I swear to devote my life to the destruction of piracy, greed, cruelty, and injustice, in all their forms, and my sons and their sons shall follow me.
Nome: Christopher (Kit) Walker.
Origem: A origem do Fantasma (The Phantom no original) remonta ao marinheiro inglês Christopher Standish (também conhecido por Christopher Walker) o qual, em 1536, após a morte do seu pai por um grupo de piratas, jurou ser um guerreiro do bem e combater sempre o mal. Uma promessa tão sentida que foi feita sobre a caveira do seu falecido pai. É desta forma que o legado do Fantasma tem início, um defensor da justiça que tem na caveira o seu símbolo e na descendência a sua continuidade. Como a maioria do mundo desconhece que o manto do Fantasma passa de pai para filho, lendas sobre a sua imortalidade começaram a ser criadas, valendo-lhe outros nomes tais como: “O Espírito-Que-Anda” ou o “Homem-que-nunca-morre”. Kit Walker, apesar de partilhar nome com o primeiro, é na realidade o 21º Fantasma.
Ocupação: É um protector das selvas de Bengala (país Africano fictício) que dedica a sua vida a combater o crime. O Fantasma pode actuar em qualquer local do mundo, mas a sua base de operações (e santuário) mantém-se sempre a mesma: a famosa Caverna da Caveira situada nas selvas de Bengala, por trás de uma cascata.
Características: Aos 12 anos foi para a América estudar e cedo provou que os seus talentos o levariam longe numa qualquer carreira. Contudo, mal recebeu a notícia de que o seu pai estava a morrer, não hesitou em abdicar da vida que levava para o substituir. A sua dedicação à causa do Fantasma é surpreendente, mantendo o seu legado vivo de uma forma que orgulharia todos os seus ascendentes. É um dos heróis mais justos, corajosos e ponderados, que é tanto protector dos inocentes como dos animais e da selva que habita. Longe de ser um comediante, o humor seco desta personagem tornou-se uma das suas características mais amadas pelos leitores.
Criação: O Fantasma surgiu nas tiras de jornal, pela primeira vez, a 17 de Fevereiro de 1936, criado por Lee Falk – o qual nunca deixou de o escrever enquanto foi vivo. Após a morte de Falk, em 1999, seria a sua mulher que, com base nas suas notas, viria a concluir as aventuras que haviam sido deixadas incompletas. Nos seus primeiros esboços a personagem esteve quase para se manter na América, chamando-se Jimmy Wells, um playboy de dia e um vigilante de noite. Uma opção que, a se ter concretizado, nos deixa a pensar se Batman não seria hoje uma personagem diferente daquela que conhecemos. Como todos os heróis, o Fantasma é filho do seu próprio tempo e, nos dias de hoje, dificilmente a sua história seria esta, uma vez que o conceito do herói colonialista já não tem o charme de outros tempos. De qualquer das formas, não deixando de ser mais um messias caucasiano em terras estrangeiras, a personagem foi evoluindo ao longo dos anos, mantendo sempre um lado político forte, onde luta contra a injustiça e a desigualdade entre povos. O Fantasma poderá ter uma origem criticada, mas será sempre um herói e um dos mais longevos, continuando a ser publicado há já quase 80 anos.
Companheiros: O Espírito-Que-Anda pode ser, muitas vezes, um herói individualista, mas está longe de estar sozinho. Os seus principais companheiros são:
– Diabo, um lobo que o acompanha para todo o lado;
– Herói, o cavalo;
– Dart, o falcão;
– Joomba, o elefante;
– A patrulha da selva.
Ocasionalmente, o mágico Mandrake também já colaborou com ele. Mandrake é, a par do Fantasma, a criação mais popular de Lee Falk.
Habilidades Especiais: Um homem pode morrer, mas um símbolo é eterno. Nessa máxima, o conceito do Fantasma é imortal, só que o mesmo não se pode dizer do homem que envereda o seu manto. Kit Walker não tem qualquer habilidade especial e está longe de sobreviver para sempre. É, no entanto, um atleta e lutador exímio, sendo praticante de uma variedade de artes marciais e um excelente atirador.
Utensílios: Tradicionalmente, o Fantasma tem sempre consigo duas pistolas (M1911 de calibre .45) e um punhal. Além disso é conhecido pelos seus famosos anéis, os quais contribuíram muito para a sua imagem de marca. Na mão esquerda ostenta o anel da “Marca do Bem”, que consiste na figura de quatro espadas em cruz com um P na ponta (o seu nome em inglês é Phantom), sendo usado para conferir protecção àqueles que o Fantasma defende; na mão direita, o anel escolhido é o da “Marca do Mal”, mais conhecido por “Marca da Caveira”. Tal como o seu título indica, este anel ostenta a imagem da caveira e é usado pelo herói para marcar os seus inimigos.
Principais vilões: A Singh Brotherhood, um sindicato do crime, descendentes do grupo de piratas que matou o pai do primeiro Fantasma.
Interesses Amorosos: Walker teve muitas pretendentes mas o seu coração pertenceu sempre a uma só mulher: Diana Palmer. Palmer começou por ser a sua namorada de faculdade, permanecendo uma figura presente nestas histórias, até, eventualmente, terem casado. Juntos tiveram dois filhos, um dos quais viria a ser o 22º Fantasma.
Influências: Estas histórias nascem do fascínio que Falk nutria por mitos e lendas, em particular as de El Cid e do Rei Artur, bem como das oriundas da mitologia grega e nórdica. Apesar de as maiores influências na personagem terem vindo do “Livro da Selva” e do “Tarzan”, é ao Robin Hood que o autor foi tirar ideias para a roupa.
Curiosidades: No dia 28 de Maio de 1939 “O Fantasma” foi publicado pela primeira vez a cores e, para surpresa de muitos, o seu fato apareceu da cor lilás. Lee Falk sempre o havia imaginado cinzento e a escolha do lilás por parte do colorista permanece algo misteriosa. Eventualmente o autor aceitaria esta alteração, mas não sem antes vincar bem nos primeiros textos que o fato era mesmo cinzento. O Fantasma é o primeiro herói de BD a usar um fato justo e a mítica máscara que cobre os olhos com a cor branca, ambos utensílios que se tornaram clássicos no universo dos super-heróis. Em relação a Bengala, terra do Fantasma, estava originalmente situada em Java na Indonésia, mas posteriormente, nos anos 40, Falk mudou a sua localização para a Índia, uma opção que se provaria igualmente temporária. Só depois dos anos 60 é que Bengala encontrou o seu lugar definitivo no mapa do mundo, o continente Africano. Para terminar, vale a pena referenciar que o pai do primeiro Fantasma havia sido um dos marinheiros da frota de Colombo.
Adaptações: Em cinema, “The Phantom” foi adaptado em 1996 por Simon Wincer, com Billy Zane no papel principal. É um daqueles filmes que se tivesse estreado nos anos 80 teria hoje uma aura de culto muito maior – “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”. Na animação a personagem já foi muito mais prolífica, salientando-se a clássica animação “Defenders of the Earth” (1986-1987), a qual juntava o Fantasma (neste caso o 27º) ao Flash Gordon e ao Mandrake, entre outros.
Onde começar a ler: A começar é de aproveitar as compilações que têm feito das tiras de jornal de Lee Falk. Se preferirem saltar para a fase modernizada da personagem, então fica a sugestão de procurar as desenhadas por Sy Barry, algo que poderá ser, infelizmente, uma tarefa complicada. Na Austrália a Frew Publications tem publicado todo o material desta personagem, uma vez que por lá o Fantasma é mais lido que o Super-Homem ou o Batman.
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