A poucos dias do início da edição deste ano do NOS Alive (11 a 13 de Julho), ainda há nomes a entrar no cartaz e outras novidades festivas.
Comecemos pelo Warm-Up – ou, dito em bom português, pelo aquecimento -, que irá decorrer no dia 3 de Julho, entre as 18h00 e as 22h00, com DJ Kamala encarregado de tomar conta dos pratos. Quem quiser assistir gratuitamente à festa, que irá decorrer no próprio Passeio Marítimo de Algés, no Palco Sagres, terá de se inscrever na app oficial Kamala 360. Se tudo correr bem ainda haverá uma rodada oferecida.
Quanto ao cartaz, vários foram os nomes que se juntaram ao Palcos Sagres, ao EDP Fado Café e ao Coreto By Arruada. Ficam, à boleia dos press releases, as devidas apresentações. O grande destaque vai para Grace Jones, que entra de cabeça no Palco Sagres para o seu regresso a Portugal aos 71 anos. Os bilhetes diários custam 65€ e o passe geral 149€.
Palco Sagres
12 Julho
Nascida e criada na Jamaica, Grace Jones (na foto) desenvolveu a sua carreira de sucesso como modelo em Nova Iorque antes de se tornar uma figura icónica na música.
1977, ano do seu primeiro contrato, resultou numa série de sucessos de dance-club, incluindo “I Need A Man” e a sua aclamada reinvenção do clássico “La Vie En Rose”, de Edith Piaf. Após o sucesso dos três primeiros álbuns, Portfolio (1977), Fame (1978) e Muse (1979) estabeleceram Grace como uma grande artista e uma referência na cena internacional dos clubes nocturnos, como o lendário Studio 54, onde a sua presença era frequente.
No final dos anos 70, Jones adaptou um estilo diferente com o emergente género de música New Wave e lançou os aclamados discos “Warm Leatherette”(1980) e “Nightclubbing” (1981). Paralelamente à mudança musical, a artista assumiu um visual andrógino e exótico, tornando-se assim uma diva e musa de Andy Warhol. Além das suas múltiplas facetas artísticas, Grace é igualmente conhecida pelos seus papéis cinematográficos, destacando-se pela sua personagem num dos filmes de James Bond, “A View to a Kill”, em 1985.
EDP Fado Cafe
O Palco EDP Fado Cafe, o sétimo palco do NOS Alive, nasceu na 10.ª edição, na Rua EDP, uma zona renovada do recinto com cenografia tradicional portuguesa. A requalificação desta rua com 150 metros de comprimento, eminentemente inspirada na traça pombalina, volta a albergar vários elementos da cultura portuguesa, entre eles a recriação do Museu da Eletricidade e do MAAT, dois ícones da cidade de Lisboa. Nesta zona vive o Palco EDP Fado Café. O projeto é da autoria do arquitecto Rui Francisco e a produção está a cargo da EPC (Empresa Portuguesa de Cenários).
11 Julho
Tiago Nacarato é um cantautor portuense com raízes brasileiras e com um contacto com a música desde cedo. Aos 18 anos decide investir na sua educação musical ao inscrever-se na escola de música Valentim de Carvalho, onde teve aulas de canto, guitarra, treino auditivo, teoria musical e combo. Durante esse tempo surgiram as primeiras oportunidades, sendo que um dos marcos mais importantes vem na sequência do convite de Pedro Cardoso (Peixe de Ornatos Violeta), seu professor na altura, para integrar uma orquestra de guitarras e baixos eléctricos, projecto esse que pisou palcos como Serralves em Festa, Hard Club ou Casa da Música.
O regresso às raízes brasileiras acontece uns anos depois quando se junta à Orquestra Bamba Social como vocalista, um projecto que junta músicos luso-brasileiros residentes no Porto e que presta tributo a vários clássicos da música brasileira, recriando-os e acrescentando novas sonoridades. Juntos, lançaram já os temas “Sorria” e “Cadê Cascais”, este último com a participação do rapper brasileiro Marcelo D2.
De momento encontra-se em estúdio a produzir o seu primeiro disco de originais, que contará com várias participações. Desde 2018 a apresentar o seu trabalho a solo em palco, Tiago Nacarato deu já inúmeros concertos em território nacional, tendo esgotado o grande auditório do Centro Cultural de Belém e a Sala Suggia da Casa da Música, entre outros.
No final de 2018 estreou-se no Brasil, onde actuou para salas esgotadas com direito a sessão dupla em São Paulo e Rio de Janeiro, e ainda Fortaleza e Belo Horizonte. O primeiro single, “A Dança”, foi apresentado em Abril do ano passado, e o segundo, “Tempo”, com participação de Salvador Sobral, em Novembro.
12 Julho
A palavra é um ponto de partida para toda a carreira artística de Cristina Branco. Desde os primeiros passos a escutar os textos que Amália cantava, a formação em jornalismo, até às primeiras aventuras no universo discográfico. As últimas viagens no mundo da música com os discos “Menina” e “Branco” colocaram os criativos de uma nova geração lusa no canto de Cristina Branco. Os álbuns arrecadaram distinções como “Melhor Disco” para a Sociedade Portuguesa de Autores, nomeação para “Melhor Interprete Individual” (Globos de Ouro) e para “Melhor Álbum Fado” (Prémios Play 2019), e assumem-se como uma espécie de um «novo normal» na música de Cristina Branco.
O arrojo na escolha de compositores e letristas inesperados, assim como uma visão estética que traçou um caminho muito próprio em termos de imagem, fazem de Cristina Branco uma das mais importantes personalidades da música portuguesa dos últimos tempos. Os espectáculos por toda a Europa multiplicam-se e indicam que a designação de «fado-jazz» vem fazendo cada vez mais sentido.
O fado é um ponto firme na partida de Cristina Branco para a descoberta de outras paragens musicais. No palco do EDP Fado Café, a artista apresenta-se com o seu trio de sempre em roupagens novas e sedutoras de um repertório rico. Surpresa e novidade são uma constante na história recente de Cristina Branco.
Francisco Salvação Barreto, depois do lançamento do seu primeiro disco – “Horas da Vida” – no Jardim de Inverno do Teatro São Luiz e de ter esgotado o Pequeno Auditório do CCB no princípio de Junho, apresenta-se no NOS Alive’19 acompanhado por Bernardo Couto, guitarra portuguesa, Rogério Ferreira, viola e Francisco Gaspar, viola baixo.
Nas palavras de Camané, que assina a direcção de voz no seu disco, “o seu estilo, autêntico, impôs-se na sua maneira de cantar. Durante anos, amadureceu nas casas de fado e no contacto com outros fadistas. Foi esta a sua escola.”
Francisco Salvação Barreto tem uma alma fadista reveladora de uma inteligência musical muito antiga, porém, absolutamente singular. Como diz também Camané, no mesmo texto de apresentação de “Horas da Vida”, “este é o primeiro disco, mas não é o disco de um principiante.”
Teremos oportunidade de ver em palco o fado de Francisco Salvação Barreto, um fadista que acredita na sonoridade do trio clássico, na linguagem poética, nos grandes temas universais de todas as artes, o amor, a melancolia, a alegria, a morte, a esperança… a vida como ela é.
O fado de Francisco reinventa-se nas melodias tradicionais e nos versos de letristas, como João Monge, Maria do Rosário Pedreira, José Luís Gordo e Aldina Duarte, com quem trabalha na casa de fados Sr. Vinho, de Maria da Fé, e também na sua vivência, enquanto arquitecto paisagista e homem interessado na história da arte em geral. Podemos, seguramente, contar com o seu belíssimo timbre vocal a par da sua interpretação elegante e profunda.
13 Julho
Aos 15 anos, Fábia Rebordão apaixona-se pelo fado, pela voz de Amália Rodrigues, de quem ainda é prima, e começa a cantar profissionalmente nas casas típicas de Alfama, como a Taverna do Embuçado ou o Clube de Fado, entre outras.
Embora o fado seja a grande matriz da sua paixão pela música, as suas influências musicais são diversas e vão da soul, à bossa nova, à morna, do blues ao jazz. É esta versatilidade que leva Fábia a participar na segunda edição da “Operação Triunfo”, da qual é uma das finalistas e onde o seu nome se torna conhecido do grande público.
Em 2011 lança o seu disco de estreia produzido pelo cantor/compositor/produtor Jorge Fernando, que conta com a participação de Lura, cantora cabo-verdiana, e com a Fadista Celeste Rodrigues. O disco de estreia levou-a a imensos palcos, entre eles a emblemática sala nova-iorquina “Carnegie Hall”, e foi ainda convidada de Mariza para atuar em dois grandes espectáculos em Belgrado e Budapeste.
Em 2012 é distinguida pela fundação Amália com o prémio Revelação Amália Rodrigues, e o Jornal Expresso considera-a uma das 50 personalidades revelação do ano.
Entre palcos nacionais e internacionais, o ano de 2016 foi o regresso de Fábia Rebordão aos discos. A produção do novo álbum de inéditos foi assinada mais uma vez por Jorge Fernando, mas com New Max e Hugo Novo. Para além de composições da própria artista, tem a colaboração de Rui Veloso, Jorge Fernando, Dino d’Santiago, Tozé Brito e Pedro da Silva Martins na autoria dos temas. Um disco que tem a alma de fado, mas que congrega as diferentes referências musicais da artista, numa identidade sonora muito própria.
Agora, Fábia Rebordão prepara-se para gravar um novo disco de originais, que deixa antever um novo marco na história do fado.
Márcia é seguramente um dos talentos maiores da composição em língua portuguesa. Os seus discos atestam isso mesmo. O início deu-se com o EP “A Pele que Há em Mim”; seguiu-se “Dá”, “Casulo”, “Quarto Crescente” e “Vai e Vem”, editado em 2018. Este último registo foi distinguido este ano pela Sociedade Portuguesa de Autores com o Prémio José da Ponte 2019.
“Quando, hoje, pensamos em escritores de canções, Márcia destaca-se facilmente na fila da frente dos melhores que Portugal viu nascer na última década” – Mário Rui Vieira, in Jornal Expresso (Novembro de 2018).
O álbum, editado pela Warner Music Portugal, recebeu críticas muito positivas por parte da media especializada, e tem tido apoio de um público cada vez mais fiel às canções de Márcia. Músicas como “Do Que Eu Sou Capaz”, “Tempo de Aventura” e “Tempestade” constituem temas de avanço de um disco que conta com temas com airplay nas rádios e tvs nacionais.
Com um repertório riquíssimo que vem construindo ao longo dos últimos anos, Márcia junta as novas composições a recentes clássicos da canção escrita em português como “A Insatisfação”, “Cabra Cega” e “A Pele Que Há em Mim”.
Depois das recentes apresentações no Brasil (São Paulo e Rio de Janeiro), Márcia apresenta-se no EDP Fado Cafe do NOS Alive com o registo voz e viola, exatamente a matéria-prima com que constrói a sua brilhante carreira e que tem colaborado com composições para artistas como Ana Moura, António Zambujo e Sérgio Godinho, entre outros.
Coreto by Arruada
11 Julho
O jazz marca presença no primeiro dia do Palco Coreto. O saxofonista Ricardo Toscano apresenta-se no palco do NOS Alive num dia que também o rock, indie e espiritual pop, marcam presença num alinhamento diverso.
Jazz visceral. Atitude rocker no palco. Ricardo Toscano destaca-se cada vez mais no panorama do jazz nacional. Com apenas 25 anos de idade tem já um currículo invejável nos meandros do jazz nacional, com passagens por instituições como Conservatório de Música de Lisboa, Escola Profissional Metropolitana e Escola de Jazz Luís Villas-Boas.
Imaginar os Hawkwind se Lemmy Kilmister (Motorhead) nunca tivesse saído da banda. Este é o mote com que os Solar Corona se definem. Quarteto de guitarras cavalgantes e batida desenfreada. O manifesto da banda de Rodrigo Carvalho, Julius Gabriel, José Roberto Gomes e Peter Carvalho chega ao Coreto em 2019 para ser conferido na primeira pessoa.
No espaço de 2 meses da tour Sunflowers ’18 a banda tocou 44 concertos em 17 países diferentes, desde a Suécia até aos Balcãs. Só por este facto depreende-se o trabalho imenso que os Sunflowers estão a fazer um pouco por toda a Europa, tendo como ponto de partida o seu Porto. Definem-se como sendo ideais para fãs de Dead Kennedys, Oh Shees e Ty Segall entre outras referências.
Vaarwell, o trio composto por Margarida Falcão, Ricardo Nagy e Luís Monteiro, está a trabalhar para chegar mais longe. A participação no SXSW (South By Southwest, EUA) e a presença em programas de rádio no Reino Unido são sintomas de que a banda de indie-pop quer trabalhar para almejar reconhecimento nacional e internacional.
O início da carreira de Jasmim deu-se com a demo “Primavera” (2016), seguindo-se o EP “Oitavo Mar” (2017) e, finalmente, o álbum “Culto da Brisa” (2019). O psicadelismo folk de Jasmim é refrescante, numa demarcação de território com canções delicadas e feitas para elevar o espírito.
12 Julho
Hip-hop no feminino, a sensibilidade das canções indie, a delicadeza na língua portuguesa e a electrónica desconcertante constituem motivos de sobra para várias visitas ao Palco Coreto durante o dia 12 de Julho. A tudo isto junta-se um showcase surpresa preparado para a tarde do mesmo dia. Registos musicais distintos, marca feminina, fortes personalidades artísticas e um futuro promissor em cada um dos projectos que sobem ao Palco Coreto no segundo dia do festival.
Em 2017 pensou em fazer música. Rodeou-se de gente que poderia dar forma às suas ideias (de Conan Osíris a Primeira Dama). O bandcamp é a rampa de lançamento da sua música para universo digital. 2019 em atualizações constantes aqui com a emocional Sreya.
Cabo-Verde, Moçambique, China e Timor. Junta-se Cova da Moura, Damaia, Cacém e Margem Sul. Este é o melting pot que está na base da personalidade musical de Chong Kwong. Criativa, expressiva e com humor único, a rapper está a trilhar o seu próprio caminho. Obrigatório no Coreto 2019.
Marinho, cantora e compositora, tem nas histórias de amor a sua matéria-prima. A personalidade musical bebe em muitos ribeiros diferenciados como Ella Fitzgerald, Florence & The Machine ou Cristina Branco. O ponto de partida é o piano e a voz é para conquistar.
Sem Comentários