A voz de uma pessoa idosa é, regra geral, frágil e quebradiça, como porcelana. Depois existe, num universo paralelo, a voz potente, sombria e cavernosa de Iggy Pop. O ícone do punk-rock, a braços com a inevitabilidade do declínio, recusa-se a recuar pacificamente para as sombras.
A idade avançada da velha iguana – fez 69 anos em Abril – não tem tido grande efeito na sua produtividade. Na última década, entre reuniões dos The Stooges e trabalho em nome próprio, o cantor já lançou seis álbuns. “Post Pop Depression”, o mais recente disco a solo, arrecadou o aplauso generalizado da crítica – já há algum tempo que o músico não era alvo de tanta visibilidade.
Editado a 18 de Março deste ano, o disco conta com um elenco de estrelas da actual constelação rock: Josh Homme e Dean Fertita, dos Queens of The Stone Age, e o baterista Matt Helders, dos Arctic Monkeys.
“Post Pop Depression” bebe inspiração nos álbuns clássicos “Lust for Life” e “The Idiot”, que Iggy gravou em 1977, em colaboração com o seu amigo David Bowie.
Do trio Bowie, Lou Reed e Iggy Pop, apenas este último se mantém entre nós, o que não deixa de ser curioso: Iggy foi o mais auto-destrutivo e desregrado dos três. Talvez seja porque James Osterberg Jr. sempre foi um sobrevivente, um lutador.
Por tudo isto, o concerto de Iggy Pop no Super Bock Super Rock deste ano – 15 de Julho -promete ser um vibrante shot de adrenalina. Uma noite para celebrar, não só o passado lendário mas, também, a actual vitalidade do padrinho do punk.
Super Bock Super Rock 2016
14 a 16 Julho
Parque das Nações, Lisboa
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