A programação da nova temporada da Culturgest tem início a 17 de Setembro, com o concerto de Gabriel Ferrandini com Alexander von Schlippenbach, na apresentação do novo álbum Volúpias. Até ao fim do ano, poderão contar com propostas de música, teatro, dança, performance, conferências, exposições, cinema e programação para escolas e famílias. O Deus Me Livro apresenta tudo o que está prometido à boleia do press release.
CICLO MEMÓRIAS COLONIAIS
Um dos destaques do programa é o Ciclo Memórias Coloniais, que tem lugar de 19 de Setembro a 5 de Outubro e inclui conferências, debates, um ciclo de filmes (com entrada livre), uma performance de 13 horas e o espectáculo de teatro Os Filhos do Colonialismo, nova criação do Hotel Europa, apresentado em estreia absoluta.
O que as pessoas que viveram o colonialismo transmitiram às gerações contemporâneas? Qual é o legado actual deste passado recente? O debate sobre as memórias do período colonial tem ocupado o espaço público e a produção artística de forma intensa. Este ciclo abre espaço a este tema, acolhendo pessoas e projectos implicados em continuidade na sua pesquisa. Um convite à reflexão.
DANÇA
Na dança, Vera Mantero apresenta O Limpo e o Sujo, nos dias 29 e 30 de Novembro, abordando a relação umbilical entre a interrogação da subjectividade e a interacção com o mundo exterior, colocando-as no debate sobre a sustentabilidade da presença humana no planeta.
Já em 2020, de 30 de Janeiro a 2 de Fevereiro, Tânia Carvalho apresenta a nova criação Onironauta, uma co-produção da Culturgest que nos remete para o mundo dos sonhos e do invisível.
TEATRO
Em Dezembro (dias 13 e 14) é apresentado o espectáculo Incêndios, uma criação do encenador português Victor de Oliveira e dos artistas moçambicanos David Aguacheiro, Nandele Maguni e Caldino Perema. Conta com um elenco de dez actores moçambicanos, entre os quais Ana Magaia, uma das mais conceituadas actrizes do país. Co-produzida pela Culturgest, a peça foi criada em Maputo, onde irá estrear em agosto deste ano.
Em 2020, de 15 a 18 de Janeiro, John Romão estreia, no Grande Auditório, Virgens Suicidas, espectáculo inspirado no texto homónimo de Jeffrey Eugenides, adaptado para cinema em 1999 por Sofia Coppola, e na novela Mine-Haha de Frank Wedekind. Interpretado por Luísa Cruz, Vera Mantero, Mariana Tengner Barros, entre outras, o espectáculo retrata a educação de um grupo de raparigas adolescentes dedicadas à educação física, ao teatro e à dança.
MÚSICA
A programação da nova temporada da Culturgest tem início a 17 de Setembro com o concerto de Gabriel Ferrandini com Alexander von Schlippenbach, para apresentar o novo álbum Volúpias.
Em Outubro, o estrondosamente ágil pianista Lubomyr Melnyk apresenta ao vivo, no dia 2, o álbum Fallen Trees, lançado no final de 2018 e, no dia 31, o quarteto de jazz composto por Rodrigo Amado, Joe Mcphee, Kent Kessler e Chris Corsano sobe ao palco do Grande Auditório.
A produtora norte-americana Holly Herndon acabou de lançar o seu quinto álbum – Proto – e vem à Culturgest, a 14 de Novembro, apresentar esta sua nova aventura na música electrónica.
No dia 10 de Dezembro, há um filme-concerto Híbridos, Os Espíritos do Brasil, com edição vídeo em tempo real dos realizadores Vincent Moon e Priscilla Telmon e música ao vivo do produtor libanês Rabih Beaini e do português Tiago Miranda, uma viagem ao Brasil através de diversos rituais, da maior procissão católica do mundo a um ritual indígena, passando por centros espíritas ou novos rituais.
Finalmente, também em Dezembro, no dia 20, há celebração natalícia, com o regresso ao Grande Auditório, do trio Montanhas Azuis (Norberto Lobo, Marco Franco e Bruno Pernadas), com novos arranjos, temas inéditos e muitos convidados, fechando um ciclo que foi iniciado pelos próprios no primeiro concerto de 2019 da Culturgest, com sala esgotada.
ARTES VISUAIS
No que diz respeito a exposições, na Culturgest, em Lisboa, a 4 de Outubro inaugura O que é o Ornamento? no âmbito da Trienal de Arquitectura de Lisboa, com curadoria de Ambra Fabi e Giovanni Piovene. Até 1 de Dezembro, a exposição sublinha a forma como o ornamento nunca desapareceu completamente, reconectando-se à sua longa história e ao modo como ainda hoje é uma questão essencial da arquitectura contemporânea, e apresenta diferentes perspectivas sobre o seu significado através de obras de arte, objectos, móveis, livros, filmes e fotografias em seis núcleos que transcendem a história e apagam as fronteiras entre disciplinas.
Álvaro Lapa será alvo de uma exposição que pode ser visitada de 25 de Janeiro a 19 de Abril, com curadoria de Óscar Faria. Lendo Resolve-se: Álvaro Lapa e a Literatura parte da série de pinturas Os Cadernos de Escritores que o pintor e escritor português realizou entre 1975 e 2005 (um ano antes da sua morte) e sublinha os constantes reenvios que o artista promovia entre pintura e literatura, numa tentativa de descodificar a sua obra enigmática. Trata-se também de salientar a idiossincrasia de um dos projectos mais relevantes da arte portuguesa do século XX através das homenagens a autores maiores — Homero, Pessoa, Kafka, William Burroughs ou Beckett — realizada por Lapa ao longo de 30 anos.
No Porto, a Culturgest recebe duas exposições que fazem parte do projecto Reação em Cadeia, desenvolvido em parceria com a Fidelidade Arte (Chiado), com curadoria de Delfim Sardo: de 14 de Setembro a 5 de Janeiro, Jimmie Durham: Acha que Minto? inclui obras inspiradas no livro de José Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis, que Durham considera um livro de referência para si e para a história do séc. XX. O percurso de Jimmie Durham (EUA, 1940), vencedor do Leão de Ouro, este ano, na 58. ª Bienal de Veneza, cruza a poesia, o ativismo político e a prática artística.
De 18 de Janeiro a 26 de Abril, Sol Cego/Blind Sun, de Elisa Strinna, artista italiana que tem desenvolvido um trabalho sistemático no qual as suas obras — escultura, vídeo, som e performance — partem da ideia física de condutores e cablagens, apresentadas como se pertencessem a um tempo perdido, uma referência à decadência inevitável do novo.
Fora de portas continua a itinerância da exposição Contra a Abstracção – Obras da Colecção da Caixa Geral de Depósitos até 27 de Outubro de 2019, no Centro de Artes de Sines.
CONFERÊNCIAS E DEBATES
Com acesso gratuito, para além da programação do Ciclo de Memórias Coloniais, a Culturgest apresenta o ciclo de conferências Campos de Colaboração, nos dias 19 e 20 de Novembro, em parceria com o Instituto de História da Arte, ICNOVA Instituto de Comunicação, IFILNOVA Instituto de Filosofia e a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa, que pretende discutir a colaboração entre artistas ou dentro de colectivos.
Há uma conferência com Hamady Bocoum, arqueólogo e director do Museu das Civilizações Negras (Dakar, Senegal), que irá abordar o museu, as exposições dedicadas às antigas escritas, à oralidade e às máscaras das culturas de África.
Em 2020, há ainda Anthropocene Campus Lisboa: Parallax organizada pelo CIUHCT — Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia de 6 a 11 de Janeiro, duas conferências e uma exposição da artista nova-iorquina Aidan Koch no átrio do Grande Auditório, que nos desafiam a entender, percorrer e moldar, de forma consciente, um futuro onde as forças da tecnologia, cultura, indústria e sociedade ajam de acordo com os limites e recursos do nosso planeta.
CRIANÇAS E FAMÍLIAS
Para crianças e famílias, a Culturgest preparou um programa que inclui um espectáculo de dança da bailarina e coreógrafa Marina Nabais (de 13 a 17 de novembro). Numa cama-palco ocupada por duas bailarinas e pelo público, infância e idade adulta encontram-se e atravessam a noite, entre o sono e a vigília.
Nos dias 23 e 24 de Novembro, Caixa para Guardar o Vazio, de Fernanda Fragateiro é uma escultura mas também um acontecimento. Um lugar para explorar com o corpo e todos os sentidos numa experiência de descoberta, individual ou colectiva.
Há ainda uma Maratona de Leitura (14 de Dezembro) onde, ao longo de três horas, por toda a Culturgest vai ler-se em voz alta. Poesia, ficção, ensaio: literatura sem idade para todos os públicos. O público pode escolher só ouvir, mas também pode participar e ser um dos oradores da tarde, basta para isso inscrever-se antecipadamente.
CINEMA
Como habitualmente, o cinema volta à Culturgest, para adultos e crianças, com mais uma edição dos festivais DocLisboa (Outubro) e CINANIMA (Dezembro).
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