Para miúdos e graúdos. É este o espírito que preside e continuará a dar cartas em 2016 no que à Orfeu Negro diz respeito, com os livros para crescidos a chegarem às livrarias com o selo da Orfeu Negro enquanto os mais novos se vão divertir com os títulos publicados através da colecção Orfeu Mini.
Para os mais pequenos o semestre promete muitas e boas novidades, divididas entre ilustradores e escritores nacionais e internacionais. Já este mês será lançado “A Baleia“, de Benji Davies, a história de uma grande amizade entre o Noé, um rapaz que vive à beira do mar com o seu pai, e uma baleia que acabou encalhada na areia. Trata-se do primeiro título do ilustrador britânico a ser publicado no nosso país.
Em Fevereiro chegam às livrarias mais dois títulos com o selo da Orfeu Mini: “O que aconteceu à minha irmã” e “O Sr. Tigre torna-se selvagem”. Após a publicação de “Quero um abraço”, a Orfeu lança o novo livro da autora Simona Ciraolo. “O que aconteceu à minha irmã?” conta a história açucarada – ou terrnurenta, se preferirem – de uma menina que, muito intrigada com a sua irmã adolescente, tenta a todo o custo desvendar este grande mistério: quem é esta nova irmã que já não gosta de brincar e anda a toda a hora a segredar pela casa?
Do mesmo autor do clássico instantâneo “A minha professora é um monstro” – lançado pela Orfeu em 2014 – chega-nos “O Sr. Tigre torna-se selvagem“. Ao contrário dos seus amigos, o Sr. Tigre fartou-se de tanta seriedade à sua volta, ficando tão farto que decidiu divertir-se e libertar o seu lado selvagem. Espera-se mais uma boa dose de humor e irreverência servidos de bandeja por Peter Brown.
Em Março levantam-se ao alto os corações nacionais com a edição do novo livro de Catarina Sobral, cujo título, capa ou qualquer vislumbre de desenhos continuam no segredo dos deuses da ilustração. Mas vai também gritar-se “Aqui há gato!“, o livro da artista brasileira Renata Bueno que tem a boa mania de brincar com códigos de barras recortados e o costume não menos saudável de criar novos objectos e personagens ao ritmo de palavras que parecem cantadas. Esperem por cobras, foguetes, botas e jacarés (e talvez um gato).
Para Abril a passadeira vermelha será estendida à passagem de Chris Haughton, um dos mais aclamados e conhecidos ilustradores a nível internacional que chega finalmente em Portugal. Em “Mamã“, o Pequeno Mocho tirou uma sesta e caiu do ninho, perdendo-se da Mamã Mocho e tendo de recorrer aos outros bichos para encontrar o caminho de regresso à casa (ou melhor, ao ninho).
Maio será um mês de regressos, com a publicação de livros a que estão ligados dois dos nomes mais interessantes da literatura infantil: Oliver Jeffers e Davide Cali. Depois do êxito de “O dia em que os lápis desistiram”, provavelmente um dos mais incríveis livros infantis publicados nos tempos modernos, está de volta o rebuliço com Drew Daywalt e o grande Oliver Jeffers. Agora, os lápis perdidos e esquecidos pelo Duarte escrevem-lhe a partir de vários cantos do mundo, pois estão com muita vontade de regressar a casa. Já os leitores serão brindados com uma colorida colecção de postais que os levará aos destinos mais exóticos do globo.
Para quem seguiu à risca os conselhos dados em “Não Fiz os Trabalhos de Casa Porque…”, vão haver mais dicas do aluno mais imaginativo do bairro, que desta vez terá de explicar à professora a razão de ter chegado atrasado à escola. Terá sido atacado por formigas gigantes ou por um monstro em forma de bolha? Davide Cali e Benjamin Chaud vão explicar tudo em “Cheguei tarde à escola porque…”. Para Maio há também uma boa notícia escrita com caracteres nacionais: o novo livro de Madalena Moniz será apresentado na Feira do Livro de Lisboa.
Já os mais graúdos têm também motivos mais do que suficientes para fazer a festa, ainda que os calções e os chinelos sejam aqui trocados por uma fatiota com um ar mais sério e respeitável.
Março traz de volta aos escaparates “Sinais de Cena”, uma Revista de Teatro e Artes Performativas fundada em 2004 e que este ano tem direito à inauguração de um segunda série com periodicidade anual. O primeiro número é dedicado ao tema «Teatro e Memória» e, entre os vários artigos, estão textos de Carol Martin, Joana Craveiro, uma entrevista a Mónica Calle e um tributo a Georg Büchner. Há também “História do Espelho”, de Sabine Melchior-Bonnet, que se debruça sobre o facto de este objecto raro e precioso na Antiguidade ter passado a elemento banal na época contemporânea, influenciando inegavelmente a formação da nossa sensibilidade e percepção. O objectivo da autora é o de refazer a sua história e, também, esboçar a história da relação do homem com a sua própria imagem e fantasmagoria.
No mês dos cravos celebra-se o lançamento de “Azul – História de uma cor”, do sempre obrigatório Michel Pastoureau. Após o lançamento da obra “Preto – História de uma cor”, em 2014, a Orfeu Negro prossegue a publicação da trilogia das cores de Michel Pastoureau, um dos maiores especialistas na simbologia e heráldica.
Em Maio faremos “O Exercício Experimental da Liberdade”, onde o reputado curador e ensaísta Delfim Sardo reflectirá sobre as vanguardas e práticas artísticas do século xx, questionando a premissa utópica de uma emancipação da arte relativamente à representação.
Em Junho, Jonathan Crary mostra as “Técnicas do Observador”, partindo da análise dos vários dispositivos ópticos que surgem no século XIX para demonstrar como a formatação da visão é indissociável de uma operação de normalização da figura do observador. Uma referência fundamental em todas as listas bibliográficas de Cultura Visual e História de Arte.
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