Ano novo, livros novos. Está aí 2020 e, como manda a tradição e o espírito livreiro, novidades a chegar às estantes e prateleiras. Mostramos agora, à boleia dos press releases, alguns dos títulos que o Grupo BetrandCírculo preparou para este ano, entre as chancelas Quetzal, Bertrand, Pergaminho, Arteplural, Círculo de Leitores e Temas e Debates.
Bertrand Editora
Ficção
“A Transcrição” é o primeiro livro de ficção estrangeira publicado pela Bertrand Editora em 2020. De Kate Atkinson, uma das vozes britânicas mais cativantes do nosso tempo, este thriller intenso, negro, sarcástico, sombrio e compulsivo sobre espionagem e traição durante a Segunda Guerra Mundial chega às livrarias a 17 de Janeiro.
A 7 de Fevereiro, será publicada a novela gráfica de “A História de uma Serva”, de Margaret Atwood e ilustrações de Renee Nault, seguindo-se, em Março, a publicação de “Os Testamentos”, a muito esperada sequela desta distopia. Também em Março chegará a Portugal mais um livro de Stephen King, o mestre do suspense. “Elevação” passa-se em Castle Rock e acompanha a história emocionante de um homem cujo sofrimento une os habitantes da localidade.
Não-Ficção
A iniciar o ano, chega às livrarias “A (R)Evolução do Homem”, de Phil Barker, um livro que questiona o modelo tradicional de masculinidade e que nos convida a repensar o que significa ser-se homem, numa altura em que a igualdade de género está na ordem do dia. Uma análise equilibrada, clara e esperançosa, que pede a todos os homens que ousem uma forma de vida mais feliz para eles e para as pessoas que amam. Disponível a 17 de Janeiro.
Diogo Telles Correia e José Brites, respectivamente psiquiatra e psicólogo, assinam a quatro mãos o “Guia Prático para Vencer a Ansiedade”, um manual claro, pragmático, acessível e fácil de utilizar no dia-a-dia, escrito a pensar numa franja considerável da população que sofre, ou vai sofrer, de perturbações de ansiedade ao longo da vida. Esta é uma maleita que aflige 16 por cento dos portugueses e que, por isso, não devemos ignorar. Aqui encontrará estratégias e exercícios, passo a passo, para superar os desafios que a ansiedade coloca no seu caminho e para se sentir mais capaz de encarar os imprevistos e os obstáculos do quotidiano. Nas livrarias no final de Fevereiro.
Em Março, a Bertrand Editora publica o “Kit de Sobrevivência para Mulheres”, de Andreia de Almeida. Um livro inspirador escrito por uma médica portuguesa, que ajudará as mulheres a compreenderem e a aliviarem muitos dos seus problemas mais comuns. Focado na saúde feminina, este livro está destinado a tornar-se um recurso vital para mulheres de todas as idades.
Infanto-Juvenil
Os mais novos começarão o ano com um livro marcante que assinala a chegada ao nosso mercado de uma nova colecção infanto-juvenil. “Mistério no Museu dos Dinos”, de Isabel Moiçó e Ana Valente, dois novos nomes no panorama nacional de escrita para jovens, é um livro de mistério e aventuras com muita diversão e energia. Uma história de detetives com segredos, acção, dinossauros e amigos a sério. O João adora dinossauros e a Rita gosta tanto de histórias de detectives que lhe chamam Sherlock. Houve um roubo no Museu dos Dinos! Será que vão conseguir resolver o mistério?
Mas as novidades não ficam por aqui. Entre outros, ao longo do primeiro semestre, chegarão “Eu Quero Ser um Soldado Romano”, de Takayo Akiyama; “Theo Boone – O Escândalo”, de John Grisham; “Jake Ransom e a Esfinge”, de James Rollins; e “Proteger o Planeta”, de Louise Spilsbury.
Temas e Debates
Janeiro inicia-se com o lançamento de “A Europa Ao Espelho de Portugal”, da autoria do historiador e especialista dos mitos na cultura portuguesa José Eduardo Franco, com prefácio do físico, professor universitário e ensaísta Carlos Fiolhais. Neste livro, que percorre toda a história de Portugal, são analisados os mitos que fomos construindo a respeito do continente que integramos. «É nossa condição irrenunciável sermos europeus, pois a Europa é a nossa matriz geográfica e cultural. Neste globo, que ajudámos a encurtar, a geografia sempre foi condicionante da cultura. A Europa é, para nós, um facto. Mas a Europa, para além de facto, por vezes mais próximo e outras mais distante, sempre foi um mito» (adaptado do prefácio).
Em meados de Fevereiro chega às livrarias portuguesas “A Arte da Lógica num Mundo Ilógico”. A matemática Eugenia Cheng explica, nesta obra, como dar sentido a um mundo que não o tem, atirando uma bóia de salvação aos leitores que se sentem afogar na ilógica da vida contemporânea, onde fake news alteram os resultados das eleições. A lógica é por vezes presa da emoção, motivo pelo qual a autora admite continuar a ter medo de viajar de avião e a comer mais bolachas do que devia. Se um matemático não pode ser lógico, que fará o comum dos mortais? Este livro revela os mecanismos internos e as limitações da lógica, e explica porque é vital a alógica – por exemplo, a emoção – para o modo como pensamos e comunicamos. Mostra-nos como usar a lógica e a alógica em conjunto para navegar num mundo inundado de intolerância, sexismo e memes manipuladores. Um guia prático e inspirador para descodificar o mundo moderno.
“Rockonomics” é outra das novidades do mês de Fevereiro. Alan B. Krueger, que chefiou o Conselho Económico do Presidente dos EUA, serve-se da indústria da música, desde artistas rock a executivos do mundo da música, de agentes a promotores, para explicar os princípios da economia e as forças que modelam a nossa vida económica. Os economistas reconhecem que, com frequência, a indústria da música é um bom indicador do estado da economia; é uma das primeiras a serem afectadas pela inovação tecnológica, e a análise da forma como os músicos compõem e vendem novas canções e como planeiam digressões mostra-nos o que aguarda as empresas e os funcionários de outras indústrias que se esforçam por se adaptar. O autor leva-nos numa verdadeira visita guiada pelos bastidores da indústria da música, onde cria uma metáfora brilhante da nossa economia.
Ainda em Fevereiro, mas já no final do mês, “Narrativas dos Livros de Linhagens”, de José Mattoso, consiste em trechos narrativos inseridos nos livros de linhagens medievais, que celebravam feitos memoráveis, quer para os descendentes de heróis quer para a classe nobre em geral, numa combinação de história e fantasia. As narrativas dos livros de linhagens, agrupadas neste livro pela origem geográfica das tradições familiares que representam – castelhanas, galegas e portuguesas –, são trechos curtos transmitidos juntamente com outras tradições familiares, podendo revestir a forma de contos, de anedotas baseadas em episódios burlescos, de «exemplos», de «memórias», de crenças míticas ou de acontecimentos dramáticos, contendo tanto acções de sentido positivo, como de sentido negativo.
Já em Março, será publicado “Uma História da Maçonaria em Portugal (1727-1986)”, de António Ventura. A caminho de quase três séculos de Maçonaria em Portugal, a sua história confunde-se com a história do nosso país. Por entre anátemas e elogios cegos, importa desbravar a floresta de enganos, positivos e negativos, que rodeia a Maçonaria. Formada por homens, ela contém, como qualquer instituição humana, qualidades e defeitos, sombras e claridades, exemplos a apontar e erros a denunciar. Poucas organizações suscitaram tanta polémica entre nós como a maçonaria e este é um livro que pretende proporcionar uma panorâmica cronológica daquela organização, privilegiando a vertente histórica, as diferentes fases por que tem passado, as personalidades que mais a marcaram.
Pergaminho e Arteplural
No final do mês de Fevereiro, a Pergaminho traz-nos “A Nação das Plantas”, o bestseller internacional da autoria de Stefano Mancuso, umas das autoridades de maior renome em todo o mundo na área da Neurobiologia Vegetal. Este livro é simultaneamente uma apologia, um manual prático e um guia para uma filosofia de vida, pautados pelo significado mais profundo e abrangente da ecologia. A nação mais importante e poderosa do mundo é também a menos ouvida e representada: a das plantas. Os anos mais recentes têm visto um assustador aumento da primazia dos interesses financeiros (ou da negligência política) sobre a protecção ambiental – com resultados desastrosos evidentes para todos, mas sofridos sobretudo pelos mais vulneráveis. Nesta obra fascinante e reveladora, o autor de «A Revolução das Plantas» explica como, mais que nosso dever, é do nosso interesse zelar pelo continuado bem-estar desta nação… até porque, por muito que achemos que pertencemos a outro reino, a verdade é que estamos irrevogavelmente enraizados nesta Nação das Plantas.
Em Março, a Pergaminho junta ao seu catálogo um novo livro de Augusto Cury, um dos mais respeitados psiquiatras brasileiros. “20 Regras de Ouro Para Educar Filhos e Alunos” é um livro que promete ajudar a formar mentes brilhantes na Era da ansiedade. Autor de inúmeros bestsellers, Augusto Cury dedica-se ao estudo da educação há várias décadas. Já publicou livros e artigos de reflexão sobre o tema, e agora apresenta um guia prático para pais e professores. Como o autor diz: «Não mudamos ninguém, mas podemos usar ferramentas de ouro para que eles mesmo se reciclem, reescrevam a sua história e dirijam o seu próprio guião.» Cada regra é explicada através de exemplos práticos e é acompanhada de dicas úteis para a sua implementação.
Na Arteplural, também em Março, marcamos encontro com leites, manteigas e queijos 100% vegetais. “A Leitaria Vegana”, de Emeli Holm, defende que a opção alimentar mais saudável, ecológica – e saborosa – é o leite vegetal. Os “laticínios” de frutos secos ocupam cada vez mais espaço nas estantes dos nossos supermercados, mas também se podem fazer leites, manteigas e queijos veganos em casa. É fácil, é barato – e é muito divertido. Basta ter uma boa batedeira, um pano de linho ou de outro tecido fino, e bons frutos secos. Para além das instruções, simples e fáceis de acompanhar, para a confecção destes “fruticínios”, o livro apresenta ainda diversas receitas que pode fazer com estes leites, queijos e manteigas 100% vegetais.
Ao longo do primeiro semestre chegarão muitas outras novidades, tais como “O Peso das Dietas”, de Sophie Deram, da Pergaminho, ou “Vegetariano com Peixe”, de Jo Pratt, da Arteplural.
Círculo de Leitores
O quinto volume da colecção Património Natural do Mundo, dedicado às maravilhas naturais da Austrália – país que sofre actualmente as consequências das alterações climáticas –, Nova Zelândia e Pacífico, está já disponível, bem como o quarto volume da colecção Descobrir as Ciências, intitulado “Porque fazemos aquilo que fazemos – psicologia em poucas palavras“, de Joel Levy.
Com a primeira revista deste ano chega-nos também “Águas de Tempestade“, um novo livro de Danielle Steel, uma das autoras mais acarinhadas em Portugal. Brevemente serão divulgadas informações sobre um Clube de Leitura que se realizará à volta deste livro, previsto para meados de Fevereiro.
O vencedor do Prémio José Saramago 2019, atribuído pela Fundação Círculo de Leitores, foi Afonso Reis Cabral com “Pão de Açúcar“. O Círculo de Leitores publica agora uma edição especial da obra premiada, que conta a história do homicídio da transsexual Gisberta, um caso verídico que abalou o nosso país.
Quetzal
Romances, gastronomia, viagens, contos e memórias. O novo ano traz muitas novidades com o cunho Quetzal Editores. 2020 arranca com uma Ilíada feminista, que chega às livrarias em Fevereiro com autoria da galardoada autora britânica Pat Barker. Narrado por Briseida, troféu e concubina de Aquiles, “O Silêncio das Mulheres” é um romance sobre as figuras da Guerra de Tróia esquecidas pela história: as escravas, as prostitutas, as enfermeiras, as que tratam os mortos. Isto no mesmo mês em que o omnívoro crítico gastronómico Ricardo Dias Felner assina o livro “O Homem que Comia de Tudo”, uma aventura de risco pelos grande lugares da comida. Mistura comida delirante com vistas a restaurantes populares, receitas e evocações de comidas maravilhosas. E viaja em redor da mania portuguesa pela comida, elegantemente escrito. Nas livrarias a 28 de Fevereiro.
Em Abril, Bruno Vieira Amaral convida para “Uma Ida ao Motel”, uma recolha de contos sobre o quotidiano lisboeta e suburbano. Recorrendo aos bairros que fazem já parte do universo dos seus romances, Bruno Vieira Amaral fala de pessoas perdidas, com vidas amargas que raramente aparecem nas páginas dos jornais: mulheres e homens que conhecem a pobreza, os transportes suburbanos, os sonhos que nunca se realizam, as famílias desfeitas, os amores impossíveis – e os desejos sem nome.
Ainda em Abril, chega um novo romance de José Eduardo Agualusa, “No Princípio era a Palavra”, onde um grupo de poetas e contadores reinventa o mundo, ou uma parte do mundo, sem terem perfeita consciência disso, depois que o planeta colapsa.
Maio é o mês de Mario Vargas Llosa, Prémio Nobel da Literatura, que regressa ao grande romance político com “Tempos Duros”. A história parte de dois norte-americanos, Sam Zemurray e Edward L. Bernays, que estabeleceram o poderio da United Fruit Company — multinacional que deteve por mais de 50 anos o monopólio da importação de bananas dos países da América Central para os EUA –, o que veio a permitir a interferência sistemática dos interesses norte-americanos no destino político dos países da América Latina. Conspiração política em torno de uma mentira que mudou o rumo da História neste continente.
“Na Planície das Serpentes”, é o novo grande clássico de viagens de Paul Theroux, que percorre toda a extensão da fronteira EUA- México (onde encontra emigrantes em busca de conforto) e depois mergulha profundamente no interior, nas estradas secundárias de Chiapas e Oaxaca, vai a Monterrey e a Veracruz para descobrir um mundo fascinante escondido por detrás da brutalidade e da violência das manchetes dos jornais e das histórias dos cartéis da droga. Theroux redescobre um país grandioso e cheio de história, que fascina várias gerações. Disponível em Maio.
José Riço Direitinho regressa às livrarias com “Amada”, um romance poético, distópico e carregado de confissões, que recupera um personagem do livro anterior, “O Escuro Que Te Ilumina”, desta vez no ano 2050. Agora com 85 anos, o personagem solitário está numa clínica nas montanhas suíças e espera o momento da eutanásia. Seis dias – e seis cartas para a mulher que desaparece subitamente no livro anterior: a história de um amor feliz que sobreviveu por décadas. Durante esse tempo, parte de Lisboa e outros lugares da costa portuguesa foram submersos pelo mar. Aconteceu uma guerra, breve: a Guerra 3. Os países europeus como os conhecemos politicamente desapareceram.
Em Junho chega às livrarias a edição portuguesa de “O Ano do Macaco”, o mais recente livro de Patti Smith. Muitos são os encontros e as perdas que alimentam a memória do ano do septuagésimo aniversário da autora, um ano de itinerância entre concertos, que começa com a chegada de Patti Smith ao motel Dream Inn em Santa Cruz, Califórnia. Nessa madrugada, em que a narradora transita livremente entre um sono leve e uma vigília povoada de sonhos, tudo parece dotado de vida e voz humanas: os objectos falam, os mortos falam e interpela esta mulher que, enrolada numa mante, deambula pela paisagem. Em pano de fundo, o munda da política agita-se numa eleição tóxica. Em primeiro plano, o desaparecimento de dois grandes amigos: Sandy Pearlman e Sam Shepard.
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