• Mil Folhas
  • Música Com Cabeça
  • Cine ou Sopas
deusmelivro
Petzi, Ponto de Fuga
Mil Folhas, Zoom 0

Petzi em dose tripla marca o arranque editorial da Ponto de Fuga

Por Pedro Miguel Silva · Em 02/02/2015

Se hoje andar entre as 40 e as 50 primaveras, o leitor lembrar-se-á, muito provavelmente, de uns pequenos livros rectangulares, religiosamente apontando às 32 páginas, editados pela Difusão Verbo nos idos anos oitenta.

Fala-se aqui das aventuras do ursinho Petzi que, por falta de vestuário ou uma simples opção estética, vestia invariavelmente uma jardineiras vermelhas às bolas brancas, juntando ao visual um gorro azul quando o frio apertava.

Como qualquer herói da pequenada, Petzi fazia-se acompanhar por um grupo de curiosos e divertidos amigos: Pingo, o leal e perspicaz pinguim; Riki, o pelicano cujo bico servia para armazenar os mais incríveis objectos, desde bombons de framboesa a um serviço completo de louça; Almirante, a foca que conhece todos os segredos dos mares mas que, normalmente, prefere passar o tempo a dormir ou a fumar o seu cachimbo – isto nos tempos em que as personagens animadas ainda fumavam.

Criadas pelo casal dinamarquês Vilhelm (1900-1992) – ilustrações – e Carla Hansen (1906-2001) – texto -, as história de Petzi eram sempre acompanhadas por um humor subtil, ao mesmo tempo que transmitiam valores como a amizade, a entreajuda, o trabalho em equipa e, sobretudo, o espírito de aventura.

Petzi, Ponto de Fuga

A primeira tira foi publicada no vespertino Berlingske Aftenavis a 17 de Novembro de 1951, tornando-se rapidamente popular não só pela história como, também, pelo facto de os diálogos serem apresentados em legendas abaixo das ilustrações, em vez dos habituais balões à boa moda da banda desenhada.

Baptizado de Petzi em Portugal, França, Itália e Alemanha, o ursinho chama-se na verdade Rasmus Klump e, na Dinamarca – o seu país de origem -, é considerado um autêntico símbolo nacional, sendo uma das principais atracções do Tivoli – em Copenhaga -, um dos parques de diversões mais antigos e populares do planeta. Em 2001, para assinalar o 50º aniversário da personagem e a sua popularidade no país, foi emitida uma edição comemorativa de quatro selos.

Pois bem, a boa notícia é que as aventuras de Petzi estão de volta às edições nacionais pela mão da Ponto de Fuga, uma nova editora independente que, para lá de reeditar títulos que têm desaparecido das livrarias, assume o objectivo de publicar obras e autores de diferentes géneros – ficção, não ficção, poesia e infanto-juvenil.

Petzi, Ponto de Fuga

A reedição de Petzi começou dose tripla, com os volumes “Petzi constrói um barco”, “Petzi e a baleia” e “Petzi e a mãe peixe”; títulos que, apesar de se poderem ler como história individuais, começam a partir do último quadradinho desenhado na história anterior.

Para além de servir de apresentação de Petzi e amigos, “Petzi constrói um barco” inicia o leitor nas demandas arquitectónicas aceites pelo pequeno urso e companhia que, para construir um barco de dimensões apreciáveis, não precisam de instruções à moda do Ikea. Aliás, é o próprio Petzi que desenha o esboço que os irá ocupar muito atarefados durante as 32 páginas, a partir do momento em que, por puro acaso, encontram abandonada uma roda de leme; “Petzi e a baleia” marca o início de uma volta ao mundo por mar, em que depois de atracarem numa falsa ilha são conduzidos por uma baleia a um mundo desconhecido governado pelo Rei Úrsus; Em “Petzi e a mãe peixe”, depois de se fazerem novamente ao mar, Petzi e amigos dedicam-se a abrir os muitos presentes oferecidos pelo Rei Úrsus, antes de se decidirem por uma nova construção: uma vedação à volta do barco para evitar acidentes. Mesmo imerso em trabalho, Petzi tem tempo para travar amizade com a mãe peixe, oferecendo-lhe um presente de que esta nunca se irá esquecer. Para breve está já agendada a publicação de mais três volumes da colecção: “Petzi desscobre um tesouro”, “Petzi no país do sono” e “Petzi nas pirâmides”.

Quanto a futuros lançamentos, a Ponto de Fuga está a preparar uma nova edição de “Não percas a rosa”, o diário que Natália Correia manteve entre Abril de 1974 e Dezembro de 1975, no qual a escritora disseca as idiossincrasias do processo revolucionário iniciado com o 25 de Abril – a obra foi originalmente publicada em 1978.

Ponto de Fuga, Petzi

Para lá da vertente editorial, a Ponto de Fuga aposta também numa pequena loja instalada na sua sede – Rua de Ponta Delgada, em Lisboa – onde, além dos livros e produtos próprios, disponibiliza discos em vinil e uma selecção de títulos de outros editores, seguindo uma nova e louvada máxima: “não editámos mas gostávamos de ter editado”.

PetziPonto de Fuga

Pedro Miguel Silva

Pode Gostar de

  • O Céu da Língua, Gregorio Duvivier, Deus Me Livro, H2N Culture Connectors, Mil Folhas

    Gregorio Duvivier volta a mostrar-nos O Céu da Língua

  • 5L, 5L 2025, Deus Me Livro, Edite Guimarães, Entrevista, Mil Folhas

    Entrevista: Edite Guimarães apresenta-nos o 5L

  • O Som da Mentira, Amy Tintera, Deus Me Livro, Crítica, Singular, Mil Folhas

    “O Som da Mentira” | Amy Tintera

Sem Comentários

Deixe uma opinião Cancelar

Siga-nos aqui

Follow @Deus_Me_Livro
Follow on Instagram

Mil Folhas

  • O Céu da Língua, Gregorio Duvivier, Deus Me Livro, H2N Culture Connectors,

    Gregorio Duvivier volta a mostrar-nos O Céu da Língua

    08/05/2025
  • 5L, 5L 2025, Deus Me Livro, Edite Guimarães, Entrevista,

    Entrevista: Edite Guimarães apresenta-nos o 5L

    08/05/2025
  • O Som da Mentira, Amy Tintera, Deus Me Livro, Crítica, Singular,

    “O Som da Mentira” | Amy Tintera

    07/05/2025
  • Dentro da Tenda, Lucie Lučanská, Deus Me Livro, Crítica, Planeta Tangerina,

    “Dentro da Tenda” | Lucie Lučanská

    07/05/2025
  • Um Lugar Luminoso Para Gente Sombria, Mariana Enriquez, Deus Me Livro, Crítica, Quetzal,

    “Um Lugar Luminoso Para Gente Sombria” | Mariana Enriquez

    30/04/2025
Acha o Deus Me Livro diferente? CLIQUE AQUI.

Archives

  • May 2025
  • April 2025
  • March 2025
  • February 2025
  • January 2025
  • December 2024
  • November 2024
  • October 2024
  • September 2024
  • August 2024
  • July 2024
  • June 2024
  • May 2024
  • April 2024
  • March 2024
  • February 2024
  • January 2024
  • December 2023
  • November 2023
  • October 2023
  • September 2023
  • August 2023
  • July 2023
  • June 2023
  • May 2023
  • April 2023
  • March 2023
  • February 2023
  • January 2023
  • December 2022
  • November 2022
  • October 2022
  • September 2022
  • August 2022
  • July 2022
  • June 2022
  • May 2022
  • April 2022
  • March 2022
  • February 2022
  • January 2022
  • December 2021
  • November 2021
  • October 2021
  • September 2021
  • August 2021
  • July 2021
  • June 2021
  • May 2021
  • April 2021
  • March 2021
  • February 2021
  • January 2021
  • December 2020
  • November 2020
  • October 2020
  • September 2020
  • August 2020
  • July 2020
  • June 2020
  • May 2020
  • April 2020
  • March 2020
  • February 2020
  • January 2020
  • December 2019
  • November 2019
  • October 2019
  • September 2019
  • August 2019
  • July 2019
  • June 2019
  • May 2019
  • April 2019
  • March 2019
  • February 2019
  • January 2019
  • December 2018
  • November 2018
  • October 2018
  • September 2018
  • August 2018
  • July 2018
  • June 2018
  • May 2018
  • April 2018
  • March 2018
  • February 2018
  • January 2018
  • December 2017
  • November 2017
  • October 2017
  • September 2017
  • August 2017
  • July 2017
  • June 2017
  • May 2017
  • April 2017
  • March 2017
  • February 2017
  • January 2017
  • December 2016
  • November 2016
  • October 2016
  • September 2016
  • August 2016
  • July 2016
  • June 2016
  • May 2016
  • April 2016
  • March 2016
  • February 2016
  • January 2016
  • December 2015
  • November 2015
  • October 2015
  • September 2015
  • August 2015
  • July 2015
  • June 2015
  • May 2015
  • April 2015
  • March 2015
  • February 2015
  • January 2015
  • December 2014
  • November 2014
  • October 2014
  • September 2014
  • August 2014
  • July 2014
  • Contacto