Ilustrador e designer, Jon Klassen tem sido responsável por alguns dos títulos mais divertidos do universo infantil, com ilustrações que, recorrendo a uma paleta de cores escolhidas a dedo, a uma grande expressividade das personagens – sobretudo na forma de olhar – e ao uso de texturas com atenção extra ao detalhe, são já uma assinatura reconhecível em qualquer um dos seus livros.
“Triângulo” (Orfeu Negro, 2017) é mais um exemplo da arte subtil e de excelência de Klassen que, aqui, tem como parceiro de escrita Mac Barnett, com quem havia trabalhado anteriormente em “Uma Aventura Debaixo da Terra“.
Esta é a história de um Triângulo que decide pregar uma valente partida ao seu amigo Quadrado. Para isso, terá de deixar a sua casa com uma esmerada decoração geométrica – toda ela feita de triângulos – e atravessar o território das formas sem nome, com rochedos destemidos enfrentam a fúria das águas. Uma partida que, vai-se a ver, se vira contra o feiticeiro quadrado, ainda que sem grande intencionalidade (um pouco como naqueles cruzamentos que, por artes mágicas, dão direito a golo e a festejos tímidos).
Klassen faz um uso alternado entre cores frias e quentes, em páginas onde a rugosidade das rochas alterna com uma vegetação que confere um toque natural e menos rectilíneo à geometria. Figuras geométricas, com olhos e pernas e muita diversão, numa viagem de ida e volta à boleia de um humor visual muito próprio. E o melhor de tudo é que este é apenas o primeiro livro de uma trilogia das formas: seguem-se, para nosso contentamento, o já apresentado Quadrado e o ainda desconhecido Círculo.
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