Revitalizar o jazz, trazendo-o para a arena da música de massas, sem adoçar ou diluir a coisa, não é tarefa fácil. Kamasi Washington, o fenomenal saxofonista tenor, é um dos poucos que podem gabar-se desta proeza – e com todo o mérito.
O músico americano era já conhecido nos caminhos estreitos do jazz de fusão, mas houve um disco que foi o fósforo a atear a chama do sucesso, em 2015 – falamos de “To Pimp a Butterfly”, o álbum charneira do rapper Kendrick Lamar, que contou com o saxofonista como convidado especial.
Seguir-se-ia “The Epic”, monumental triplo álbum, o primeiro em nome próprio, que atraiu ainda mais os holofotes, catapultando o nome de Kamasi para a desconfortável – mas merecida – posição de ponta-de-lança do jazz actual.
A partir da sua Los Angeles natal, o músico atirou-se ao mundo: já colaborou com um leque diverso de músicos do calibre de Herbie Hancock, Lauryn Hill, Snoop Dog, St. Vincent, Run The Jewels e muitos mais. Na sua música tanto cabem John Coltrane como Florence And The Machine – educado na lógica da colagem do hip-hop, Kamasi recusa a ortodoxia e assimila as suas influências, venham de onde vierem.
O mais recente trabalho do músico e compositor chama-se “Heaven and Earth”, e é para o apresentar que o músico se desloca ao nosso velho rectângulo para dois concertos: 10 de Maio no Hard Club do Porto e, no dia seguinte, na bonita sala do Lisboa Ao Vivo.
Com ele vem a West Coast Get Down, uma big band de acompanhantes de primeira água: desde o carismático baixista Thundercat até ao baterista Ronald Bruner, passando pelo contrabaixo de Miles Mosley e pela voz de Patrice Quinn – todos os astros se alinham para que se assista nessa noite a uma verdadeira experiência espiritual.
Promotora: Gig Club
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