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Os melhores livros de 2015: Ficção Portuguesa

Por Pedro Miguel Silva · Em 28/12/2015

#10
“Pai Nosso” | Clara Ferreira Alves

pai nosso

Mesmo a tempo de terminar o ano, o primeiro romance de Clara Ferreira Alves é uma lufada de ar fresco para os que esperaram tanto pela obra de estreia. Meticulosamente construído, a escritora entrelaça em “Pai Nosso” (Clube do Autor)as origens do terrorismo no Médio Oriente com Lisboa e tantas outras cidades através da história da fotógrafa de guerra Marie. Uma escrita demasiadas vezes preocupada com a contextualização e informação – hábitos de jornalista nunca se perdem – colocada nos episódios da vida de Marie.

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#9
“Éter” | António Cabrita

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Ler António Cabrita é, derivando do provérbio popular, ter um olho em Portugal e o outro em Moçambique, os dois países nos quais o autor tem alternado a sua vida. “Éter” (Abysmo), livro que reúne oito contos do escritor português, revela a língua portuguesa com um toque de perfume e magia africana, para além das muitas atribulações vividas no rectângulo europeu. Uma escrita envolvente, feita de melancolia, drama e um muito particular sentido de humor, terminando com uma interrogação que aproxima a filosofia da arte doméstica: «Há horas – em quantas horas se defenestra a eternidade? – que procuro recordar-me como se fecha o programa nº 5, nas máquinas de lavar loiça.» Estranhamente encantatório.
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#8
“Gnaisse” | Luís Carmelo

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“Gnaisse” (Abysmo) é uma história de morte, de cinzas, de loucura, onde o enigma se desvenda nas páginas finais, um pouco depois da chegada da irmã do professor que parece trazer consigo uma cura para o desamor. Ou, muito provavelmente, tudo se torna ainda mais indecifrável, deixando o leitor entregue a uma leitura circular, como circular – e assente na repetição – é, também, a própria efemeridade da existência. Mesmo longe do mundo dos versos e das quadras, a poesia mora nestas páginas.
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#7
“O Luto de Elias Gro” | João Tordo

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De certo modo, a esperança permanece ao longo das páginas de “O Luto de Elias Gro” (Companhia das Letras). Por detrás de todo o drama e tragédia construída por João Tordo, há «uma medida certa do amor» para os mais descrentes. Fica a sensação de vazio no final da história, o querer mais; o desejo de mais desenvolvimento pelos pormenores do narrador, da curiosa Cecília, de Erland e de todos os outros habitantes da ilha. João Tordo marcou, com cores bem intensas, a mudança como escritor.
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#6
As reencarnações de Pitágoras” | Afonso Cruz

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É difícil passar os olhos por qualquer um dos volumes da Enciclopédia da Estória Universal de Afonso Cruz e não sentir, por momentos, a evocação de Jorge Luis Borges. Uma evocação que não tem, porém, a ver com qualquer semelhança de estilo ou forma, mas antes pelo modo em como, através de frases curtas e carregadas de poesia, o autor português leva o leitor a viajar, de olhos fechados, por entre continentes e eras, num passeio que, neste “As reencarnações de Pitágoras” (Alfaguara) começa na Mesopotâmia e se estende até aos nossos dias, como que querendo provar que cada ser humano contém, dentro de si, uma enormidade de almas.
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#5
“A doença da felicidade” | Paulo José Miranda

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À semelhança do que havia acontecido com “A máquina do mundo”, Paulo José Miranda atira neste “A doença da felicidade” (Abysmo) o leitor para dentro de um labirinto, trancando a porta da entrada à chave e obrigando-o a encontrar a saída depois de uma longa peregrinação com ar de psicanálise – a do autor e, principalmente, a do leitor. Apesar de não perder de vista o hemisfério político, Paulo Miranda troca agora a violência pela felicidade, levantando questões universais que nos movem a todos: o que é o amor? O que é o medo? O que é o ciúme?
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#4
“O Torcicologologista” | Gonçalo M. Tavares

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“O Torcicologologista” (Caminho) vem cimentar o estatuto de Gonçalo M. Tavares como um escritor diferente de tudo o que vamos lendo por aí, um autor que parece caminhar numa linha de fronteira que divide, de forma (quase) imaginária, as fronteiras entre o génio e a loucura. O twist e a irreverência destes diálogos pós-socráticos estão no modo em como o autor mistura a filosofia e o habitual desencanto a que os filósofos estão condenados com um humor tremendamente corrosivo. Há, por exemplo, um conjunto de definições absolutamente deliciosas: a ideia define-se como um material intranquilo; a moda é algo que não tem um itinerário no tempo – como as ideias -, apenas no espaço; o acidente é aquilo que introduz a dor no que se previa ser prazer ou, pelo menos, tédio. Sejam bem-vindos ao estranho, desconcertante e genial mundo de Gonçalo M. Tavares.
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#3
“Flores” | Afonso Cruz

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“Flores” (Companhia das Letras”é um manifesto político com uma comovente história de amor lá dentro. Um livro que fala da memória e daquilo que resta de nós quando, de repente, a perdemos.
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#2
“O paraíso segundo Lars D.” | João Tordo

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João Tordo conduz-nos, em “O paraíso segundo Lars D.” (Companhia das Letras), a um lugar habitado pela solidão – a sua, a nossa e a das personagens que habitam o livro -, lugar esse que é, também, a morada do renascimento e uma porta aberta para novos começos.  Porque a solidão, como a cantava Kurt Cobain no seminal “In Utero”, pode ser também uma benção: “I miss the comfort in being sad”. Quanto ao Paraíso, tal como a vida, é aquilo que decidirmos fazer com ele.
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#1
“Arquipélago” | Joel Neto

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Um casamento destroçado, um filho perdido, o medo de amar cravado no fundo da alma, a inabilidade física para sentir tremer a tremer debaixo dos pés. É este o estado de espírito de José Artur Drumonde quando, numa tarde como as outras – mas sempre diferente, o tempo é ciclicamente incerto – na Ilha Terceira, se descobrem ossos humanos na casa do seu avô, que anda a reconstruir ao mesmo tempo que se vai (re)construindo – ainda que não o saiba – a si próprio. História de amores e desamores, finais e recomeços, “Arquipélago” (Marcador) tem o perfume dos grandes clássicos e o fôlego de uma grande epopeia, vivida num dos últimos paraísos da Terra. Um livro belíssimo.
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Os melhores de 2015

Pedro Miguel Silva

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3 Commentários

  • Ivone Marques Dias comentou: 29/12/2015 at 22:51

    Tenho lido muitos autores de língua portuguesa, mas estes me escaparam. Vou providenciar estes livros.

    Resposta
  • Livros de 2015: escolhas | Viagem das Letras comentou: 31/12/2015 at 11:03

    […] Os melhores livros de 2015: Ficção Portuguesa (Deus me livro) […]

    Resposta
    • Pedro Miguel Silva comentou: 03/01/2016 at 16:15

      https://viagemdasletras.wordpress.com/2015/12/31/livros-de-2015-escolhas/

      Resposta

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