13 anjos, cuja missão é escolher, cada um, um humano. Um deles será o próximo Deus e, quando isso acontecer, o anjo poderá finalmente ter a sua paz e sossego. Um casting com o prazo simpático de 999 dias.
É mais ou menos este o sumário curto da série mangá Platinum End, publicada com o selo da Devir. Porém, e como manda a tradição, quem se lançar de cabeça a este sétimo volume contará com a ajuda de um pequeno resumo, bem como da apresentação de cada uma das personagens principais, que será um bom guia para quem começar a história sem ter lido os volumes anteriores da série escrita por Tsugumi Ohba e que conta com desenhos de Takesho Obata.
Anteriormente a este volume, Rubel chorou tanto por Saki que se tornou “o anjo da emoção”, ascendendo de forma algo inesperada à 1ª classe. Saki decide armar-se em Guilherme Tell e, com uma flecha encarnada, parte a casa de espelhos, permitindo assim a fuga de Mirai e companhia, mas Metrópolis está atento e regressa à carga com uma nova série de aliados.
O arranque deste nº 7 é feito com muitas indecisões, espírito de sacrifício, morte e o humor cada vez mais negro de Metrópolis, com muita conversa e pouca acção a precederem o tão aguardado confronto entre Mirai e Metrópolis – que no BI vai assinando como Uryu Kanade. E, se Mirai opta por atirar para controlar, Uryu atira para matar, numa batalha disputada no chão onde os reflexos são fulcrais para escapar a cada vaga de ataques, que aproximam lentamente os adversários um do outro.
Conta-se aqui a relação de Uryu com a sua irmã, uma relação feita de posse, de controlo e que mostra a sua (ante)visão do mundo: “Os pobres são sujos, tanto no coração como no corpo, e têm uma mente feia”. Conta-se, também, a história de Metrópolis, nascido do assassinato e de um espírito psicótico, e da forma que arranjou para reaver um ente querido: tornar-se um deus.
O plano de Metrópolis é, como o de qualquer ditador, ambicioso, extremista e violento: “Um mundo em que todos sejam belos e ricos”, o que implica não a erradicação da pobreza mas de todos os que são pobres ou feios. Um discurso de ódio que parece encontrar algum eco na expressão popular, e que nos faz olhar para o populismo actual que colocou no poder muitos e perigosos idiotas.
O final do melhor livro da série até ao momento faz-se de dedo no gatilho, exigindo a rápida publicação do oitavo volume.
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