Foi uma das confirmações no cartaz do NOS Alive (10 a 12 Julho) mais celebradas aqui na redacção: Nathy Peluso, o furacão argentino que, em 2022, varreu a capital portuguesa numa passagem pelo SBSR. Para além de Peluso, e desde que por aqui fizemos contas à vida Aliviana, juntaram-se à festa os Jet, Franc Moody e uma série de nomes para o palco WTF Clubbing – escolhidos pela agência Match Attack. Ficam as apresentações.
Nesta que é a sua estreia no Passeio Marítimo de Algés, Nathy Peluso (10 Julho, Palco Heineken) vem com “GRASA” (2024), o mais recente álbum que revela uma artista mais madura, destemida e disposta a expor a sua vulnerabilidade e a complexidade da fama. Desde a abertura com Corleone e o seu grito visceral — “Esta ambición me está matando” —, fica claro que esta nova fase da sua carreira mergulha profundamente nos desafios da ambição e do sucesso. Pela primeira vez, a cantora argentina radicada em Espanha revela um lado mais íntimo nas suas letras, abordando sem filtros as crises criativas, os sacrifícios e as dores do crescimento que acompanham o estrelato. Musicalmente, o disco equilibra rap, baladas e ritmos tropicais, reflectindo a sua versatilidade como intérprete e compositora e marcando um novo capítulo na sua trajetória artística.
O seu aclamado álbum de estreia, “Calambre” (2020), catapultou Nathy Peluso para a fama e o sucesso, conquistando o prémio de “Best Alternative Album” nos Latin GRAMMYs de 2021, êxitos com Bizarrap, C. Tangana e Tiago PZK, actuando no Coachella, duas Movistar Arenas em Buenos Aires totalmente esgotadas e uma digressão em toda a Espanha. Tudo isto teve um custo pessoal. Entre actuações, parcerias com marcas e lançamentos de novas músicas, em 2022 e 2023 dedicou-se intensamente à escrita e produção de material que daria origem ao seu novo álbum. “Isso faz parte de mim, sou uma mulher forte, mas perdi a noção da minha própria humanidade”, diz sobre os seus padrões autoimpostos, que, aliados às pressões da indústria e a uma série de desilusões amorosas, comprometeram a sua saúde mental e a deixaram emocionalmente esgotada.
No coração de “Grasa” está uma mulher que desafia convenções e redefine o significado do sucesso. É um manifesto sobre a resiliência, a autenticidade e a necessidade de encontrar equilíbrio entre ambição e bem-estar, solidificando Nathy Peluso como uma das vozes mais inovadoras da atualidade, uma artista que não teme expor as suas vulnerabilidades enquanto continua a expandir os horizontes da música latina.
Franc Moody (12 Julho, Palco Heineken) é um duo britânico formado por Jon Moody e Ned Franc, cuja jornada musical atravessa diferentes influências, do blues dos anos 50 à música electrónica contemporânea. Após anos a explorar o jazz e o blues, a dupla encontrou a sua identidade ao adoptar sintetizadores e focar-se na criação de ritmos dançantes. Inspirados por artistas como Todd Terje e Lindstrøm, começaram a produzir faixas onde o ritmo e a energia eram prioridade, utilizando principalmente drum machines para definir o seu som.
Com o novo álbum, “Chewing The Fat”, Franc Moody renova a sua abordagem musical, afastando-se do brilho disco e abraçando um som mais cru e visceral. Influenciados por actuações ao vivo de LCD Soundsystem e Massive Attack, decidiram reconstruir a sua sonoridade, experimentando com sintetizadores peculiares e explorando uma estética mais ousada. O resultado é um álbum que mantém as melodias cativantes e harmonias ricas, mas com um toque mais sujo e autêntico.
A filosofia da banda passa por criar música que resista ao tempo, oferecendo aos ouvintes uma fuga momentânea e uma experiência intensa, seja num concerto ou na pista de dança. Com números impressionantes no Spotify e uma base de fãs crescente, Franc Moody continuam a evoluir sem perder a essência que os tornou únicos.
Originários de Dingley, em Melbourne, Austrália, os Jet (12 Julho, Palco NOS) conquistaram rapidamente o mundo após a sua formação em 2001, vendendo mais de 6,5 milhões de álbuns a nível global e alcançando quase 10 certificados de Platina na Austrália, além de Platina nos EUA e no Reino Unido com o seu álbum de estreia “Get Born”, editado em 2003.
Este álbum deu origem a uma série de singles clássicos como “Are You Gonna Be My Girl”, “Rollover DJ” e “Look What You’ve Done”, rendendo à banda seis prémios ARIA em 2004. Tanto “Are You Gonna Be My Girl” como “Cold Hard Bitch” atingiram o primeiro lugar nas tabelas de Modern Rock nos EUA, projectando a banda para o topo dos cartazes de festivais e das tabelas musicais em todo o mundo. O segundo álbum – “Shine On” – chegou em 2006, com mais uma colecção de hinos de rock melódico como “Put Your Money Where Your Mouth Is” e “Bring It On Back”, e conquistou a certificação de platina na Austrália.
Em 2023 celebrou-se o 20.º aniversário do lançamento de “Get Born”, ocasião assinalada com os primeiros concertos da banda em cinco anos, tocando o álbum na íntegra. Em Novembro de 2023, os Jet foram distinguidos com a entrada no ARIA Hall of Fame. Após uma bem-sucedida digressão em 2024 por Itália, Reino Unido, Irlanda e Estados Unidos — com concertos esgotados na “20 Years Of Get Born – Extended Edition Tour” —, a banda prepara-se agora para chegar à Europa e actuar no NOS Alive’25.

A Match Attack, uma das mais influentes agências musicais nacionais, volta a tomar de assalto a curadoria do WTF Clubbing do NOS Alive, com um alinhamento desenhado para o dia 11 de Julho: Capicua, DJ Boring, Klin Klop (Live), Logic1000, Macacos do Chinês, Máximo, Mike11 e Von Di. Ficam as apresentações.
Capicua é um nome completamente incontornável da música nacional, conhecida pela sua escrita emotiva, feminista e politicamente engajada. Depois dos singles “Chiaroscuro” e “Making Teenage Ana Proud”, a artista irá apresentar o seu novo disco “Um gelado antes do fim do mundo”.
A artista portuguesa Klin Klop sobe ao WTF Clubbing do NOS Alive para estrear um novo live set e um novo EP, editado pela MAR records, convidando-nos a mergulhar no desconhecido, onde a energia da improvisação ao vivo se funde com os ritmos pulsantes da house music, atravessando géneros como acid jazz, afro house e funk, resultando numa paisagem sonora vibrante e em constante evolução.
Uma das surpresas desta colaboração é certamente o regresso dos Macacos do Chinês, que fazem da palavra “fusão” o seu elemento vital, com a língua portuguesa e a sua guitarra, o universo cultural do Reino Unido (como o grime e a bass culture) e a fluidez e o poder do crioulo como fontes de inspiração. Agora, depois de um hiato de quase 15 anos, voltam criar e vontade de misturar tudo – num tempo em que a fusão é mais necessária do que nunca.
Máximo é um dos prodígios do Jazz português. Com apenas 21 anos, começou a tocar piano com 7 e passa pelo WTF Clubbing para apresentar o seu novo “Pangea” – cuja faixa-titulo será a música oficial do Pavilhão de Portugal na EXPO 2025 em Osaka. Apesar da formação clássica, destaca-se pela fusão audaciosa de estilos, explorando diálogos entre música e outras expressões artísticas.
O WTF Clubbing recebe também outro genial instrumentista, Mike 11. Depois de muitos anos a tocar guitarra portuguesa para alguns dos principais fadistas portugueses, Mike 11 aventurou-se numa carreira a solo em que empresta a sua voz e guitarra a refrescantes produções que misturam o Pop e o RnB. Depois de colaborações com artistas como D.A.M.A., Bárbara Bandeira ou Jeremih, está prestes a lançar um novo single, em Abril, pela MAR Records.
Nascido na Austrália mas a viver em Londres, DJ Boring é a antítese do seu pseudónimo: vibrante, divertido e cheio de paixão. Energia positiva, selecções libertadoras e unificadoras e diversão desenfreada, combinadas com respeito pela música e um desejo genuíno de compartilhar sua paixão inabalável é o que podemos esperar no dia 11 de Julho.
De Berlim, Samantha Poulter é Logic1000. Lançou em 2024 o seu disco “Mother” e, ao longo dos anos, a DJ e produtora já teve a companhia de nomes como DJ Python, Ben UFO, Four Tet and Caribou nas suas produções.
Por fim, um dos nomes que vai dar cartas na música electrónica portuguesa em 2025, Von Di. Lançou em Novembro o seu mais recente trabalho, “Make Me Move”, uma homenagem à cena underground de Lisboa, combinando electro-house nostálgico com techno impulsionador, tudo canalizado pela energia contagiante de Von Di.
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Promotora: Everything is New
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