Já são 18 os nomes escrevinhados no cartaz do Super Bock em Stock, festival que se realiza nos dias 22 e 23 de Novembro em vários pontos da Avenida da Liberdade e arredores. Os bilhetes (válidos para os dois dias) estão à venda nos locais habituais ao preço de 45 euros. Ficam as devidas apresentações à boleia dos press releases.
Michael Kiwanuka nasceu em Muswell, Londres, no ano de 1987, depois de os pais terem fugido do Uganda, forçados pelo regime de Idi Amin. As primeiras paixões musicais foram suscitadas pelo rock – com Radiohead e Nirvana à cabeça. Quando é assim, criar uma banda de covers é quase sempre o passo seguinte na sintomatologia do jovem apaixonado e foi mesmo isso que Michael Kiwanuka fez, quando estudava jazz na Royal Academy Music e música pop na Universidade de Westminster. O seu talento começava a dar nas vistas e um dos primeiros a reparar nisso foi Paul Butler (The Bees), que o incentivou a gravar as primeiras canções. Pouco depois assinava com a editora Communion (Mumford & Sons) e editava os EPs “Tell Me a Tale” e “I’m Getting Ready”. Por esta altura, o nome de Michael Kiwanuka já estava no mapa dos melómanos – e a liderança no BBC Sound Of 2012 foi a materialização dessa crescente expectativa. E o primeiro disco chegaria em 2012, precisamente. “Home Again” foi um sucesso comercial e artístico, entrando para os tops e tendo sido nomeado para um Mercury Prize. Michael correu o mundo, mas em 2015 estava na altura de voltar ao estúdio. “Love & Hate” saiu em 2016, com o selo de qualidade da produção de Danger Mouse. Com este segundo registo, Michael Kiwanuka quis arriscar um pouco mais, experimentou, mas isso não afectou as vendas – pelo contrário, o disco assumiu a liderança do top de vendas em Inglaterra. As influências de vozes como as de Van Morrison ou Curtis Mayfield são óbvias, mas Michael Kiwanuka tem conseguido desenvolver uma linguagem muito própria, numa mistura audaciosa de folk, indie rock e r&b. Em 2019, editou mais um single de sucesso: “Money”, com Tom Misch. O seu terceiro disco, um homónimo, de novo produzido por Danger Mouse, chega em Outubro de 2019. A escrita está mais apurada do que nunca e o público português terá aproximadamente um mês para ensaiar essas novas canções.
Curtis Harding é uma das figuras do melhor rock e r&b da actualidade. Nascido e criado e, Saginaw, Michigan, Curtis experimentou o palco muito cedo, acompanhando a mãe, também artista. Mais tarde fixou-se em Atlanta e foi lá que começou a dar nas vistas. A sua voz forte e marcante valeu-lhe colaborações como nome como Outkast e Cee-lo Green (neste caso, uma colaboração com vários capítulos). A partir de 2011, a carreira de Curtis conheceu um novo quando se cruzou com Cole Alexander, guitarrista da banda Black Lips. Depressa descobriram que partilhavam a paixão pela música soul de tempos antigos e essa partilha resultou no projeto Night Sun, uma fusão de r&b com rock de garagem, editado pela Burger Records. A editora puxou pelo músico, o músico puxou pela editora e “Soul Power”, o primeiro disco a solo, apareceu em 2014. O público e a crítica ficaram rendidos a esta fusão: soul, r&b, punk, tudo junto e nada a mais, até porque, para Curtis Harding, “soul é a essência e não a forma”. O segundo disco, “Face Your Fear”, foi produzido pelo próprio Curtis em colaboração com Danger Mouse e Sam Cohen.
João Coelho nasceu em Setúbal, filho de mãe portuguesa e pai angolano. Fez-se Slow J para a música, aberto a todas essas influências. Durante a infância e a adolescência andou de um lado para o outro, dentro e fora de Portugal, convocando várias culturas para a sua identidade. Nessas viagens, a música sempre foi a companheira de eleição. Depois de descobrir a sua paixão pela guitarra e pelo Fruity Loops, voou para Londres para estudar engenharia de som. Nesse período produziu até mais não e esperou pelo regresso a Portugal e pelo encontro com o estúdio de gravação. Entre estúdios profissionais, guest houses e o quarto em casa dos pais, João produziu, escreveu e interpretou os seus dois primeiros registos: “The Free Food Tape”, o EP que o colocou no mapa, e “The Art Of Slowing Down”, o seu primeiro disco, um dos melhores discos portugueses dos últimos anos. Passados dois anos, 2019 é a melhor altura para mais um passo, um passo firme chamado “You Are Forgiven”. O segundo álbum de Slow J é uma narrativa musical extremamente íntima e autobiográfica que dá a conhecer a labiríntica jornada interior de um ser humano que procura simplesmente ser ele próprio e ser feliz. Inspirada nas experiências reais da vida de J, esta obra foi concebida para converter energia negativa provocada pela fama e pela culpa em sucesso privado e aceitação – uma busca por perdão próprio, entre o ruído e o silêncio. “You Are Forgiven” fala tanto aos jovens como aos adultos, convidando todos a não pararem de sonhar e a não deixarem que a ideia de sucesso aos olhos dos outros limite a própria procura pela felicidade. Nas palavras do próprio: “ir de viver a vida em que eu devia ser feliz, para viver a vida em que eu sou feliz simplesmente, independentemente da ideia de sucesso dos outros”.
Se há dúvidas quanto ao futuro da música folk, estas dissipam-se quando se ouve Kevin Morby. Herdeiro de Dylan e de tantos outros trovadores norte-americanos, Kevin faz parte de uma geração de cantores folk que inclui nomes como Angel Olsen ou Kurt Vile. Antes da carreira a solo, o senhor Morby viveu bons momentos em grupo, indispensáveis para o seu crescimento artístico, primeiro nos Woods e depois na dupla The Babies, com Cassie Ramone. Quando deixou Brooklyn e mudou-se para Los Angeles, gravou uma colecção de canção dedicada à cidade de Nova Iorque. Aí percebeu-se que o seu caminho a solo começava a ganhar forma e em 2013 Kevin gravou aquele que seria o seu primeiro disco em nome próprio: “Harlem River”. E “Still Life”, o segundo disco, foi editado logo no ano seguinte. Kevin juntou amigos e arriscou um pouco mais, apresentando um registo que vai além da relação íntima entre um homem e a sua guitarra. E por essa altura o público e a crítica já estavam rendidos às canções clássicas e sempre belas de Kevin Morby, mas a aclamação só aumentou com os discos que vieram a seguir: “Singing Saw” e “City Music”. Nestes anos publicações com a Mojo, a Uncut ou a Pitchfork não o deixaram de fora das listas dos melhores. A sua ética de trabalho descansa os fãs: já se sabe que não é preciso esperar muito para ouvir canções novas. E 2019 é o ano de mais um disco. “Oh My God” explora as inquietações espirituais de Kevin Morby, cada vez mais maduro, e num constante diálogo com referências como Lou Reed ou BoB Dylan (a fase gospel, neste caso).
O rock belga sempre deu bons frutos e os Balthazar são mais um exemplo disso mesmo. Tudo começou em 2004, quando Maarten Devoldere, Jinte Deprez e Patricia Vanneste ganharam uma competição de jovens talentos com a música “Lost and Found”. E, de facto, os jovens belgas não se perderam pelo caminho e incluíram esse mesmo tema no EP homónimo editado em 2006. E no ano seguinte a Bélgica começou a ficar pequena para tanto talento. Seguiram-se as primeiras actuações em França, na Alemanha, Holanda, Suíça e até África do Sul. O primeiro disco da banda chegou em 2010 e entrou directamente para o top de mais vendidos na Bélgica. Com a preciosa colaboração de Noah Georgeson (Strokes, Joanna Newsom, etc), o segundo disco da banda, “Rats”, viu a luz do dia em 2012, editado pela Play It Again Sam. A banda continuou a crescer, marcando presença em alguns dos melhores festivais europeus. A atmosfera psicadélica, sem saudosismos, a identidade electro-pop e os rasgos punk fazem dos Balthazar uma das melhores bandas indie do velho continente. Entretanto, a banda venceu os desafios da rotina e conseguiu reinventar-se em “Fever”, o último disco da banda, editado neste ano de 2019.
Quando ouvimos as canções de Col3trane logo percebemos que este é um artista obcecado pela música, também enquanto ouvinte. Com apenas vinte anos já nos tem para oferecer temas escuros e confessionais, numa síntese perfeita de soul, hip hop e r&b. Nascido e criado em North London, as primeiras memórias musicais de Cole remetem para as longas viagens de carro em que ouvia nomes como David Bowie, Michael Jackson, Prince (o preferido da mãe) e os principais sucessos da Motown. Mais tarde veio o rap, a paixão por Nas, Biggie e outros, e a vontade de fazer a sua própria música. Não demorou até que começasse a soltar as primeiras faixas na plataforma SoundCloud. Nestes tempos a oferta é muita, num mundo cada vez mais competitivo, mas as canções do jovem Cole destacaram-se pela qualidade. Em 2017 editou “Tsarina”, uma mixtape em que podemos ouvir as múltiplas influências de Cole (Michael Jackson, “Purple Rain” e muito rap, claro) e a sua capacidade de fazer vibrar cordas diferentes, indo ao encontro do estado de espírito de quem o ouve. A segunda mixtape, “BOOT”, atira-se à cena jazz londrina, dialogando com referências contemporâneas como a saxofonista NUBYA Garcia e o baterista/compositor Moisés Boyd. O novo EP, “Heroine”, prova que Cole é um artista com muita coisa dentro de si – contraditório, experimental, sempre apaixonado, nunca perde um irresistível apelo pop.
Tudo começou quando seis rapazes começaram a desenvolver a sua própria linguagem, além daquilo a que convencionalmente se chama punk rock, sem nunca negar essa tradição, no entanto. Formados em 2015, os Viagra Boys são influenciados por nomes como Screaming, Jay Hawkins, Buthole Surfers, Suicide, Dead Kennedys, entre outros. Nestes últimos quatro anos tornaram-se uma referência do melhor rock escandinavo. Apesar de o nome da banda ter uma conotação sexual, a escolha aproxima-se mais de uma crítica ao papel do homem na sociedade. Quando Henrik “Benke” Höckert e Sebastian “Sebbe” Murphy saíram para uma noite de karaoke, mal sabiam que aquele momento de diversão ia mudar as suas vidas, mas assim que Sebbe começou a cantar, Benke apercebeu-se de que estava diante de algo realmente especial. A primeira gravação da banda tinha o nome de “Cosistency of Energy”. E a energia inicial manteve-se por ali nos registos que se seguiram. E os primeiros concertos também não deixaram quaisquer dúvidas: os Viagra Boys eram mesmo um caso sério. E a reputação no circuito underground rapidamente se transformou na atribuição de um grammy sueco. Em 2017 começaram a trabalhar no primeiro disco. “Street Worms” foi editado no ano seguinte e confirmou todas as melhores expectativas.
Ahmed Gallab é simplesmente Sinkane para o mundo da música. Apesar de ter nascido em Londres, Gallab viveu no Sudão durante vários anos, um facto que acabaria por influenciar a sua música anos mais tarde. Em maio de 2008 editou o primeiro EP: “Color Voice”. No mesmo ano também fez estrada enquanto baterista, a acompanhar nomes como Caribou e Of Montreal. Um ano mais tarde, editou um disco homónimo, o que lhe permitiu chamar a atenção da DFA – uma editora à medida da sua música. Foi aí que o nível subiu, como ficou evidente nos discos que se seguiram. Em 2012, “Mars”, e em 2014, “Mean Love”. Por esta altura, o mundo indie já estava de olhos postos em Sinkane, mas o músico continuou o seu caminho marcado pela genuína vontade de fazer coisas com valor artístico, com projectos paralelos como a Atomic Bomb! Band, uma banda de world music dedicada ao mestre do funk William Onyeabor. Depois de “Life & Livin ‘It”, editado em 2017, Sinkane regressou aos discos em 2019, com “Dépaysé”, um registo de auto-descoberta com fôlego para ir a temas como a imigração. O seu estilo ecléctico, cozinhado com free jazz, afrobeat, shoegaze e até reggae, vai combinar na perfeição com a atmosfera vivida no Super Bock em Stock.
Ady Suleiman, nascido e criado na histórica cidade de Grantham, Inglaterra, é um exemplo da sorte que é nascer numa casa com muita música. A colecção de discos do pai era generosa, influenciou-o desde muito cedo e teve nomes como Jimi Hendrix a exercer um enorme fascínio sobre a personalidade do jovem Ady. Não demorou muito até que a sua sensibilidade artística se estabelecesse em territórios como o r&b, o jazz, o reggae e a soul. Com apenas 14 anos já escrevia as suas próprias canções e os concertos vieram logo a seguir, na Universidade de Liverpool. Mas a decisão de levar a música mais a sério só surgiu depois de terminar os estudos, depois de perceber que havia uma cena soul a fervilhar bem perto de si. O sucesso de Ady começou por ser local, mas rapidamente eclodiu depois de vencer o Breakthrough Act of the Year nos Worldwide Awards de Gilles Peterson. Uma das consequências mais imediatas desse prémio foi assinar pela Sony, que colocou cá fora alguns dos seus singles e EPs. Pouco depois, Ady começou a sofrer de depressão e ansiedade, problemas que viriam a influenciar as suas letras, cada vez mais francas e à flor da pele. Essa e outras experiências pessoais são precisamente a base do seu disco de estreia, “Memories”, editado em 2018, produzido pelo próprio com a ajuda preciosa de nomes como Eric Appapolay e Grades.
Roberto Carlos Lange nasceu na Florida, em 1980. Filho de pais equatorianos, o jovem Lange cresceu a ouvir música eletrónica de Miami. Mais tarde estudou arte na Savannah College of Art and Design e foi mais ou menos nessa altura que a música começou a aparecer na sua vida com mais força, depois de também ter estudado design de som e programas de áudio. No início dos anos 2000 começou a gravar as primeiras canções, com assinaturas diferentes (ROM, Epstein, Boom & Birds). Depois de se mudar para Brooklyn, a produtividade continuou em alta, desta feita em colaboração com Guillermo Scott Herren. Depois disto, chegados a 2009, não se pode dizer que Lange fosse um estreante quando se apresentou com a assinatura Helado Negro – estava preparado para mais um capítulo da sua própria história. O primeiro disco enquanto Helado Negro, “Awe Owe”, editado em 2009, foi marcado pela mistura de elementos: jazz, folk, eletrónica e as suas influências latinas. A proposta era original e o público de Helado Negro foi crescendo, principalmente depois da edição dos discos “Double Youth” (2014) e “Private Energy” (2016), graças a temas tão cativantes como “Young, Latin and Proud” e “It’s My Brown Skin”. Em 2019 regressou aos discos com “This is How You Smile”, entre versos bilingues sobre a infância e os pais imigrantes e arranjos cada vez mais sofisticados.
Os MEUTE são mesmo um dos projectos mais originais dos últimos anos. E basta ouvir o conceito para logo querer saber mais. Trata-se de uma banda techno que mais se parece com uma banda filarmónica. São onze músicos que desafiam todas as convenções e, com os seus instrumentos acústicos, reproduzem o trabalho de um DJ fechado na sua cabine. Os MEUTE ficaram conhecidos por recriar alguns sucessos da música house e techno, invadindo as pistas, os palcos e até mesmo as ruas – e ninguém que é apanhado pela onda consegue ficar indiferente a tanta energia. O líder do grupo, o trompetista Thomas Burhorn, decidiu aliar a sua formação musical à sua paixão pela música electrónica. E em pouco tempo, aquela que parecia ser uma combinação improvável transformou-se numa ideia vencedora. Em 2017 editaram o primeiro disco, “Tumult”, que tenta preservar a energia dos momentos ao vivo, adicionando a sofisticação dos arranjos e da produção. Temas como “You & Me”, “Hey Hey” ou “REJ” já atingiram milhões de visualizações no YouTube. Na primavera de 2019 fizeram uma tour que passou por 14 países e mais de 40 cidades. E na próxima estação há mais concertos pelo mundo, com passagem por Portugal.
Apesar de já escrever músicas na sua cabeça desde os seis anos e na guitarra desde os 12, a verdade é que ainda levou algum tempo para que Nilüfer Yanya ganhasse coragem para mostrar todo o seu talento. Felizmente a timidez foi embora e hoje é uma das maiores promessas da música indie. A sua música sabe namorar o jazz e a soul como poucas, sem nunca perder o apelo pop que a distingue. Filho de artistas, cresceu a ouvir música turca, apresentada pelo pai, e música clássica, apresentada pela mãe, e começou a dar nas vistas graças a uma série de canções que largou na plataforma Soundcloud. Não demorou até que assinasse pela editora nova-iorquina ATO, depois de ter editado três EPs pela londrina Blue Flowers. E, neste momento, está pronta para lançar o seu disco de estreia, “Miss Universe”, aquele que é, sem dúvida, o passo mais ambicioso até aqui. Trata-se de um álbum conceptual dedicado à ansiedade, paranóia e outros transtornos psicológicos. A velocidade da vida moderna é escrutinada numa espécie de fluxo de consciência que confirma a apurada sensibilidade artística da jovem britânica. Influenciada por nomes tão diferentes como Amy Winehouse, Nina Simone ou os Pixies, Nilüfer consegue trabalhar todas essas referências ao serviço da arte que quer fazer.
É um dos fenómenos da música indie de 2019, mas ainda pouco se sabe sobre a sua identidade. Este cowboy foragido – uma definição do próprio – prefere que seja a música a brilhar, mantendo assim uma aura de mistério à sua volta. Sabe-se, no entanto, que Orville Peck já viveu em várias cidades e viajou um pouco por todo o mundo graças ao seu passado no punk. Influenciado por Merle Haggard, Willie Nelson, Loretta Lynn ou Dolly Parton, este “cowboy” consegue integrar várias músicas dentro da sua própria linguagem. Percebeu que o country era uma dessas músicas aquando do lançamento do tema “Dead of Night”, em 2017. Nessa altura anunciou uma série de duetos, “Orville and Friends”, com nomes como Mac DeMarco. Em janeiro deste ano assinou pela Sub Pop e anunciou o lançamento do seu disco de estreia. “Pony” foi antecipado pelos singles “Dead Of Night” e “Turn To Hate”, com vídeos a acompanhar, inspirados em David Lynch. “Pony” já é um dos discos do ano, graças à sua fusão de elementos góticos, com shoegaze, indie rock e a música country dos anos 50 e 60. Nos espetáculos ao vivo apresenta-se com uma máscara, não deixa a pele de cowboy enigmático, mas faz-se notar ainda mais pela sua voz forte e melodramática, criando uma atmosfera tão cinematográfica como no disco. Em novembro estará em Portugal, no Super Bock em Stock.
Anna Majidson e Blasé formam os Haute, um duo francês vocacionado para a electricidade do r&b e para um pop enamorado pela soul. Tanto um como outro nasceram em França e cresceram do outro lado do Atlântico, inspirados pela cultura americana e pelos sucessos do hip hop e do r&b. Os caminhos cruzaram-se em Montreal, quando estudavam na Universidade McGill, mas por incrível que pareça o encontro só se deu em Paris, um pouco depois, também por acaso. O nome Haute remete para as suas raízes, mas também para uma certa elegância e relevância do francês, mesmo num ambiente de língua inglesa. Além da óbvia partilha de referências, Blasé e Anna também trabalham de mãos dadas em todas as frentes: escrevem, compõem e gravam juntos numa rara simbiose. E isso explica o sucesso de temas como “Réverie”, uma faixa tocada nos hotéis Sofitel em todo o mundo. Influenciados por gente tão diferente como Pink Floyd, Led Zeppelin, Manu Chao, Prince, Air, Justice, Mr. Oizo, Daft Punk, os Haute estão empenhados em desenvolver a sua própria linguagem. O novo single, “Shut me Down” é a prova desse bom esforço, com guitarras bem funky e irresistíveis, vozes suaves e uma nuvem de sintetizadores capaz de envolver a história que é ali contada: o fim de uma relação e a dor que acompanha esse processo.
Basta ouvir Jordan Mackampa durante alguns segundos para não se ter dúvidas de que se está diante de umas das vozes mais poderosas da actualidade. Criado em Conventry, Jordan consegue colocar as suas raízes congolesas ao serviço da música, sem nunca perder uma certa atmosfera britânica. O amor que a sua mãe sentia por vozes clássicas como as de Marvin Gaye, Bill Withers ou Curtis Mayfield acabaria por influenciar o destino do jovem, desde sempre dedicado à música, cantando em todas as ocasiões e em toda a parte. Em 2016 editou o seu primeiro EP, “Physics”, uma colecção de canções sobre saudade e perda, temperadas com blues, folk e, claro, muita soul. Os temas envolventes desse primeiro EP tiveram seguimento em “Tales from the Broken”, um outro EP editado em 2017, mais sombrio e maduro. Ao longo destes últimos anos Jordan recebeu elogios de publicações como NME, Wonderland, Clash, Mahogany e The Line of Best Fit, alcançou mais de 30 milhões de audições nas plataformas de streaming e actuou para milhares de pessoas em Londres.
Criada numa pequena cidade em Massachusetts, Marissa Nadler começou por se apaixonar pela pintura. A música chegaria um pouco mais tarde, mas ainda a tempo de disputar o coração de Marissa. Começou a escrever as primeiras canções e lançou-se ao desafio do estúdio, com a edição do primeiro disco em 2004: “Ballads of Living and Dying”. O segundo disco, “The Saga of Mayflower May”, foi editado logo um ano depois. Eram registos despidos de produção, num registo acústico e reduzidos ao essencial. A cada registo, Marissa parecia acrescentar mais um pouco à sua arte e em “Songs III: Bird on the Water”, o seu terceiro disco, já podemos ouvir alguns outros elementos, como sintetizadores, harpa e uma serie de novos instrumentos. O som de Marissa Nadler cresceu definitivamente em “Little Hells”, um disco editado em 2009 e com mais rock do que nos discos anteriores. Quando se fala em crescimento, no caso de Marissa, não se está a falar de aparato desnecessário, mas da utilização de certos recursos que estão sempre ao serviço daquilo que é mais importante: as canções. A cantautora norte-americana manteve o foco e continuou a editar discos nos anos seguintes: “Marissa Nadler” (2011), “July” (2014), “Strangers” (2016) e “For My Crimes” (2018) serviram para consolidar Marissa como uma das artistas mais interessantes da cena indie norte-americana, dona de uma linguagem própria, onde há folk, dream pop e uma séries de outras influências. Este último trabalho, “For My Crimes”, medita sobre a dificuldade de levar uma relação a bom porto, mesmo quando o amor está lá.
We can say that Ghostly Kisses is Canadian singer Margaux Sauvé’s musical dream. She started playing the violin when she was just 5 years old, following the footsteps of a family of musicians. But only later did her own songs arrive. The name Ghostly Kisses comes from a poem by William Faulkner – one of the best references to have in mind while listening to Ghostly Kisses’ ethereal voice. In 2017, the song “Such Words” reached over 50,000 plays on Spotify. In 2017, she released her first EP, “What You See”. Songs like “Empty Note” and “Roses” were there to prove all of her elegance. The second EP came in 2018, “The City Holds My Heart”, produced by Louis-Étienne Santais and it is inspired in some of the sound textures from 90’s indie music. Margaux’s soft voice hovers over diferente drums, synths, string arrangements and piano layers, featuring moments of rare beauty.
Os Dream People nasceram em Outubro de 2018. Francisco, Bernardo, Nuno, Chris e Bóris. Nenhum se conhecia até então. Nuno conheceu Francisco através de um grupo no Facebook. Francisco falou com a artista Surma. Surma aconselhou Bernardo. Bernardo conheceu Bóris. Chris apareceu num ensaio. E assim, lentamente se foram costurando os Dream People. Apesar deste início atribulado e de se conhecerem há tão pouco tempo, todos partilham de uma vontade de trazer novos sons e influências ao panorama musical português. Entre synths que nos levam ao etéreo universo do dream pop e poderosas guitarradas que nos envolvem numa espécie de synth rock psicadélico reminiscente a uns modernos Doors, a música dos Dream People é um exercício de constante reinvenção e expansão criativa e de procura de novas identidades. Durante o ano de 2018, os Dream People venceram o concurso promovido pelos históricos estúdios Namouche do qual resultou a gravação do seu primeiro EP, “Softviolence”. Em Dezembro desse ano ganharam também o concurso promovido pela Antena 3 e Escola do Rock de Paredes de Coura, onde passaram uma semana em residência artística e gravaram o seu single de apresentação, “Forever, Too Long”, já disponível em todo o lado e muito bem recebido pela crítica. Quanto a planos futuros, os Dream People planeiam lançar em 2020 um EP, já composto e, no fim do ano, o seu primeiro álbum, ainda no segredo dos deuses.
Promotora: Música no Coração
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