Dentro do movimento musical dos anos 90 que ficou conhecido como “Britpop”, os Suede foram reis em todo o seu esplendor, tendo sido, muito provavelmente, a banda britânica incluída nesta categoria mais amada e aclamada dos últimos 20 anos. Depois de sete anos de interregno, ressurgiram em 2010 para oferecer aos fãs uma série de concertos e, em 2013, lançaram “Bloodsports”, um disco que não chegou a ser propriamente um sucesso.
Os criadores de “Trash” ou “She`s in fashion” gravaram este ano o 7º álbum de originais, intitulado “Night Thoughts” (Suede Ltd., 2016) e, mais do que um regresso muito aguardado, é acima de tudo um presente musical brilhante.
Claramente influenciados pela “Persona” e pelo legado de David Bowie, Brett Anderson e os seus companheiros dão-nos tudo o que queremos ouvir: as baladas sombrias e melancólicas em paralelo com os beats (ainda) dançáveis da pop britânica, num disco que, apesar de introspectivo, não deixa de ser grandioso.
Trata-se fundamentalmente de uma obra sólida e coesa (talvez a mais sólida e coesa da história da banda) e que, ao mesmo tempo, revela uns Suede mais maduros e, talvez por isso mesmo, sem medo de mostrar as vulnerabilidades e o seu lado mais frágil. Os momentos altos do álbum são as faixas “Outsiders”, “What I’m trying to tell you”, “Tightrope” e “The Fur and the feathers”.
“Night Thoughts” está longe de ser um regresso ao passado. Nunca a banda esteve tão moderna, tão forte e tão interessante. Finalmente encontramos os verdadeiros Suede, ressurgidos na sua essência e absolutamente completos na sua sonoridade e no seu talento para nos apaixonar. Imperdível.
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