Com três terços publicados na edição nacional, The Promised Neverland mantém-se entre as mais castiças séries de mangá disponíveis por essas estantes, com uma narrativa que tem conseguido surpreender a cada volume e que promete uma ponta final de luxo até à sua conclusão no 20º livro.
“Lost Boy” (Devir, 2023), o nº 16º, coloca Emma e Ray na sua própria versão do filme “Cubo”, tentando descobrir o caminho secreto para as Sete Muralhas: “Não há nenhum padrão. (…) E não é só o espaço que está um caos. Também o tempo e as próprias leis da física! Está tudo desordenado! Este lugar é de doidos”. O objectivo é chegar a bom porto e evitar a aparentemente desejada guerra por parte de Norman que, por esta altura, já não é o rapaz simpático dos tempos de reclusão, escondendo na certa um esquema na manga. E quem será este lost boy, com o número 81194 tatuado no pescoço e um ar perdido?
A pedido de Norman, a canalha, juntamente com Ayshe, uma rapariga de poucas falas que cresceu com os demónios, e um par de cães, é enviada por Norman para descobrir o paradeiro de Sonju e Mujika, os demónios vegetarianos que poderão ser o último obstáculo ou a salvação nestes tempos conturbados – dependendo do lado escolhido. Uma missão que mais parece o jogo do gato e do rato, e que na última página nos deixará em sobressalto para o próximo volume.
Mas nem só o lado humano vive rodeado de inquietações. Em vésperas da realização do Tifari, o evento anual celebrado pelos Demónios no qual é servida, com muita aristocracia à mistura, a melhor carnucha cultivada nas quintas premium, há quem questione os princípios e o governo do Lorde Dozza, preferindo antes os tempos em que era Lorde Geelan a mandar nas coisas.
Seja de que lado for, os tempos estão propícios a grandes revoluções. A 4 números do final, o melhor mesmo é recorrer às palavras desse filósofo da bola chamado João Pinto: “Prognósticos só mesmo depois do jogo”.
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