Ano novo, livros novos. Está aí 2020 e, como manda a tradição e o espírito livreiro, novidades a chegar às estantes e prateleiras. Começamos por mostrar os títulos que a Orfeu Negro preparou para este ano, entre revistas, diários gráficos, conversas sobre Arte ou histórias com tanto de virilidade como de activismo no feminino.
“Sinais de Cena”
Revista de Estudos de Teatro e Artes Performativas
Data de lançamento: Janeiro
O número de 2020 é dedicado ao tema «A Prática como Investigação» e conta com a participação de vários autores nacionais e internacionais. Para além dos vários ensaios, críticas a espectáculos e recensões a livros sobre artes performativas, neste número destaca-se uma longa entrevista ao actor e encenador Pedro Gil e um portefólio dedicado ao histórico fotógrafo de teatro José Marques.
“História da Virilidade 2”
O Triunfo da Virilidade. O século XIX”
Coord. Alain Corbin
Data de lançamento: Fevereiro
O que significa hoje ser-se viril? E o que significava há cem ou mil anos? Estará a virilidade em crise nas sociedades contemporâneas? História da Virilidade, organizada em 3 volumes, traça a genealogia da identidade masculina e a sua transformação ao longo dos séculos nas sociedades ocidentais. O segundo volume ocupa-se do século XIX, período em que a virtude da virilidade se impõe com força máxima.
“Calibã e a Bruxa”
Mulheres, Corpo e Acumulação Original
de Silvia Federici
Data de lançamento: Março
Das revoltas camponesas à caça às bruxas, “Calibã e a Bruxa” discorre sobre a violenta transição do feudalismo para o capitalismo, baseada na aniquilação de diversas formas de comunalidade e na exploração e dominação dos corpos e saberes femininos. Um dos livros mais aclamados de Silvia Federici, teórica e activista feminista, conhecida também pelo seu envolvimento em colectivos internacionais a favor do salário pelo trabalho doméstico.
“Welcome to Paradise”
de António Jorge Gonçalves
Data de lançamento: Abril
Depois de Subway Life nos ter mostrado o mundo sentado em carruagens de Metro, António Jorge Gonçalves volta a abrir-nos as páginas dos seus diários gráficos, agora repletos de desenhos de turistas em Lisboa. Com ironia e lente de antropólogo, o desenhador observa-lhes as trajectórias e surpreende-se com a nova configuração da cidade.
“Teoria Feminista”
Da Margem ao Centro
de bell hooks
Data de lançamento: Abril
As edições Orfeu Negro continuam a publicação da obra de bell hooks, uma referência incontornável na história do feminismo. Neste livro, hooks examina questões como a solidariedade, a violência e a periferização, defendendo que o movimento feminista tem de aceitar a complexidade das relações sociais e reconhecer o contributo inestimável das mulheres negras ao longo da história.
“Escultura Negra”
de Carl Einstein
Data de lançamento: Maio
Originalmente publicado em 1915, “Negerplastik”, de Carl Einstein, apresenta-se pela primeira vez traduzido em Portugal. Um texto denso e revolucionário que se tornou canónico na história da arte europeia por constituir uma primeira abordagem crítica à escultura africana, desafiando vários preconceitos e equívocos, e que viria a influenciar decisivamente as vanguardas artísticas do século XX.
“Pode a Subalterna Tomar a Palavra?”
de Gayatri Chakravorty Spivak
Data de lançamento: Junho
Disponível pela primeira vez numa tradução em Portugal, Pode a Subalterna Tomar a Palavra? representa um marco teórico nos estudos pós-coloniais. Spivak reflecte sobre o discurso teórico com o qual se descreve a subjectividade subalterna, problematizando o papel da linguagem e da representatividade na reprodução de estruturas hegemónicas que silenciam epistemologias e identidades políticas ditas periféricas.
“Espaço Comum”
de Stavros Stavrides
Data de lançamento: Julho
Em “Espaço Comum”, Stavros Stavrides, arquitecto, activista e professor, desafia o pensamento neoliberal dominante acerca do espaço, resgatando-o do binómio Estado/Mercado. Em seu lugar, propõe a ideia de um espaço comum, produzido colectivamente por práticas comunitárias, sem fugir aos temas da habitação, espaços ocupados e da street art para revelar o potencial radical da vida urbana contemporânea.
“Uma História Popular de Futebol”
de Mickäel Correia
Data de lançamento: Agosto
O futebol é mais do que apenas futebol. “Uma História Popular de Futebol” condensa a história da modalidade desde as suas origens, narrando os episódios em que o desporto-rei, hoje entregue ao domínio do business, esteve ao serviço das lutas contestatárias de jovens operários de bairros pobres e dos movimentos anti-coloniais e feministas.
“O que é a Arte?”
Conversas com Joseph Beuys
de Volker Harlan
Data de lançamento: Setembro
Joseph Beuys é amplamente reconhecido como um dos artistas mais importantes e inspiradores do século XX. As suas conversas com Volker Harlan são seminais para a compreensão da obra de Beuys e da sua extensa concepção de arte — uma arte indissociável de todas as formas de vida, baseada no pensamento crítico do capitalismo e da democracia e englobando reflexões sobre a ecologia e novas formas de dinheiro.
“Música Negra”
de LeRoi James (Amiri Baraka)
Data de lançamento: Outubro
“Música Negra”, de LeRoi James (mais conhecido por Amiri Baraka), reúne um conjunto de ensaios, entrevistas e considerações pessoais sobre virtuosos músicos de jazz dos anos 60 e consciência negra: John Coltrane, Thelonious Monk, Miles Davis, Ornette Coleman, Cecil Taylor, Archie Shepp, Sun Ra, entre outros.
“Vera Mantero – Questões Fundamentais”
(título provisório)
Vários autores | Org. Ana Pais
Data de lançamento: Novembro
Inclui prefácio de André Lepecki, textos de Vera Mantero, António Guerreiro, Nuno Crespo, Peter Pál Pelbart, Isabel Launay e Bojana Kunst, numa edição amplamente ilustrada. Uma edição que aprofunda e celebra o processo criativo e a obra da coreógrafa Vera Mantero, figura central das artes performativas em Portugal.
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