É uma das histórias que mais tem resistido ao tempo, contada de geração em geração com o ponto a ser acrescentado à vontade de quem a conta. As primeiras edições de “Os Três Porquinhos” (Kalandraka, 2017) datam do século XVIII, mas imagina-se esta história seja muito mais antiga. Reza a história que o conto foi divulgado em 1853 pelo australiano Joseph Jacobs, que estudou e publicou contos do folclore inglês durante a sua permanência naquele país, tornando-se conhecido pela sua contribuição para a literatura infantil.
Nesta nova adaptação de Xosé Ballesteros (texto) e Marco Somà (ilustrações), os três porquinhos são mandados cada uma à sua vida pela mamã porca, que os incentiva a irem em busca de fortuna. Os três irmãos vão assim viver para a floresta, mas quando ouvem falar de que há por ali um lobo mau a rondar decidem construir uma casa. Porém, uma vez que não conseguem chegar a um consenso no que respeita a materiais de construção ou sobre o tempo que deverão dedicar à causa urbanística, decidem construir cada um a sua casa. Em comum, parecem ter apenas uma coisa: o medo do lobo.
À semelhança da história clássica, predomina uma estrutura repetitiva que convida a ler, contar e soprar de peito cheio. As tonalidades das ilustrações são quentes e ricas em detalhes, seja na decoração dos interiores como das personagens, com destaque para o lobo: um verdadeiro gigante na personificação do medo, com uma cauda capaz de rodear qualquer casa e um pulmão que contém uma valente tempestade. A moral da história é a de sempre: vencer as adversidades através do trabalho mas, também, da astúcia.
Sem Comentários