É um daqueles universos que tem estrelas suficientes para provocar um valente fenómeno astronómico, mas a contenção obrigou-nos a escolher apenas 25 dos livros escritos e ilustrados a pensar nos mais pequenos, que chegaram às livrarias portuguesas em 2017.
25. “Desenho Livre” | Andrés Sandoval
Editora: Planeta Tangerina
Nestes tempos modernos em que a pintura ganhou o estatuto de anti-stress ou de mantra contra a depressão, Andrés Sandoval devolve-nos a esperança do desenho como arte e ilusão em “Desenho Livre”, um livro para colorir que é, também, um convite ao desenho e uma carta (quase) branca à imaginação. Passeia-se por entre estufas de plantas, resolvem-se quebra-cabeças de cores em códigos, imaginam-se as cores enquanto se viaja num mundo incolor para, no final, surgir o convite à reflexão diante de uma página toda ela negra. Um livro para ler acompanhado de canetas, lápis, pincéis e, claro, com a imaginação, levada ao limite pela vontade de pintar e desenhar.
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24. “A Minha Mãe” | Stéphane Servant e Emmanuelle Houdart
Editora: Orfeu Negro
Um álbum de grande formato – um verdadeiro gigante na prateleira -, com muita poesia, emoção e ilustrações que são quadros impressionistas onde o humano se funde com a natureza.
(Crítica em breve)
23. “O Piolho Sabe Que” | Mathis e Aurore Petit
Editora: Orfeu Negro
Um piolho que tem a mania que é sabichão, gabando-se de saber um pouco sobre tudo: que as ovelhas são brancas, que os peixes têm escamas ou que os cães fazem cocó. É este o ponto de partida para “O Piolho Sabe Que”, um divertido livro para os leitores mais pequenos que, depois de assistirem à gabarolice do piolho listado, irão perceber que, afinal, este insecto sem asas tem mais garganta do que sabedoria.
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22. “O João e os Monstros” | António Gouveia e Beatrice Cerocchi
Editora: Bruáa
Se há coisa que os mais pequenos detestam é ter monstros debaixo da cama, e o João não foge à regra. Mas há dias em que a coragem faz das suas e nos obriga a fazer coisas valentes, até mesmo reinventar um mito (e fazer os monstros corar de vergonha).
(Crítica em breve)
21. “Um Dia de Loucos” | Walter Benjamin e Marta Loureiro
Editora: Bruáa
Com o selo da Bruáa e ilustrações de Marta Monteiro, “Um Dia de Loucos” chega às livrarias numa edição cuidada e de capa dura, preparando os mais novos para o salto de fé que irão dar, alguns anos mais tarde, quando mergulharem no magnífico e estimulante universo de Walter Benjamin.As ilustrações de Marta Monteiro mostram bem o desviante universo de Benjamin, que aqui serve aos mais pequenos, com um humor inteligente e perspicaz, lições de matemática, geografia, português e ortografia, criando uma espécie livro de actividades literário. Gong!
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20. “As Piores Crianças do Mundo” | David Walliams
Editora: Porto Editora
Está de regresso às livrarias portuguesas o imprevisível e sempre divertido David Walliams, o escritor britânico que, com o seu lado irreverente e educacionalmente incorrecto, gravita no mesmo universo legado à literatura infanto-juvenil por Roald Dahl. “As Piores Crianças do Mundo”, servido uma vez mais em capa dura e com as ilustrações coloridas de Tony Ross, reúne dez contos de dez crianças que poderiam bem ter sido convidadas para uma visita guiada à fábrica de Willie Wonka, perdendo-se algures pelo caminho devido ao seu feitiozinho.
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19. “O Urso e o Piano” | David Litchfield
Editora: Booksmile
Ilustrado de forma soberba por David Litchfield, “O Urso e o Piano” é uma história comovente sobre a música, a amizade e a descoberta do eu interior. Uma estreia muito promissora que levou para casa o Prémio Waterstones para Melhor Livro Ilustrado.
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18. “Adeus Peúgas” | Benjamin Chaud
Editora: Orfeu Negro
Nesta história de amizade, reencontro e descoberta, Benjamin Chaud conduz o leitor ao meio natural, lugar onde se sente em casa e que desenha com grande detalhe, trazendo para o papel o barulho das folhas a ser pisado ou do vento a assobiar por entre troncos e ramadas. Fantástica é, também, a forma como Chaud desenha os animais: aquela expressão canina, em pose a preceito numa festa de chá de água fria, merece um poster emoldurado para ser afixado em lugar de honra.
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17. “Aquário” | Cynthia Alonso
Editora: Bruáa
São muitos os livros que abordam a temática da amizade sem prisões, mas poucos o terão feito em total silêncio e com o encanto de uma curta-metragem premiada. É o caso de “Aquário”, escrito e desenhado pela argentina Cynthia Alonso, um pequeno e rectangular livro que tem o ar de um storyboard desenhado a preceito e com cores vivas.
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16. “Crocodilo e Girafa” | Daniela Kulot
Editora: Kalandraka
Depois de, em “Três com Tango“, ter mostrado aos mais pequenos que o amor profundo ou as relações passageiras podem ser vividas entre pessoas do mesmo sexo, a Kalandraka continua a lançar livros que debatem questões como o respeito pelos outros, a tolerância e a convivência, agora com a publicação de “Crocodilo e Girafa”, um par de namorados a sério (apesar da diferença de centímetros).
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15. “Academia Jedi” | Jeffrey Brown
Editora: Planeta
Jeffrey Brown já havia deliciado os pequenos e grandes fãs do universo Star Wars com títulos como “Darth Vader e filho” ou “Darth Vader e amigos“, onde o vilão preferido do mundo se via a braços com uma sempre muito exigente paternidade – e ainda por cima como pai solteiro – ao mesmo tempo que se dedicava a destruir o mundo, mas a verdade é que com “Academia Jedi”, mais um título lançado pela Planeta, a brincadeira ganha contornos épicos. Espécie de BD livre onde cada página é um festim, seja no clássico modo dos quadradinhos, mostrando esquemas de sabres de luz ou apresentando o resumo das coisas que o Yoda ou outros professores disseram durante a semana, “Academia Jedi” faz uma homenagem ao universo Star Wars sem deixar de criar um universo muito próprio, onde o humor caminha a par da filosofia do Mestre Yoda ensinando valores tão importantes quanto a entreajuda, o respeito ou a perseverança. “Não tentes. Faz. Ou não faça..” Assim seja, mestre.
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14. “Gaston” | Kelly DiPucchio e Christian Robinson
Editora: Orfeu Negro
“Gaston”, com texto de Kelly DiPucchio e ilustrações de Christian Robinson, aborda de forma original e muito canina o tema do amor e da diferença, mostrando que este não deve ser limitado a convenções ou ser dado como garantido apenas pelo sentimento de pertença ou pelo código genético. Ou, como diriam os nossos avós, os avós destes e por aí fora até ao infinito, as aparências iludem.
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13. “Triângulo” | Mac Barnett e Jon Klassen
Editora: Orfeu Negro
“Triângulo” é mais um exemplo da arte subtil e de excelência de Klassen que, aqui, tem como parceiro de escrita Mac Barnett, com quem havia trabalhado anteriormente em “Uma Aventura Debaixo da Terra“. Klassen faz um uso alternado entre cores frias e quentes, em páginas onde a rugosidade das rochas alterna com uma vegetação que confere um toque natural e menos rectilíneo à geometria. Figuras geométricas, com olhos e pernas e muita diversão, numa viagem de ida e volta à boleia de um humor visual muito próprio. E o melhor de tudo é que este é apenas o primeiro livro de uma trilogia das formas: seguem-se, para nosso contentamento, o já apresentado Quadrado e o ainda desconhecido Círculo.
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12. “Damião a Toupeira Furacão” | Anna Llenas
Editora: Nuvem de Letras
Da autoria de Anna Llenas, “Damião a toupeira furacão” é um livro infantil de causas, neste caso o do respeito pela diferença e a necessidade de, quando os problemas parecem ser impossíveis de solucionar, se encontrarem novas formas de os abordar. As ilustrações são uma pequena maravilha, utilizando recortes de jornal, papel ou cartão para criar cenários inacabados, muito expressivos e a três dimensões, claramente apontados à infância num intenso jogo de cores e texturas.
(Crítica em breve)
11. “Cá Dentro” | Isabel Minhós Martins, Maria Manuel Pedrosa e Madalena Matoso
Editora: Planeta Tangerina
Com um trabalho gráfico exemplar, feito de separadores belíssimos, ilustrações de página inteira e pormenores deliciosos página sim, página sim, “Cá Dentro” é uma viagem muito curiosa ao órgão mais esponjoso do corpo humano – e aquele onde tudo acontece.
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10. “Animais Selvagens do Norte” | Dieter Braun
Editora: Orfeu Negro
Trata-se de uma viagem empolgante aos pontos mais recônditos do hemisfério norte do planeta, mostrando animais tão incríveis quanto os ursos polares do Árctico, os cisnes da Europa, os pumas da América do Norte ou os pandas da Ásia. Para cada animal é indicado o nome comum e científico, informações várias sobre a forma de locomoção, a alimentação, características físicas e comportamentais e outras curiosidades. As ilustrações são incríveis, com um toque a serigrafia, que ficariam um mimo impressas em t-shirts ou em quadros para pendurar numa qualquer divisão do lar. E o melhor de tudo é que este é apenas o primeiro de uma série de livros ilustrados dedicados ao mundo animal. Em 2018 será publicada a exótica aventura dos animais selvagens do hemisfério Sul.
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9. “A Menina dos Livros” | Oliver Jeffers e Sam Winston
Editora: Editorial Presença
Servindo-se de alguns dos grandes livros da história da literatura – “Moby Dick”, “As Viagens de Gulliver”, “A Ilha do Tesouro”, “Peter Pan”… -, Jeffers e Winston constroem um mundo feito de palavras, que aqui têm o poder de se transformar em mar e ondas, caminhos e escarpas, montanhas e nuvens, túneis escuros e monstros que guardam castelos assombrados. Um mundo construído a partir de histórias que é urgente preservar, e que recebe aqui uma das maiores homenagens que lhe poderiam ser feitas. No que toca à ilustração, estamos em território Jack Nicholson: as good as it gets.
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8. “Capitão Coco e o Caso das Bananas Desaparecidas” | Anushka Ravishankar e Priya Sundram
Editora: Orfeu Negro
Um livro que ancarna, com pompa, circunstância e uma banda sonora aprumada, o espírito de Bollywood. O Capitão Coco é um detective genial, portador de um charme que consegue abrir todas as fechaduras – bem, todas menos a do seu escritório. O trabalho gráfico de Priya Sundram é de tirar o fôlego, aliando ao desenho a fotografia e os recortes, uma paleta de cores que nos serve a Índia de bandeja e um apurado sentido de movimento, tudo composto com muita imaginação, ainda mais criatividade e uma banda sonora escolhida a dedo. Diversão garantida num livro para ver e reler vezes sem conta.
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7. “A Bola Amarela” | Daniel Fehr e Bernardo P. Carvalho
Editora: Planeta Tangerina
Com texto de Bernardo P. Carvalho (também o autor das ilustrações) e Daniel Fehr, “A Bola Amarela” vem juntar-se à colecção Cantos Redondos, publicada pela Planeta Tangerina, sempre com a ideia de criar uma interactividade entre o livro e o pequeno leitor, através de textos muito divertidos e ilustrações carregadas de cor, que transmitem uma pronunciada sensação de movimento. As ilustrações explodem em cor e movimento em páginas duplas, com balões de diálogo que parecem falar em voz alta e detalhes que apenas serão revelados a cada nova leitura. Match point, apetece dizer.
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6. “Hugo o Stressado” + “Hugo Salva o Planeta” | Georgia Pritchett
Editora: Gailivro
Se, no mundo das histórias para crianças, houvesse uma rede de assistência social que agisse à menor falha, o mais certo é que “Hugo O Stressado” e a sua irmã Pinta fossem retirados aos progenitores e entregues a uma instituição social ou, com sorte, a uma simpática família de acolhimento. Saída da imaginação de Georgia Pritchett, a série “Hugo o Stressado” – Wilf The Mighty Worrier no original – estreia-se em Portugal com dois títulos de uma assentada – “Salva o Mundo” (Gailivro, 2017) e “Contra o Pirata” -, dois livros onde predomina a imaginação, o divertimento e uma veia politicamente incorrecta.
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5. “Frida” | Sébastien Perez e Benjamin Lacombe
Editora: Kalandraka
Um percurso pessoal e intimista a alguns dos principais momentos da vida de Frida Kahlo, através de textos poéticos e metafóricos e a recriação de alguns dos mais célebres quadros da artista mexicana, em ilustrações belíssimas e o recurso a cortantes que transformam a leitura numa festa dos sentidos. Belíssima edição esta.
(Crítica em breve)
4. Histórias de Adormecer Para Raparigas Rebeldes | Elena Favilli
Editora: Nuvem de Tinta
100 curtas histórias, ilustradas a preceito, que nos apresentam a 100 das mais inspiradoras mulheres e a forma como conseguiram mudar o mundo. Do talento de Frida Kahlo à liderança de Cleópatra, passando pelo activismo de Malala e pelo génio visionário de Ada Lovelace, numa edição de capa dura para manter junto à mesa de cabeceira de pequenos e graúdos.
(Crítica em breve)
3. “O Monstro das Cores” | Anna Llenas
Editora: Nuvem de Letras
É, muito provavelmente, o livro pop-up do ano, utilizando técnicas de colagem, fotografias, ilustrações, construções elaboradas com fios e janelas para abrir e puxar, tudo para nos mostrar do que são feitas as emoções.Uma festa sentimental para a pequenada.
(Crítica em breve)
2. “A Mala Misteriosa do Senhor Benjamin” | Pei-Yu Chang
Editora: Nuvem de Letras
Este é o primeiro livro para crianças de Pei-Yu Chang, que estudou língua, literatura e cultura alemã em Taipé (Taiwan) e ilustração em Münster (Alemanha). Aqui utiliza técnicas várias, que vão dos recortes e colagens ao uso do papel quadriculado, para lá de diversos jogos e tamanhos de letra. Walter Benjamin nunca foi tão cool.
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1. “A Ilha do Avô” | Benji Davies
Editora: Orfeu Negro
Com a mesma ternura expressa em “A Baleia”, Benji Davies escreveu uma história sobre o crescimento, as heranças emocionais, a formação da personalidade, os ensinamentos ganhos e conquistados pela acção de outros em nós e, também, sobre a inevitabilidade da morte, ainda que esta surja nas entrelinhas desenhada num quase invisível sumo de limão. Mais um livro incrível com a assinatura de Benji Davies.
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