poderia mesmo ser superada pela presença do clown Rui Paixão. A viagem permitiu também o regresso a marés já conhecidas, como “Apnea” e “Shoes For Men With No Feet” e “Escape”, acentuando o som dos muitos pés vibrantes presentes na sala.
A tripulação navegou também pelos sete mares com o tema “Seven Seas”, passando da calma para a agitação das marés e sons que remeteram para o canto das sereias. A chegada ao cais deu-se com “Blup” e “Pretichor”, que assinalaram o fim já saudoso da navegação.
“Drifter” levou as pessoas presentes a explorar novas águas, permitindo navegar na turbulenta da superfície como, também, descer com calma à escuridão das águas. Grande noite – e concerto – esta para a banda portuguesa.
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