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Rentrée Pós Silly Season 2018: Cavalo de Ferro

Por Pedro Miguel Silva · Em 18/09/2018

Uma raposa caçada algures na Rússia soviética por Dubravka Ugresic, um retrato pungente dos grandes acontecimentos históricos e traumáticos que marcaram parte da História da Hungria e da Europa no século XX, uma saga familiar de três gerações que acompanha a história da Islândia do século XX, o último volume da trilogia autobiográfica do Nobel de Literatura Elias Canetti e uma família que tenta escapar a uma maldição são as novidades preparadas para esta rentrée pela Cavalo de Ferro.

Setembro

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Dubravka Ugresic é uma das mais importantes escritoras da actualidade, traduzida em 20 línguas. Entre os inúmeros prémios internacionais consta o Prémio Neustadt, por muitos visto como uma antecâmara para o Prémio Nobel de Literatura. O anterior romance da autora, O Museu da Rendição Incondicional, cuja 2.ª edição chega às livrarias também em Setembro, foi muito bem recebido por parte da crítica nacional.

Algures na Rússia soviética, o escritor Boris Pilnyak descobre a autobiografia de Sophia Vasilyevna Gnedikh-Tagaki, uma mulher cuja vida perfeitamente comum se alterou drasticamente quando se apaixonou por um oficial japonês, indo com ele viver para Osaka. Tagaki, o marido, acaba por se tornar famoso com a publicação de um romance acerca da sua mulher — o romance, porém, era muito pouco amável em relação a esta. Boris, fascinado com a história, decide, por sua vez, escrever um livro sobre Tagaki, a sua esposa russa e o romance desse sobre ela. Mas, quanto da história de Tagaki e Sophia é real, e quanto da de Pilnyak é ficção? Com a sua renomada perspicácia, humor e inteligência, Ugrešić transporta o leitor numa viagem da Rússia até ao Japão, dos campos de minas dos Balcãs às road trips norte-americanas, dos loucos anos 20 até aos dias de hoje, examinando a origem das histórias e real poder da invenção literária, da traição e do acaso que, em todos os momentos, pontua a vida humana.

“Rua Katalin” |Magda Szabó

Depois de A Porta (Cavalo de Ferro, 2017), Magda Szabó, uma das vozes mais importantes da literatura europeia, regressa com uma obra cativante e com fundo histórico: retrato pungente dos grandes acontecimentos históricos e traumáticos que marcaram parte da História da Hungria e da Europa no século XX. Tradução do original húngaro por Piroska Felkai.

Na encantadora Rua Katalin, situada nas margens do Danúbio, vivem em casas vizinhas, Irén, Blanka, Henriett e Bálint, quatro crianças inseparáveis que crescem na Budapeste dos anos 30, partilhando brincadeiras, segredos e sonhos. Ao entrarem na idade adulta, porém, a violenta e trágica arbitrariedade do destino irrompe pelas suas vidas, alterando a face da cidade e do país: a invasão nazi, a guerra e a Revolução Húngara de 1956. Estendendo-se da década de 1930 aos anos 60, Rua Katalin, livro premiado com o Prix Cévennes para Melhor Romance Europeu de 2007, é uma elegia à alegria e à esperança, e, simultaneamente, um retrato brilhante e, por vezes, sombrio, do poder avassalador das memórias e do tempo.

Magda Szabó (1917–2007), escritora húngara e uma das vozes mais importantes da Literatura europeia do século XX Alcança a merecida projecção internacional, em 1987, com a publicação do romance A Porta (ed. Cavalo de Ferro, 2017), vencedor do Prémio Fémina, em França, e do Prémio Mondello, em Itália, e, aquando da recente reedição em língua inglesa, selecionado pelo The New York Times um dos 10 Best Books of 2015. A obra de Magda Szabó está traduzida em mais de 30 línguas e foi distinguida com inúmeros prémios internacionais.

“Os Peixes não Têm Pés” | Jón Kalman Stefánsson

Uma saga familiar de três gerações que acompanha a história da Islândia do século XX, escrita numa linguagem poética e depurada. Livro finalista Man Booker International Prize 2017, finalista Prémio Médicis 2015. Nomeado Nordic Council Literature Prize 2015.

Após receber uma estranha carta do seu pai, que o faz suspeitar de que este estará em fim de vida, Ari regressa à sua terra natal, em Keflavik. Nesta pequena cidade cercada por campos de lava negra, onde está situada uma base militar norte-americana, Ari é inundado por memórias de sua juventude, nos anos setenta e oitenta, ouvindo Pink Floyd e Beatles, assaltando camiões de abastecimento americanos e perseguindo raparigas. A par da história de Ari, há também a do seu próprio pai e a de seus avós, Oddur e Margret, de como estes se estabeleceram num lugar ancestral e elementar, dos mais inóspitos do mundo, e de como o mar, agora interdito à pesca, foi para uns destino, para outros apenas solidão e medo.

Jón Kalman Stefánsson (Reiquiavique, 1963) é con­siderado uma das vozes mais originais e importantes da literatura europeia contemporânea. Traduzidas em 27 países, as suas obras foram distinguidas com numerosos prémios, entre os quais se destacam o prestigiado prémio de literatura islandesa, o prémio P. O. Enquist Award em 2011, e o Grinzane Bottari Lattes (Itália), tendo sido igualmente nomeado finalista do prémio Fémina Étranger (França) e do prémio Independent (Reino Unido). Entre as suas obras, publicadas em inúmeros países, destaca-se a trilogia romanesca: Paraíso e Inferno (Cavalo de Ferro, 2011), A Tristeza dos Anjos (Cavalo de Ferro, 2014) e O Coração do Homem (Cavalo de Ferro, 2016).

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Último volume da trilogia autobiográfica do Nobel de Literatura Elias Canetti, considerada pela Academia Sueca o ponto mais alto da sua carreira de escritor. Neste livro, Canetti descreve os seus anos em Viena e o seu contacto com a efervescente vida intelectual da cidade, povoada por figuras como Robert Musil, Thomas Mann, Alma Mahler, Alban Berg, Herman Scherchen, Herman Broch, entre outras; uma cidade-espelho da Europa dos anos 30, que exala o último fôlego dos seus anos dourados, antes que a ascensão do nazi-fascismo apagasse para sempre a luz multicultural que irradiava.

Elias Canetti (Ruse, 1905 – Zurique, 1994), romancista e ensaísta de origem búlgara, é uma das figuras mais influentes do pensamento crítico do século XX. Em 1981, foi-lhe atribuído pela Academia Sueca o prémio Nobel de Literatura, pela ampla visão, riqueza de ideias e poder artístico da sua escrita. O seu primeiro e único romance, Auto-de-Fé (Die Blendung), data de 1935, inseriu o seu nome na história da literatura, ao lado de vultos como os de Musil e de Broch. Em 1960, publicou o ensaio Massa e Poder, estudo fundamental e indispensável sobre a sociedade humana ao qual dedicou três décadas da sua vida; seguiram-se, entre outras obras, o volume de ensaios A Consciência das Palavras (1975) e a trilogia autobiográfica, A Língua Resgatada, O Archote no Ouvido e O Jogo dos Olhos (1985).

Novembro

“Memórias de um Morto” | Hjalmar Bergman

Jan Arnberg, narrador e personagem principal deste romance, traduzido do sueco por João Reis, descreve, muito em jeito de saga familiar, os esforços feitos ao longo de várias gerações para os seus descendentes escaparem a uma espécie de maldição que vem desde que um seu tetravó paterno, o primeiro Arnberg, cometeu um crime de morte. O assassinado foi o Conde Arnfelt, um general regicida, que era o pai (embora nunca assumido) desse tetravô, que na verdade se chamou Fält, mais tarde Fältman, e muitos anos depois, inventou o apelido Arnberg…

Hjalmar Bergman (1883 – 1931), escritor e dramaturgo, nasceu na cidade de Örebro, na Suécia, cenário para muitas das suas obras. É reconhecido como um dos mais importantes autores suecos da primeira metade do século XX, com uma vasta produção literária, onde se conjuga uma visão pessimista da vida com um humor grotesco. Após uma frustrante passagem por Hollywood, onde o autor não consegue vingar como guionista, a sua dependência de álcool e narcóticos causam a sua morte prematura, em Berlim.  

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Pedro Miguel Silva

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