Para quem anda hoje nos seus 40, mais coisa menos coisa, houve um período em que também os rapazes pintavam orgulhosamente os olhos, alimentados por esse sonho gótico – e pós-punk – que fazia com que o preto fosse a cor da moda e das olheiras. Uma das bandas que alimentou esse sonho negro – e a que a ele sobreviveu – foram os britânicos The Cure, que regressam a Portugal a 22 deste mês para um concerto na Meo Arena.
São já 40 os anos desde que os colegas de escola Robert Smith, Michael Dempsey e Laurence “Lol” Tolhurst formaram os The Easy Cure, que então buscavam na Literatura o alimento para as canções. Diz-se que “Killing an Arab” foi inspirado nos escritos de Albert Camus, tema esse que deu origem a um EP homónimo que fez a banda alterar o nome para o definitivo The Cure. Em 1979 saía “Three Imaginary Boys”, primeiro longa-duração da banda, que arrancou para um tour de force de mais de três décadas que trouxe variadas mudanças de formação e alguns discos que ficaram para a história.
O seu último concerto no Nos Alive, corria o ano de 2012, foi longo e saboroso, assim como se espera de um abatanado tirado na perfeição. Espera-se agora uma sessão de greatest hits e um concerto que se deverá estender para lá das duas horas. Esperam-se canções pop intemporais, envolvidas em guitarras e embrulhadas em sintetizadores, para serem cantadas em coro. E, porque não, de olhos pintados.
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